terça-feira, 7 de julho de 2009

Médico mostra como indústria de alimentos manipula paixão pela comida

30/6/2009

Livro estuda combinação de sabores que torna alimentos irresistíveis.
Para especialista, é possível treinar organismo para evitar excessos.

Como diretor da FDA (Food and Drug Administration), Dr. David A. Kessler serviu a dois presidentes e brigou com o congresso e com a indústria de tabaco. No entanto, o pediatra formado em Harvard descobriu ser impotente contra o poder de um cookie de chocolate.

Em um experimento, Kessler testou sua força de vontade ao comprar dois atraentes cookies de chocolate que ele não planejava comer. Em casa, ele se pegou olhando para os cookies, até mesmo distraído pela lembrança dos pedaços de chocolate enquanto saía do cômodo. Ele saiu de casa, e os cookies permaneceram intactos. Sentindo-se um vencedor, ele parou para tomar um café, viu cookies no balcão e devorou um.

"Por que aquele cookie de chocolate tem tanto poder sobre mim?", perguntou Kessler em uma entrevista. "É o cookie, a representação do cookie na minha mente? Passei sete anos tentando descobrir uma resposta."

O resultado do questionamento de Kessler é um livro novo fascinante, "The End of Overeating: Taking Control of the Insatiable American Appetite", lançado pela Rodale (em tradução livre "O Fim do Exagero: Controlando o Insaciável Apetite Americano").

Rótulo-padrão
Durante seus anos de trabalho na FDA, Kessler atuou fortemente, organizando a agência, pressionando por aprovações mais rápidas de medicamentos, e supervisionando a criação do rótulo-padrão nutricional nas embalagens de alimentos. Entretanto, Kessler talvez seja mais conhecido por seus esforços para investigar e regulamentar a indústria do tabaco, além de sua acusação de que fabricantes de cigarro manipularam intencionalmente o conteúdo de nicotina para aumentar a capacidade dos produtos de viciar o usuário.

No livro "The End of Overeating", Kessler descobre algumas similaridades na indústria de alimentos, que combina e cria comidas de tal forma que intercepta nosso circuito cerebral e estimula nosso desejo de querer mais.

Quando se trata de estimular o cérebro, observou Kessler, ingredientes individuais não são particularmente potentes. Porém, ao combinar gorduras, açúcar e sal em diversas formas, os fabricantes de alimentos basicamente interceptaram nosso sistema de recompensa cerebral, criando um círculo de retroalimentação que estimula nosso desejo de comer e nos deixa querendo mais e mais, mesmo estando satisfeitos.

Kessler não está convencido de que os fabricantes de alimentos entendem totalmente a neurociência das forças deflagradas por eles, mas essas empresas certamente entendem o comportamento, preferências de gosto e desejos humanos. Na verdade, ele oferece uma descrição de como restaurantes e fabricantes de alimentos manipulam ingredientes para chegar ao "ponto da felicidade". Alimentos que contêm açúcar, gordura ou sal em quantidades muito pequenas ou muito grandes são sem graça ou exagerados. No entanto, cientistas alimentares trabalham duro para encontrar o ponto exato a partir do qual extraímos o maior prazer da gordura, do açúcar e do sal.

Descendo fácil
O resultado é que cadeias de restaurantes, como a americana Chili, cozinham "alimentos hiper-saborosos que exigem pouca mastigação e descem facilmente", observa o pesquisador. Kessler relata que a barra de chocolate Snicker, por exemplo, "é extraordinariamente bem projetada". Enquanto a mastigamos, o açúcar dissolve, a gordura derrete e o caramelo prende os amendoins – assim, toda a combinação de sabores é prazerosamente sentida na boca ao mesmo tempo.

Alimentos ricos em açúcar e gordura são novidades relativamente recentes no mundo da alimentação, observou Kessler. Porém, hoje, os alimentos são mais que apenas uma combinação de ingredientes. Eles são criações altamente complexas, carregadas com camadas e mais camadas de sabores estimulantes, que resultam em uma experiência multissensorial para o cérebro. Empresas de alimentos "projetam a comida para ser irresistível", comentou Kessler. "Isso tem sido parte do plano de negócio delas".

No entanto, esse livro é mais uma exploração de nós mesmos do que uma exposição sobre a indústria de alimentos. "Meu verdadeiro objetivo é: Como explicar às pessoas o que acontece com elas?", disse Kessler. "Ninguém jamais explicou às pessoas como o cérebro delas foi dominado."

O livro, na lista de campeões de vendas do New York Times, inclui a própria confissão sincera de Kessler de que ele luta contra o hábito de comer excessivamente. "Não me interessaria tanto pela questão sobre por que não conseguimos resistir à comida se eu mesmo não sofresse com isso", disse ele. "Ganhei e perdi o equivalente a meu peso atual várias vezes. Tenho ternos de todos os tamanhos."

Reabilitação alimentar
Não se trata de um livro de dieta, mas Kessler dedica uma grande seção à "reabilitação alimentar", oferecendo conselhos práticos para usar a ciência do hábito de comer em excesso a nosso favor, para que possamos começar a pensar de forma diferente sobre os alimentos e retomar o controle de nossos hábitos alimentares.

Uma de suas principais mensagens é que comer em excesso não se deve à falta de força de vontade, mas a um desafio biológico tornado ainda mais difícil pelo ambiente alimentar superestimulante ao nosso redor. O "hábito condicionado de comer em excesso" é um problema crônico, piorado por dietas e necessidades que precisam ser gerenciadas, não curadas, disse ele. Apesar de lapsos serem inevitáveis, Kessler salienta várias estratégias para lidar com fatores comportamentais, cognitivos e nutricionais capazes de potencializar o hábito de comer em excesso.

A alimentação planejada e estruturada, além da compreensão de seus deflagradores pessoais do desejo de comer, é essencial. Saber mais sobre os alimentos pode ajudar a modificar sua percepção sobre que tipo de comida é desejável. Assim como a maioria das pessoas acha o cigarro repulsivo, Kessler argumenta que também podemos passar por "mudanças perceptivas" similares em relação a grandes porções e comida processada. Por exemplo, ele observa que, quando as pessoas que antes adoravam comer carne se tornam vegetarianas, elas geralmente começam a ter nojo de proteína animal.

O conselho, seguramente, não é uma solução rápida, nem tem garantia. No entanto, Kessler disse que se autoeducar enquanto escrevia o livro o ajudou a obter controle sobre sua alimentação.

"Pela primeira vez na vida, consigo manter meu peso relativamente estável", disse o pesquisador. "Agora, se você me estressar, me cansar, me colocar no aeroporto e o avião estiver sete horas atrasado – eu vou devorar aqueles pretzels cobertos de chocolate. O velho circuito ainda vai mostrar sua cara."


Fonte: G1

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sábado, 6 de junho de 2009

Novo estudo reafirma a associação entre agrotóxicos e o desenvolvimento da Doença de Parkinson

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Ainda não são conhecidas as causas da Doença de Parkinson (DP), a segunda mais frequente doença neurodegenerativa, apenas atrás da Doença de Alzheimer. No entanto, as pesquisas mais recentes já identificam fatores de risco, principalmente a associação de fatores ambientais e suscetibilidade genética. Estudos recentes já associam a exposição a agrotóxicos e o aumento do risco de desenvolvimento da DP.

Agora, um novo estudo epidemiológico [Professional exposure to pesticides and Parkinson's disease] avaliou a exposição de agricultores franceses aos agrotóxicos, especialmente organoclorados, e o risco de desenvolvimento da Doença de Parkinson (DP). O estudo [Professional exposure to pesticides and Parkinson's disease] foi publicado na revista Annals of Neurology, publicação oficial da American Neurological Association.

A pesquisa foi coordenada por Alexis Elbaz M.D., Ph.D., do Inserm, o instituto nacional frances em pesquisas de saúde e da University Pierre et Marie Curie (UPMC, Paris 6). Os estudos foram realizados a partir de registros individuais de agricultores afiliados aos sistema francês de saúde para a agricultura (Mutualité Sociale Agricole), a partir dos registros de exposição profissional e continuada a agrotóxicos.

É um estudo oficial e detalhado, que avaliou o históricos médico dos participantes, o tipo de agrotóxico e a intensidade da exposição. Também foram avaliadas as propriedades rurais em termos de localização e área, tipo de cultura agrícola, período do ano de aplicação dos agrotóxicos e forma de aplicação.

O estudo avaliou os agrotóxicos por finalidade (inseticidas, herbicidas e fungicidas) tendo concluído que os participantes continuamente expostos aos agrotóxicos eram mais suscetíveis ao desenvolvimento da DP. No caso dos inseticidas, os participantes expostos tinham o dobro da possibilidade de desenvolver a Doença de Parkinson do que os não expostos aos inseticidas.

Este é mais um estudo a confirmar a hipótese de que fatores ambientais como a exposição aos agrotóxicos devem ser considerados como fatores de risco no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

O estudo avaliou a exposição direta aos agrotóxicos, mas ainda devem ser melhor estudadas as exposições indiretas, pelo ar, pela água e pelos alimentos, o que deve ampliar, significativamente, as populações expostas aos fatores de risco.

Estudos [Parkinson's Disease and Residential Exposure to Maneb and Paraquat From Agricultural Applications in the Central Valley of California e Dopamine transporter genetic variants and pesticides in Parkinson’s disease ] anteriores já haviam demonstrado esta associação [in Pesquisa relaciona a exposição a agrotóxicos com o aumento do risco de desenvolvimento da doença de Parkinson]

Como informação complementar sugerimos que, também, consultem as seguintes fontes:

A fetal risk factor for Parkinson’s disease.
Barlowa, BK, EK Richfielda, DACory-Slechtab, M Thiruchelvamb. 2004.
Developmental Neuroscience 26:11-23.

Parkinson’s disease and residential exposure to maneb and paraquat from agricultural applications in the Central Valley of California.
Costello, S, M Cockburn, J Bronstein, X Zhang and B Ritz. 2009.
American Journal of Epidemiology 169: 919-926.

5? and 3? region variability in the dopamine transporter gene (SLC6A3), pesticide exposure and Parkinson’s disease risk: a hypothesis generating study.
Kelada, SN, H Checkoway, SL Kardia, CS Carlson, P Costa-Mallen, DL Eaton, J Firestone, KM Powers, PD Swanson, GM Franklin, WT Longstreth, Jr, T-S Weller, Z Afsharinejad and LG Costa. 2006.
Human Molecular Genetics 15(20):3055-3062.

Developmental exposure to the pesticides paraquat and maneb and the Parkinson’s disease phenotype.
Thiruchelvam, M, EK Richfield, BM Goodman, RB Baggs and DA Cory-Slechta. 2002.
NeuroToxicology 23:621-633.

O artigo “Professional exposure to pesticides and Parkinson’s disease”, Annals of Neurology, de
Alexis Elbaz, Jacqueline Clavel, Paul J. Rathouz, Frédéric Moisan, Jean-Philippe Galanaud, Bernard Delemotte, Annick Alpérovitch, Christophe Tzourio, apenas está disponível para assinantes.

Abaixo, para maiores informações, transcrevemos o abstract:

Objective.
We studied the relation between Parkinson’s disease (PD) and professional exposure to pesticides in a community-based case-control study conducted in a population characterized by a high prevalence of exposure. Our objective was to investigate the role of specific pesticide families and to perform dose-effect analyses.

Methods.
PD cases (n=224) from the Mutualité Sociale Agricole (MSA, France) were matched to 557 controls free of PD affiliated to the same health insurance. Pesticide exposure was assessed using a two-phase procedure, including a case-by-case expert evaluation. Analyses of the relation between PD and professional exposure to pesticides were first performed overall and by broad category (insecticides, fungicides, herbicides). Analyses of 29 pesticide families defined based on a chemical classification were restricted to men. Multiple imputation was used to impute missing values of pesticide families. Data were analyzed using conditional logistic regression, both using a complete-case and an imputed dataset.

Results.
We found a positive association between PD and overall professional pesticide use (OR=1.8, 95% CI=1.1-3.1), with a dose-effect relation for the number of years of use (p=0.01). In men, insecticides were associated with PD (OR=2.2, 95% CI=1.1-4.3), in particular organochlorine insecticides (OR=2.4, 95% CI=1.2-5.0). These associations were stronger in men with older onset PD than in those with younger onset PD and were characterized by a doseeffect relation in the former group.

Interpretation.
Our results lend support to an association between PD and professional pesticide exposure and show that some pesticides (i.e., organochlorine insecticides) may be more particularly involved. Ann Neurol 2009
Received: 7 November 2008; Revised: 23 February 2009; Accepted: 20 March 2009

[EcoDebate, 06/06/2009]

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Sobre o mesmo tema leiam, também:

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Globo Repórter : França em busca da comida perdida

O neuropsiquiatra David Servan-Schreiber parece um menino se deliciando com a vida. Na manhã fria, pelas ruas de Paris, ele vai pedalando para o trabalho. Esse homem tão cheio de energia já enfrentou duas vezes o câncer e duas vezes conseguiu vencer.

Médico e paciente ao mesmo tempo, o doutor David Servan-Schreiber se lançou em uma busca para entender os caminhos dessa perigosa doença.

O que intrigava o doutor Schreiber era as estatísticas: por que os números de câncer cresceram tanto depois da Segunda Guerra? Para mudar no futuro, ele olhou para o passado. Como vivíamos, como comíamos antes de o câncer se tornar uma epidemia entre nós? Ele descobriu que, ao redor do mundo, muitos cientistas se faziam a mesma pergunta e buscavam respostas em seus laboratórios. Como um detetive, ele foi juntando esses estudos e montou uma fórmula de vida anticâncer.

O primeiro passo para armar o nosso organismo contra a doença é seguir uma alimentação saudável. Alimentos frescos: frutas, verduras e legumes estão na linha de frente desse combate. O prato anticâncer também tem lugar para os cereais, como o arroz integral; os lipídios, como o azeite de oliva; as ervas e os condimentos.

Há uma lista de alimentos bons para cada tipo de câncer, mas, entre os mais poderosos, estão: o alho, a cebola, o alho-poró, a couve-de-bruxelas, a couve-flor e o brócolis.

Entre as frutas, aparecem no estudo as de clima temperado, comuns na Europa. São as chamadas frutinhas vermelhas: o mirtilo, o morango e a framboesa. Também são importantes a ameixa, o pêssego e o damasco.

O doutor Servan-Schreiber explica que é melhor escolher produtos orgânicos, livres de pesticidas e agrotóxicos. Mas atenção: as pesquisas mostram que é muito mais importante comer frutas, verduras e legumes, mesmo com algum resíduo de pesticida, do que não comer.

O doutor Schreiber recomenda ainda beber todos os dias o chá verde, rico em polifenóis, e se habituar a usar a cúrcuma, um anti-inflamatório natural poderosíssimo, que, para fazer efeito, deve sempre ser misturada com pimenta. Uma receita simples é fazer um molho com azeite de oliva e pimenta e usar para temperar saladas.

Por outro lado, há os alimentos que agem como fermento para as células cancerosas. Justamente aqueles alimentos que são tão saborosos, tão difíceis de resistir.

No prato anticâncer, é preciso reduzir o açúcar refinado e a farinha branca. As sobremesas, por exemplo, devem ser substituídas por frutas.

David Servan-Schreiber teve câncer no cérebro aos 31 anos. Sofreu uma recaída e sobreviveu graças aos recursos da medicina moderna. Ele diz que ninguém deve abandonar os tratamentos médicos. Eles salvam vidas. O que ele recomenda é que cada um fortaleça o seu corpo para estimular a sua capacidade de resistir à doença.

É uma luta diária, que deve fazer parte da nossa rotina. É uma mudança que passa também pela maneira de ver a vida. Fortalecer as relações de amizade, os laços de família. Não guardar ressentimentos. Se livrar da tristeza, do medo, da solidão. Fazer exercícios diariamente.









quinta-feira, 23 de abril de 2009

MSG: Is This Silent Killer Lurking in Your Kitchen Cabinets?

* By Joseph Mercola
Mercola.com, April 21, 2009
Straight to the Source

A widespread and silent killer that's worse for your health than alcohol, nicotine and many drugs is likely lurking in your kitchen cabinets right now.[1] "It" is monosodium glutamate (MSG), a flavor enhancer that's known widely as an addition to Chinese food, but that's actually added to thousands of the foods you and your family regularly eat, especially if you are like most Americans and eat the majority of your food as processed foods or in restaurants.

MSG is one of the worst food additives on the market and is used in canned soups, crackers, meats, salad dressings, frozen dinners and much more. It's found in your local supermarket and restaurants, in your child's school cafeteria and, amazingly, even in baby food and infant formula.

MSG is more than just a seasoning like salt and pepper, it actually enhances the flavor of foods, making processed meats and frozen dinners taste fresher and smell better, salad dressings more tasty, and canned foods less tinny.

While MSG's benefits to the food industry are quite clear, this food additive could be slowly and silently doing major damage to your health.

What Exactly is MSG?

You may remember when the MSG powder called "Accent" first hit the U.S. market. Well, it was many decades prior to this, in 1908, that monosodium glutamate was invented. The inventor was Kikunae Ikeda, a Japanese man who identified the natural flavor enhancing substance of seaweed.

Taking a hint from this substance, they were able to create the man-made additive MSG, and he and a partner went on to form Ajinomoto, which is now the world's largest producer of MSG (and interestingly also a drug manufacturer).[2]

Chemically speaking, MSG is approximately 78 percent free glutamic acid, 21 percent sodium, and up to 1 percent contaminants.[3]

It's a misconception that MSG is a flavor or "meat tenderizer." In reality, MSG has very little taste at all, yet when you eat MSG, you think the food you're eating has more protein and tastes better. It does this by tricking your tongue, using a little-known fifth basic taste: umami.

Umami is the taste of glutamate, which is a savory flavor found in many Japanese foods, bacon and also in the toxic food additive MSG. It is because of umami that foods with MSG taste heartier, more robust and generally better to a lot of people than foods without it.

The ingredient didn't become widespread in the United States until after World War II, when the U.S. military realized Japanese rations were much tastier than the U.S. versions because of MSG.

In 1959, the U.S. Food and Drug Administration labeled MSG as "Generally Recognized as Safe" (GRAS), and it has remained that way ever since. Yet, it was a telling sign when just 10 years later a condition known as "Chinese Restaurant Syndrome" entered the medical literature, describing the numerous side effects, from numbness to heart palpitations, that people experienced after eating MSG.

Today that syndrome is more appropriately called "MSG Symptom Complex," which the Food and Drug Administration (FDA) identifies as "short-term reactions" to MSG. More on those "reactions" to come.

Why MSG is so Dangerous

One of the best overviews of the very real dangers of MSG comes from Dr. Russell Blaylock, a board-certified neurosurgeon and author of "Excitotoxins: The Taste that Kills." In it he explains that MSG is an excitotoxin, which means it overexcites your cells to the point of damage or death, causing brain damage to varying degrees -- and potentially even triggering or worsening learning disabilities, Alzheimer's disease, Parkinson's disease, Lou Gehrig's disease and more.

Part of the problem also is that free glutamic acid is the same neurotransmitter that your brain, nervous system, eyes, pancreas and other organs use to initiate certain processes in your body.[4] Even the FDA states:

"Studies have shown that the body uses glutamate, an amino acid, as a nerve impulse transmitter in the brain and that there are glutamate-responsive tissues in other parts of the body, as well.

Abnormal function of glutamate receptors has been linked with certain neurological diseases, such as Alzheimer's disease and Huntington's chorea. Injections of glutamate in laboratory animals have resulted in damage to nerve cells in the brain."[5]

Although the FDA continues to claim that consuming MSG in food does not cause these ill effects, many other experts say otherwise.

According to Dr. Blaylock, numerous glutamate receptors have been found both within your heart's electrical conduction system and the heart muscle itself. This can be damaging to your heart, and may even explain the sudden deaths sometimes seen among young athletes.

He says:

"When an excess of food-borne excitotoxins, such as MSG, hydrolyzed protein soy protein isolate and concentrate, natural flavoring, sodium caseinate and aspartate from aspartame, are consumed, these glutamate receptors are over-stimulated, producing cardiac arrhythmias.

When magnesium stores are low, as we see in athletes, the glutamate receptors are so sensitive that even low levels of these excitotoxins can result in cardiac arrhythmias and death."[6]

Many other adverse effects have also been linked to regular consumption of MSG, including:

* Obesity
* Eye damage
* Headaches
* Fatigue and disorientation
* Depression

Further, even the FDA admits that "short-term reactions" known as MSG Symptom Complex can occur in certain groups of people, namely those who have eaten "large doses" of MSG or those who have asthma.[7]

According to the FDA, MSG Symptom Complex can involve symptoms such as:

* Numbness
* Burning sensation
* Tingling
* Facial pressure or tightness
* Chest pain or difficulty breathing
* Headache
* Nausea
* Rapid heartbeat
* Drowsiness
* Weakness

No one knows for sure just how many people may be "sensitive" to MSG, but studies from the 1970s suggested that 25 percent to 30 percent of the U.S. population was intolerant of MSG -- at levels then found in food. Since the use of MSG has expanded dramatically since that time, it's been estimated that up to 40 percent of the population may be impacted.[8]

How to Determine if MSG is in Your Food

Food manufacturers are not stupid, and they've caught on to the fact that people like you want to avoid eating this nasty food additive. As a result, do you think they responded by removing MSG from their products? Well, a few may have, but most of them just tried to "clean" their labels. In other words, they tried to hide the fact that MSG is an ingredient.

How do they do this? By using names that you would never associate with MSG.

You see, it's required by the FDA that food manufacturers list the ingredient "monosodium glutamate" on food labels, but they do not have to label ingredients that contain free glutamic acid, even though it's the main component of MSG.

There are over 40 labeled ingredients that contain glutamic acid,[9] but you'd never know it just from their names alone. Further, in some foods glutamic acid is formed during processing and, again, food labels give you no way of knowing for sure.

Tips for Keeping MSG Out of Your Diet

In general, if a food is processed you can assume it contains MSG (or one of its pseudo-ingredients). So if you stick to a whole, fresh foods diet, you can pretty much guarantee that you'll avoid this toxin.

The other place where you'll need to watch out for MSG is in restaurants. You can ask your server which menu items are MSG-free, and request that no MSG be added to your meal, but of course the only place where you can be entirely sure of what's added to your food is in your own kitchen.

To be on the safe side, you should also know what ingredients to watch out for on packaged foods. Here is a list of ingredients that ALWAYS contain MSG:

Autolyzed Yeast
Calcium Caseinate
Gelatin Glutamate
Glutamic Acid
Hydrolyzed Protein
Monopotassium Glutamate
Monosodium Glutamate
Sodium Caseinate
Textured Protein
Yeast Extract
Yeast Food
Yeast Nutrient

These ingredients OFTEN contain MSG or create MSG during processing:[10]

Flavors and Flavorings
Seasonings
Natural Flavors and Flavorings
Natural Pork Flavoring
Natural Beef Flavoring
Natural Chicken Flavoring
Soy Sauce
Soy Protein Isolate
Soy Protein
Bouillon Stock
Broth
Malt Extract
Malt Flavoring
Barley Malt
Whey Protein
Carrageenan
Maltodextrin
Pectin
Enzymes Protease
Corn Starch
Citric Acid
Powdered Milk
Anything Protein Fortified
Anything Enzyme Modified
Anything Ultra-Pasteurized

So if you do eat processed foods, please remember to be on the lookout for these many hidden names for MSG.

Choosing to be MSG-Free

Making a decision to avoid MSG in your diet as much as possible is a wise choice for nearly everyone. Admittedly, it does take a bit more planning and time in the kitchen to prepare food at home, using fresh, locally grown ingredients. But knowing that your food is pure and free of toxic additives like MSG will make it well worth it.

Plus, choosing whole foods will ultimately give you better flavor and more health value than any MSG-laden processed food you could buy at your supermarket.

[1] Mercola.com "The Shocking Dangers of MSG You Don't Know," video Part 1

http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2007/08/28/dangers-of-msg.aspx?aid=CD12

[2] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

[3] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

[4] MSGTruth.org "What Exactly is MSG?"

http://www.msgtruth.org/whatisit.htm

[5] U.S. Food and Drug Administration "FDA and Monosodium Glutamate (MSG)" August 31, 1995

http://www.foodsafety.gov/~lrd/msg.html

[6] eMediaWire "Athlete Alert: Renowned Neurosurgeon Identifies Aspartame & MSG in Sudden Cardiac Death" April 15, 2005

http://www.emediawire.com/releases/2005/4/emw225071.htm

[7] FDA Consumer Magazine "MSG: A Common Flavor Enhancer" January-February 2003

http://www.fda.gov/fdac/features/2003/103_msg.html

[8] TruthinLabeling.org "This is What the Data Say About Monosodium Glutamate Toxicity and Human Adverse Reactions"

http://www.truthinlabeling.org/Proof_AdverseReactions_AR....

[9] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

[10] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Divulgado monitoramento de agrotóxicos em alimentos

O pimentão foi o alimento que apresentou o maior índice de irregularidades para resíduos de agrotóxicos, durante o ano de 2008. Mais de 64% das amostras de pimentão, analisadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentaram problemas. O morango, a uva e a cenoura também apresentaram índices elevados de amostras irregulares, com mais de 30% cada.

No lançamento dos dados do Programa, nesta quarta-feira (15), em Brasília (DF), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou a importância do trabalho da Anvisa no monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos. "No Brasil, a segunda causa de intoxicação, depois de medicamentos, é por agrotóxicos, o que tem uma dimensão importante", afirmou Temporão.

Os desvios detectados pelo PARA foram: teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e o uso não autorizado para determinadas culturas. No balanço geral, das 1773 amostras dos dezessete alimentos monitorados (alface, batata, morango, tomate, maça, banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva), 15,28% estavam insatisfatórias.

A cultura de tomate foi a que apresentou maiores avanços quanto à diminuição dos índices de irregularidades. Em 2007, 44,72% das amostras de tomate analisadas apresentaram resíduos de agrotóxicos acima do permitido. No último ano, esse número caiu para 18,27%.

O arroz e o feijão, coletados pela primeira vez no Programa de 2008, apresentaram índices de irregularidades de 3,68% e 2,92% respectivamente. Juntamente com a manga, batata, banana, cebola e maçã, esses dois alimentos apresentaram os menores teores de irregularidade detectados.

A batata, que em 2002, primeiro ano de monitoramento do Programa, apresentou um índice de 22,2% de uso indevido de agrotóxicos, teve o nível reduzido para 2%. A banana, que chegou a apresentar índice de 6,53% neste período, fechou 2008 com incidência de 1,03% de irregularidades.

Chama atenção, nos resultados do Programa, o uso de agrotóxicos não permitidos, em todas as culturas analisadas. Ingredientes ativos banidos em diversas partes do mundo, como acefato, metamidofós e endossulfam, foram encontrados de forma irregular nas culturas de abacaxi, alface, arroz, batata, cebola, cenoura, laranja, mamão, morango, pimentão, repolho, tomate e uva.

Cuidados

Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada. Essa identificação aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com adoção de boas práticas agrícolas.

É importante, ainda, que a população escolha alimentos da época ou produzidos por métodos de produção integrada (que a princípio recebem carga menor de agrotóxicos). Alimentos orgânicos também são uma boa opção, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos. (Grifo nosso)

Os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes nas superfícies dos alimentos.

PARA

O objetivo do PARA, criado em 2001, é manter a segurança alimentar do consumidor e a saúde do trabalhador rural. O Programa, coordenado pela Anvisa em conjunto com os órgãos de Vigilância Sanitária Estaduais e Municipais, abrange, atualmente, 25 estados e o Distrito Federal.

Em 2008, realizaram coletas em supermercados (de acordo com o plano de amostragem) os estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Neste mesmo ano, as ações de ampliação do Programa treinaram os estados de Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima. Os dez estados treinados, mais São Paulo, participarão do PARA em 2009.

A escolha dos itens analisados pelo Programa leva em consideração a importância destes alimentos na cesta básica do brasileiro, o consumo, o uso de agrotóxicos e a distribuição das lavouras pelo território nacional. No último ano, o PARA acompanhou oito novas culturas, até então nunca monitoradas: abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva.

O Programa funciona a partir de amostras coletadas pelas vigilâncias sanitárias dos estados e municípios. No último ano, as amostras foram enviadas para análise aos seguintes laboratórios: Instituto Octávio Magalhães (IOM/FUNED/MG), Laboratório Central do Paraná (LACEN/PR) e Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP), nas quais foram investigadas até 167 diferentes agrotóxicos.

Caso a utilização de agrotóxicos esteja em desacordo com os limites permitidos pela Anvisa, os órgãos responsáveis pelas áreas de agricultura e meio ambiente são acionados para rastrear e solucionar o problema.

" Trabalhadores rurais são expostos a estes agrotóxicos sem os equipamentos próprios para o manejo destes produtos", explica José Agenor Álvares, diretor da Anvisa. As medidas em relação aos produtores são, principalmente, de orientação para que sejam adotadas as Boas Práticas Agrícolas (BPAs).

DADOS CONSOLIDADOS DO PARA 2008

Cultura: Abacaxi
Total de amostras analisadas: 95
Amostras insatisfatórios
Total: 9
%: 9,47

Cultura: Alface
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 20
%: 19,80

Cultura: Arroz
Total de amostras analisadas: 136
Amostras insatisfatórios
Total: 6
%: 4,41

Cultura: Banana
Total de amostras analisadas: 97
Amostras insatisfatórios
Total: 1
%: 1,03

Cultura: Batata
Total de amostras analisadas: 100
Amostras insatisfatórios
Total: 2
%: 2,00

Cultura: Cebola
Total de amostras analisadas: 103
Amostras insatisfatórios
Total: 3
%: 2,91

Cultura: Cenoura
Total de amostras analisadas: 102
Amostras insatisfatórios
Total: 31
%: 30,39

Cultura: Feijão
Total de amostras analisadas: 137
Amostras insatisfatórios
Total: 4
%: 2,92

Cultura: Laranja
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 15
%: 14,85

Cultura: Maçã
Total de amostras analisadas: 102
Amostras insatisfatórios
Total: 4
%: 3,92

Cultura: Mamão
Total de amostras analisadas: 104
Amostras insatisfatórios
Total: 18
%: 17,31

Cultura: Manga
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 1
%: 0,99

Cultura: Morango
Total de amostras analisadas: 86
Amostras insatisfatórios
Total: 31
%: 36,05

Cultura: Pimentão
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 65
%: 64,36

Cultura: Repolho
Total de amostras analisadas: 102
Amostras insatisfatórios
Total: 9
%: 8,82

Cultura: Tomate
Total de amostras analisadas: 104
Amostras insatisfatórios
Total: 19
%: 18,27

Cultura: Uva
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 33
%: 32,67

Cultura: Total
Total de amostras analisadas: 1773
Amostras insatisfatórios
Total: 271
%: 15,28

Ações Práticas:

1. Realizar reuniões nos Estados, com os órgãos de vigilância sanitária e agricultura e os representantes dos supermercados, dos produtores rurais, do Ministério Público e da Sociedade Civil para o estabelecimento de ações conjuntas.

2. Reavaliar ingredientes ativos de importância toxicológica evidenciada pelos resultados do PARA.

3. Dar continuidade às ações de fortalecimento da rede de referência de Laboratórios de Saúde Pública para o monitoramento de resíduos de agrotóxicos nos alimentos.

4. Continuar ampliando o quantitativo de amostras e a diversidade das culturas envolvidas no PARA.

5. Seguir ampliando as estratégias junto aos Estados para a rastreabilidade de produtos in natura.

6. Fomentar a estruturação da assistência técnica rural para aprimorar a qualificação do produtor.

7. Organizar e fomentar ações e campanhas educativas voltadas para todos os atores sociais envolvidos na cadeia produtiva de Frutas, Verduras e Legumes : dos trabalhadores rurais aos consumidores.

8. Elaborar uma versão da nota técnica comentada para ser disponibilizada nas estruturas de divulgação da Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e outros canais de comunicação direta com a sociedade.

9. Incluir as ações do PARA no Plano Integrado de Vigilância e Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

10. Estabelecer parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), por meio do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) da Diretoria de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento Rural.

11. Definir as ações a serem desenvolvidas em relação aos ingredientes ativos que apresentaram maior freqüência de irregularidades e para as culturas com grande número de resultados insatisfatórios.

12. Fortalecer os programas de governo já existentes, como o de produção integrada e o de produção orgânica.

13. Solicitar ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas que limitem a importação de agrotóxicos que são encontrados pelo PARA apesar de terem severas restrições internacionais, e cujos níveis de importação estão acima do teto histórico.

14. Fomentar a integração das ações voltadas para o monitoramento de resíduos de agrotóxicos efetuados por diferentes instituições públicas, federais e estaduais.

15. Agilizar a publicação de normas técnicas para as culturas com suporte fitossanitário insuficiente e para os produtos destinados à produção orgânica de alimentos.

16. Integrar regionalmente as ações fiscalizatórias das Vigilâncias Sanitárias e das Secretarias de Agricultura.

17. Informar o Ministério da Agricultura e a Polícia Federal quanto à presença de agrotóxicos proibidos no país, encontrados nas culturas analisadas pelo PARA.

18. Apoiar ações desenvolvidas pela Associação Brasileira de Supermercado (ABRAS) no que tange: a geração de dados e informações sobre o consumo e qualidade de Frutas, Verduras e Legumes (FLVs); a organização de sistemas de "Alerta rápido para acidentes de consumo" objetivando a construção de base histórica de solução de problemas; o estabelecimento de mecanismos que permitam aos Supermercados informar e orientar o Consumidor e o compartilhamento da base de dados sobre monitoramento interno da qualidade de FLVs junto aos órgãos pertinentes;

19. Fortalecimento das ações da Produção Integrada-PI através da divulgação dos benefícios de sua utilização como agricultura sustentável, que profissionaliza o setor, através da adoção de tecnologia e capacitação, acarretando entre vários benefícios a redução da utilização de agrotóxicos nos alimentos e produtos derivados

20. Incentivar e aumentar a abrangência de atuação dos projetos SAPI e Orgânicos como parte de políticas públicas, como por exemplo: alimentos de Produção Integrada e Orgânicas na merenda escolar

21. Incentivar e apoiar o Programa Pró-Orgânico do Ministério da Agricultura para ampliar a oferta de produtos que não utilizam agrotóxicos



Fonte: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Saúde em tempos de crise

3/4/2009

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia global terá um crescimento de apenas 0,5% em 2009, contra 3,4% em 2008. Trata-se da menor taxa em 60 anos. “E a crise econômica também atingirá fortemente a saúde”, disse o médico francês Michel Kazatchkine, diretor executivo do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.

Desde 2007, o orçamento do Fundo Global para a Tuberculose triplicou para os 22 países de maior incidência da doença. Sete deles – Afeganistão, Bangladesh, Camboja, Nigéria, Filipinas, Uganda e Vietnã – dependem desse recurso para financiar mais de 25% de seu orçamento no combate contra a doença.

No Brasil – país que ocupa o 18º lugar na lista dos 22 – em 2008, o orçamento do Ministério da Saúde para a tuberculose foi de US$ 70 milhões, dos quais US$ 5 milhões vieram do Fundo.

Brasil, China e África do Sul são os países que menos contam com dinheiro do Fundo Global. No caso brasileiro, 80% dos recursos são providos pelo próprio governo brasileiro, que pretende manter seu orçamento apesar da crise econômica, segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Kazatchkine concedeu entrevista à Agência FAPESP na semana passada, no Rio de Janeiro, durante o 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB.

O diretor do Fundo Global fala dos efeitos da crise na saúde e avisa que os países mais pobres terão que ser mais “criativos”.

Agência FAPESP – O Fundo Global foi criado há seis anos para financiar o combate contra a Aids, a tuberculose e a malária. De quanto o fundo dispõe para suas iniciativas?
Michel Kazatchkine – O Fundo Global é responsável por atender dois milhões dos quatro milhões de pessoas que recebem tratamento contra o HIV. Em 2004, foram distribuídos US$ 700 milhões para combater a Aids. Para a tuberculose, em 2007 o valor chegou a US$ 3 bilhões, mas nossa necessidade estimada era de US$ 4,6 bi. Há, então, um déficit de US$ 1,6 bilhão. Para 2010, estimamos que essa diferença aumentará para US$ 5 bilhões. Temos muito pouco dinheiro, se comparado com o que está sendo gasto no resgate de instituições financeiras falidas como reflexo da crise mundial, por exemplo.

Agência FAPESP – A tuberculose tem sido, ao longo dos anos, uma doença negligenciada. Agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está priorizando e dando mais atenção à doença. O combate à tuberculose sofre com a crise?
Kazatchkine – Os países mais pobres serão certamente os mais afetados. Mas é importante destacar que os investimentos em saúde foram responsáveis pela diminuição dos casos de tuberculose no mundo, como mostra o novo relatório global do controle da tuberculose divulgado pela OMS. Então, não é momento para cortes nos financiamentos em saúde, mesmo com toda a crise. Saúde é um investimento, não um gasto. É um investimento de longo prazo.

Agência FAPESP – Recentemente, o Fundo Global circulou comunicado pedindo que novos projetos de países pobres tenham orçamentos para a compra de remédios reduzidos em 10%.
Kazatchkine – Em tempos de crise temos que aprender a ser criativos para poder utilizar melhor os recursos disponíveis. Sustentabilidade depende de recursos, mas isso não é tudo. Sustentabilidade também tem a ver com usar as melhores intervenções. No caso da tuberculose, significa mais investimento em pesquisa e inovação em relação ao HIV e à tuberculose e à multirresistência a medicamentos.

Agência FAPESP – Mas como fazer isso com cortes e redução de orçamento?
Kazatchkine – Em tempos de crise econômica internacional a tendência é mesmo de haver menos recursos. Como temos menos dinheiro, precisamos ser mais criativos. O Brasil é um bom exemplo. Hoje o país gasta US$ 40 com medicamentos por paciente de tuberculose, em seis meses de tratamento. Com a nova formulação farmacêutica – a introdução do esquema do “quatro em um”, de quatro drogas em uma única pílula – o país vai passar a gastar US$ 30. Menos gastos com tratamento semelhante. Ou seja, o Brasil vai conseguir baratear o tratamento, apesar de acrescentar uma droga e melhorar a apresentação: em vez de serem quatro comprimidos e duas cápsulas, serão somente dois comprimidos. Isso é uma solução criativa.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gordura atrai gordura

Por Carlos Fioravanti

Revista Pesquisa FAPESP – Quem aprecia uma picanha malpassada e principalmente a camada branca de gordura que a envolve talvez se inquiete. Um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – pode ser uma das causas da obesidade.

De acordo com experimentos realizados em camundongos, essas moléculas acionam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias.

“Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade de as pessoas obesas controlarem a fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer”, diz Lício Velloso, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que coordenou esse estudo, publicado em janeiro no Journal of Neuroscience.

Os estudos anteriores da equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos.

Testes com animais já haviam mostrado que dietas ricas em gordura em geral danificavam o hipotálamo mais intensamente que as ricas em açúcares. Para ver qual tipo de gordura era mais danoso, os pesquisadores da Unicamp injetaram diferentes tipos de ácidos graxos de origem animal ou vegetal no hipotálamo de camundongos.

Os encontrados no óleo de soja mostraram um efeito tênue sobre o cérebro, enquanto os encontrados em gorduras animais e em proporção menor no óleo de amendoim apresentaram ação mais danosa.

Clique aqui para ler o texto completo na edição 156 de Pesquisa FAPESP.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Comida é coisa séria

Não é de hoje que vegetarianos radicais apregoam a eliminação de carne da dieta das pessoas. Mas se antes a gritaria era na defesa dos direitos dos animais, vítimas dos carnívoros, agora a bandeira é salvar a raça humana do aquecimento global. Para a alegria dos engajados, um estudo divulgado na semana passada pela Agência de Impacto Ambiental da Holanda constatou, entre outras coisas, o seguinte: a carne vermelha tem vilania e muito mais culpa nas emissões de CO2 e de metano na atmosfera terrestre do que a maioria de nós imaginava.

Como isso é possível? Criar gado saudável exige pastagem que causa destruição de florestas ou qualquer tipo de vegetação responsável pela absorção de carbono. Sim. Disso já se sabia. Tampouco não se ignorava que o Brasil é o segundo maior produtor, maior exportador e quarto maior consumidor de carne bovina do mundo. Teria então surgido algo diferente? Não. Apenas caiu a ficha. Pimba. Tomada de consciência de que a flatulência de milhões de bois está no ar.

Isso mesmo: pum! Arroto também. Quer dizer, é gás metano... Sabem o que isso significa? Os puns e os arrotos expelidos pelos extensos rebanhos provocam efeito estufa; são piores do que o dióxido de carbono (CO2) das queimadas. E, evidentemente, não são novidade.

Pesquisadores estimam que 6% de todo o alimento consumido pelo gado ruminante, no mundo inteiro, seja convertido em gás metano. O qual é 24 vezes mais potente do que o dióxido de carbono para causar aquecimentos atmosféricos, contribuindo com 15% do total do aquecimento global. E não é para menos, em média, um bovino emite 57,5 quilos desse gás por ano. Ufa. Por isso a Embrapa vem pesquisando a formulação de alimentos e rações especiais, que permitam maior retenção do metano no organismo do animal.

Na verdade, o assunto é uma grande preocupação internacional. Em 2003, por exemplo, o governo da Nova Zelândia tentou cobrar de seus fazendeiros um imposto para cumprir as metas assumidas no Protocolo de Kyoto. Afinal, seus cientistas haviam estimado que a flatulência de veados, ovelhas, bois e cabras respondiam por 90% das emissões de metano; as quais tinham passado a constar entre as principais causas das mudanças climáticas.

Uma outra revelação interessante na semana passada aconteceu durante um simpósio sobre a evolução da dieta humana. Nada a ver com flatulência. O evento foi na Associação Americana para o Progresso da Ciência, nos Estados Unidos. Lá, falou-se dos chimpanzés que continuam podendo se alimentar apenas de frutas e sementes como há milhões de anos. Ao contrário dos seres humanos que, segundo o antropólogo William Leonard, precisaram adotar uma alimentação mais calórica porque seus cérebros maiores exigiam mais energia. Pois bem, por essa causa passaram a percorrer maiores distâncias na coleta e na caça desse tipo de comida; o que nos levou à nossa expansão pelo planeta. E aí nos assentamos, ficamos sedentários e começamos a enfrentar o desequilíbrio energético em nosso corpo: colesterol, obesidade, diabetes, etc.

Um desequilíbrio que tem virado tema de debates sobre saúde pública, estética e estratégias políticas. Regimes de emagrecimento e malhação de gente importante na atmosfera de governos... Dizem que rende voto.

Ateneia é jornalista e escritora. Trabalhou nos principais jornais e revistas do país - entre eles a extinta Manchete, o Jornal do Brasil e o Correio Braziliense

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

Refrigerante diet engorda?

Por Fábio de Oliveira, Saúde é Vital

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O tiro pode sair pela culatra. Talvez essa frase, que soa como um clichê, defina o que os consumidores de refrigerantes dietéticos tenham pensado ao deparar com as notícias nada abonadoras sobre a bebida, uma alternativa para quem não pode consumir açúcar ou precisa derrubar o ponteiro da balança. A bomba foi detonada por um estudo publicado no periódico científico americano Circulation.

Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares de 16 mil indivíduos de meia-idade por mais de nove anos. Seu objetivo era investigar a relação entre a dieta dessa gente toda e a ocorrência de síndrome metabólica, uma conjunção de problemas como resistência à insulina, colesterol ruim elevado, pressão arterial nas alturas e gordura abdominal, a popular barriga de chope.

No cômputo geral dos resultados, um achado surpreendente: os voluntários que bebiam uma lata de refrigerante diet por dia apresentaram um risco 34% maior de desenvolver a síndrome. Para ter idéia de como essa porcentagem pesa, o risco de quem costumava comer frituras foi, por incrível que pareça, só 25% maior.

Daí, é inevitável questionar: será que o refri dietético engorda? O que justificaria esse resultado? Existem pelo menos duas suposições, diz a SAÚDE! Lyn M. Steffen, uma das coautoras do estudo. O adoçante artificial usado seria o responsável, ou ainda algum outro comportamento associado ao consumo do refrigerante que não mensuramos, completa Lyn, que é nutricionista da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Na verdade, existem outras hipóteses, como você verá adiante. Mas a especulação sobre o adoçante, relatada por Lyn, ganhou fôlego depois da divulgação de outra pesquisa, assinada pela Universidade Purdue, também nos Estados Unidos. Os cientistas compararam dois grupos de roedores: a um deles foi oferecido iogurte adocicado com açúcar normal e, ao outro, o laticínio com um edulcorante artificial, a sacarina. Para resumir a ópera, os bichos que ficaram à base da segunda opção tiveram maior ganho de peso e, claro, aumento da gordura corporal sem falar que passaram a comer muito mais. E, sim, alguns refris diet têm sacarina.

O tiro pode sair pela culatra. Talvez essa frase, que soa como um clichê, defina o que os consumidores de refrigerantes dietéticos tenham pensado ao deparar com as notícias nada abonadoras sobre a bebida, uma alternativa para quem não pode consumir açúcar ou precisa derrubar o ponteiro da balança. A bomba foi detonada por um estudo publicado no periódico científico americano Circulation.

Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares de 16 mil indivíduos de meia-idade por mais de nove anos. Seu objetivo era investigar a relação entre a dieta dessa gente toda e a ocorrência de síndrome metabólica, uma conjunção de problemas como resistência à insulina, colesterol ruim elevado, pressão arterial nas alturas e gordura abdominal, a popular barriga de chope.

No cômputo geral dos resultados, um achado surpreendente: os voluntários que bebiam uma lata de refrigerante diet por dia apresentaram um risco 34% maior de desenvolver a síndrome. Para ter idéia de como essa porcentagem pesa, o risco de quem costumava comer frituras foi, por incrível que pareça, só 25% maior.

Daí, é inevitável questionar: será que o refri dietético engorda? O que justificaria esse resultado? Existem pelo menos duas suposições, diz a SAÚDE! Lyn M. Steffen, uma das coautoras do estudo. O adoçante artificial usado seria o responsável, ou ainda algum outro comportamento associado ao consumo do refrigerante que não mensuramos, completa Lyn, que é nutricionista da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Na verdade, existem outras hipóteses, como você verá adiante. Mas a especulação sobre o adoçante, relatada por Lyn, ganhou fôlego depois da divulgação de outra pesquisa, assinada pela Universidade Purdue, também nos Estados Unidos. Os cientistas compararam dois grupos de roedores: a um deles foi oferecido iogurte adocicado com açúcar normal e, ao outro, o laticínio com um edulcorante artificial, a sacarina. Para resumir a ópera, os bichos que ficaram à base da segunda opção tiveram maior ganho de peso e, claro, aumento da gordura corporal sem falar que passaram a comer muito mais. E, sim, alguns refris diet têm sacarina.

Depois de duas semanas de iogurte, os pesquisadores da Universidade Purdue ofereceram aos ratos um pudim de chocolate. Os animais se refestelaram com a guloseima. E, satisfeito, o grupo à base de açúcar comeu menos iogurte na refeição seguinte, como se o organismo tivesse feito um ajuste em relação à enxurrada calórica do pudim. Já o segundo grupo não fez a compensação: caiu de boca no iogurte com adoçante. Além disso, antes e depois do banquete, os especialistas mediram a temperatura dos roedores, um marcador potencial da atividade do organismo. Na turma do edulcorante artificial, a temperatura não se elevou como nas cobaias alimentadas com o iogurte açucarado.

O organismo dos animais, e o dos humanos, se vale de pistas nos alimentos, como o sabor adocicado, para predizer a quantidade de calorias que será fornecida pela refeição, explica a SAÚDE! Susie Swithers, uma das autoras da experiência. Baseado nessas informações, o corpo processa de modo mais eficiente o que ingere. Porém, ao consumir alimentos como o iogurte com sacarina, essas respostas fisiológicas são reduzidas ou eliminadas, revela Susie. Assim, come-se em demasia e as calorias ainda são queimadas mais lentamente. Por essa tese, por trás do efeito engordativo de alguns refrigerantes diet estaria uma fome voraz, disparada pelo adoçante.

Outro ingrediente da bebida, porém, infla a suspeita de que ela pode contribuir para a expansão da cintura: o gás carbônico. E não estamos falando de um efeito imediato apenas aquele abdômen estufado logo depois de sorver o líquido gasoso. A questão é outra: o consumo contínuo de qualquer bebida com gás pode aumentar a área do estômago em até 50% como, aliás, constataram pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, que observou esse efeito em ratinhos. Essa expansão provoca uma diminuição da saciedade, explica o gastrenterologista José Roberto Ferreira Santiago, um dos autores. Ou seja, é preciso comer mais e mais até encher a barriga e enviar ao cérebro a mensagem de satisfação um efeito inverso ao da cirurgia para diminuir o estômago.

Os pesquisadores também verificaram um aumento nas taxas de triglicérides, uma gordura, no sangue das cobaias que tomaram água gasosa e, como o gás carbônico entra na fórmula dos refrigerantes, acreditam que o mesmo possa acontecer com esse tipo de bebida se ela for consumida além da conta. Mesmo diante de todos esses indícios, é preciso cautela. Ainda é precoce culpar o refrigerante diet pelo peso nas alturas. O que não dá para inocentar é a bebida rica em açúcar, afirma o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Ou seja, se gostar de refri, tome um diet mas beba (e coma) com moderação.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

OMS aponta as principais causas de morte


Sandra Pereira
Em todas as regiões do planeta, os homens de 15 a 60 anos correm maior risco de morte do que as mulheres na mesma faixa etária, apontou a OMS (Organização Mundial da Saúde), no relatório 'O estado da saúde mundial', lançado no dia 4 de outubro. As razões para a diferença na mortalidade entre os sexos estariam nos problemas cardíacos, de que os homens são as maiores vítimas, e na violência e conflitos sociais, sobretudo na América Latina, Oriente Médio e Europa oriental. O relatório, divulgado a cada cinco anos, traz informações sobre os 193 países-membros da OMS.

De acordo com a organização, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo, superando aids e tuberculose. No entanto, as infecções respiratórias matam mais nos países pobres, onde a malária também aparece com 3,3% do total de mortes. No bloco das nações mais ricas, a aterosclerose coronariana e o AVC são as principais causas de óbitos, seguidas de diferentes formas de câncer. Na África, a Aids continua ocupando o primeiro lugar no ranking das causas de mortes entre os adultos. Já os europeus dessa faixa etária morrem mais de doenças cardiovasculares e ferimentos.

O documento calcula que anualmente 10,4 milhões de crianças morrem no mundo, metade delas na África. Mas os dados variam muito quando analisados por região e escala de desigualdade. Na África, metade da população morre antes de completar 16 anos. Já nos países ricos, apenas 1% das mortes envolve jovens, porque a maior mortalidade é entre pessoas com mais de 60 anos.

A OMS informa ainda que, em 2004, ano de referência do relatório, 2 milhões de pessoas morreram de aids. O número deve atingir 2,4 milhões em 2012, mas, segundo a organização, as campanhas, o acesso a medicamentos e os programas de ajuda podem mudar essa tendência. No momento atual, a aids já não aparece entre as dez maiores causas de morte nos países ricos. Nos países mais pobres, o HIV ainda é a quarta maior causa de óbitos. No entanto, a organização revela que as mortes vinculadas à aids cairão para décimo lugar até 2030. Em contrapartida, as mortes por acidentes de automóveis com vítimas fatais vão aumentar de 1,3 milhão para 2,4 milhões e passarão a ser o quinto maior responsável por mortes no mundo.

Outro fator importante será o envelhecimento das populações, resultante do desenvolvimento econômico, afirma o estudo. O número de mortes por câncer vai aumentar e as doenças não-transmissíveis serão responsáveis por 75% das mortes no mundo. O câncer passará de 7,4 milhões de vítimas em 2004 para 11,8 milhões em 2030.

A violência também é identificada pelo relatório como fator que afeta a saúde da população, em especial na América Latina, em função do crescimento das mortes e traumas decorrentes dos conflitos sociais.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Selênio: essencial nofuncionamento da tireóide

Por Glaucia Duarte - Endocrinologia e metabologia
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O selênio é importante na nutrição humana e animal. Está presente em uma enzima antioxidante (glutationa peroxidase), que atua impedindo a formação excessiva de radicais livres e no controle de processos envolvendo estresse orgânico. Também é necessário na tireóide, atuando na conversão do hormônio T4 em sua forma mais ativa, T3. A ingestão recomendada a um adulto é de 55 a 70 mcg (microgramas) e as principais fontes nutricionais onde ele está presente são a castanha-do-Pará (que contém 120 mcg em apenas uma unidade), nos frutos do mar, aves e carnes vermelhas, além de nos grãos de aveia e no arroz integral.

Sua deficiência pode causar dores e sensibilidade muscular, alterações no pâncreas e, estudos relatam, maior suscetibilidade em alguns casos de câncer. Seu excesso, em contrapartida, provoca fadiga muscular, alterações vasculares, queda de cabelo, unhas fracas, alterações no esmalte dos dentes, dermatites e vômito.

Devido à sua ação no sistema imunológico, combatendo os danos causados pelo excesso de oxidação, o selênio está associado à modulação de processos inflamatórios, como a tiroidite pós-parto.

É uma doença caracterizada pelo hipertiroidismo seguida de hipotireoidismo, ambos transitórios ou permanentes. Ocorre em 5 a 9% das puérperas em até 12 meses pós-parto e é mais comum em mulheres já predispostas a desenvolver a doença, ou seja, que já tinham os anticorpos antitireodianos pré-existentes e, durante a gravidez, pelo aumento dos títulos destes auto-anticorpos, terminam com um distúrbio auto-imune precipitado por alterações imunológicas do puerpério.

Pesquisas mostram a persistência do hipotireoidismo em 20 a 30% dos casos. Em um estudo, realizado por Negro et al, 77 mulheres com anticorpos antitireoidianos foram suplementadas, durante e após a gestação, com 200 mcg de selênio ao dia.

A prevalência de tiroidite pós-parto foi menor naquelas que usaram a suplementação (28,6%) quando comparadas às que não suplementaram (48,6%). O autor concluiu que os resultados são promissores, mas ainda não se deve generalizar a suplementação como consenso a todas as gestantes, deverá ser uma indicação futura àquelas com sinais de tiroidite.

Mas, o que deve, sim, ser uma prática, é a dosagem de hormônios na gestação e no puerpério, fazendo um rastreamento preventivo da tiroidite pós-parto.

Dra. Glaucia Duarte é médica endocrinologista, doutorada em Endocrinologia e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), da Sociedade Latino Americana de Tireóide e do ICCIDD (International Council for the Control of Iodine Deficiency).

Para saber mais, acesse: http://draglauciaduarte.wordpress.com

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Estudo aponta que doenças do aparelho circulatório são as que mais matam no Brasil

da Agência Brasil

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde aponta que as chamadas doenças da modernidade são as que mais matam homens e mulheres no Brasil. A publicação "Saúde Brasil 2007" revela crescimento no número de mortes provocadas por doenças crônicas e violentas. As doenças do aparelho circulatório --associadas à má alimentação, ao consumo excessivo de álcool, ao tabagismo e à falta de atividade física-- lideram o ranking.

De acordo com o estudo, 283.927 pessoas morreram em 2005 por problemas do aparelho circulatório --32,2% do total de mortes registrado no ano.

No levantamento por regiões, as doenças do aparelho circulatório também são as que mais matam, com taxas de 33% no Sudeste, 32,9% no Sul, 31,9% no Nordeste, 31% no Centro-Oeste e 24,9% no Norte.

O perfil de mortalidade, segundo o ministério, revela mudanças provocadas, por exemplo, pela urbanização rápida. No passado, doenças infecciosas e parasitárias como as diarréias, a tuberculose e a malária estavam entre as principais causas de morte no país.

Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde indicam que, em 1930, as doenças infecciosas respondiam por cerca de 46% das mortes nas capitais brasileiras enquanto em 2003, tais doenças representavam apenas 5% do total de óbitos. Já as doenças cardiovasculares --que respondiam por apenas 12% na década de 30-- são apontadas pela pesquisa como as principais causas de morte em todas as regiões do país, responsáveis por quase um terço das mortes.

Ao detalhar as causas específicas, o levantamento indica que o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é o que mais mata --em 2005, foram mais de 90 mil. O número representa 31,7% das mortes decorrentes de problemas circulatórios e 10% do total de óbitos no país.

A segunda maior causa específica, de acordo com o ministério, é a Doença Isquêmica do Coração, com destaque para o infarto que, em 2005, matou 84.945 pessoas --9,4% do total de mortes do país.

Os dados utilizados na publicação foram coletados no SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) do Ministério da Saúde, que capta os óbitos ocorridos no país dentro ou fora de ambiente hospitalar e com ou sem assistência médica. De acordo com o ministério, a tendência de morte não varia muito em um curto período de tempo e as informações refletem a atual situação da mortalidade no país.

Em 2005, o SIM captou 1.006.827 óbitos em todo o país --um coeficiente de 5,5 mortes por mil habitantes. A base populacional utilizada foi a estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2005 --184.184.074 habitantes.

Pesquisadores afirmam que a alga Chlorella reduz a gordura corporal, colesterol total e os níveis de glucose no sangue

Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

Journal of Medicinal Food, Volume 11, Number 3
Journal of Medicinal Food, Volume 11, Number 3

Pesquisadores investigaram os efeitos da alga Chlorella em pessoas com fatores de risco para doenças decorrentes do modo e estilo de vida, concluindo que seus efeitos podem ser muito positivos. Na edição de setembro do Journal of Medicinal Food, pesquisadores de Kyoto, Japão, conduziram a pesquisa controlando, por testes bioquimicos, os efeitos da administração da chlorella nos pacientes pesquisados e confirmaram a redução dos percentuais de gordura corporal, colesterom total e níveis de glucose no sangue.

O estudo “Nutrigenomic Studies of Effects of Chlorella on Subjects with High-Risk Factors for Lifestyle-Related Disease” foi publicado no Journal of Medicinal Food, Volume 11, Number 3.

Abaixo transcrevemos o abstract e informações adicionais da Wikipédia.

Nota do EcoDebate: a auto-medicação pode ser extremamente prejudicial e deve ser evitada. Se os resultados desta pesquisa forem de interesse para sua saúde, consulte o seu médico e discuta a alternativa. A prescrição de qualquer medicamento, alopata, homeopata ou fitoterápico somente pode ser avaliada por um profissional qualificado, treinado para considerar e poderar as indicações, contra-indicações, efeitos colaterais e, eventualmente, os fatores de risco.

Nutrigenomic Studies of Effects of Chlorella on Subjects with High-Risk Factors for Lifestyle-Related Disease
Toru Mizoguchi, Isao Takehara, Tohru Masuzawa, Toshiro Saito, Yo Naoki. Journal of Medicinal Food. September 1, 2008, 11(3): 395-404. doi:10.1089/jmf.2006.0180.

Toru Mizoguchi
Sun Chlorella Corporation, Kyoto, Saitama, Japan

Isao Takehara
New Drug Development Research Center, Inc., Hokkaido, Saitama, Japan

Tohru Masuzawa
New Drug Development Research Center, Inc., Hokkaido, Saitama, Japan

Toshiro Saito
Life Science Group, Hitachi, Ltd., Saitama, Japan

Yo Naoki
Sun Chlorella Corporation, Kyoto, Saitama, Japan

ABSTRACT

In order to clarify the physiological effects of Chlorella intake on subjects with high-risk factors for lifestyle-related diseases, we conducted Chlorella ingestion tests on 17 subjects with high-risk factors for lifestyle-related diseases and 17 healthy subjects over a 16-week period, including a 4-week post-observation period. We conducted blood biochemical tests and analyzed gene expression profile in whole blood cells in the peripheral blood before and after Chlorella intake. We confirmed that in both groups, Chlorella intake resulted in noticeable reductions in body fat percentage, serum total cholesterol, and fasting blood glucose levels. Through gene expression analysis, we found that gene expression profiles varied with Chlorella intake and identified many genes that exhibited behavior such that after the completion of the intake period, expression levels returned to pre-intake expression ones. Among these were genes related to signal transduction molecules, metabolic enzymes, receptors, transporters, and cytokines. A difference in expression level was found between the two groups at the start of the tests, and we were able to identify genes with noticeable variance in expression level resulting from Chlorella intake in the high-risk factor group. These included genes involved in fat metabolism and insulin signaling pathways, which suggests that these pathways could be physiologically affected by Chlorella intake. There were clear variations in the expression profiles of genes directly related to uptake of glucose resulting from Chlorella intake, indicating that the activation of insulin signaling pathways could be the reason for the hypoglycemic effects of Chlorella.

Informações adicionais sobre a Chlorella na Wikipédia

Chlorella é um gênero de algas verdes unicelulares, do Filo Chlorophyta. De forma esférica, cerca de 2-10 ?m de diâmetro, sem flagelo. Chlorella contém os pigmentos verdes fotossintetizadores clorofila-a e -b em seu cloroplasto. Através da fotossíntese se multiplica rapidamente requerendo só dióxido de carbono, água, luz solar, e pequenas quantidades de minerais, para reproduzir-se.

O none Chlorella provém do grega chloros: verde; e do sufixo diminutivo latino ella: “pequeno”. O bioquímico alemão Otto Heinrich Warburg recibeu o Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1931 por seu estudo da fotossíntese na Chlorella.

Em 1961 Melvin Calvin da Universidade da Califórnia recebeu o Prêmio Nobel de Química por seu estudo sobre os caminhos da assimilação do CO,2 em plantas usando a Chlorella. Em anos recentes, investigadores têm feito uso menor de Chlorella como organismo experimental devido a suas faltas do ciclo de vida biológico e, além disso, o avanço nos estudos da genética.

Muita gente crê que Chlorella pode servir como uma fonte potencial de alimento e de energia devido a sua eficiência fotossintética, que pode alcançar teoricamente a 8 %,[1] que é comparável com outros cultivos altamente eficientes como a cana de açúcar. Também o faz atrativa fonte alimentar por sua alta proporção de proteína e outros nutrientes essenciais ao humano; seco, têm cerca de 45% de proteína, 20% de gorduras, 20% de carboidratos, 5% de fibras, 10% de minerais e vitaminas. Entretanto, devido a ser uma alga unicelular, seu cultivo apresenta enormes dificultades práticas para ser feito em grande escala. Os métodos de produção de biomassa estão començando a ser usados para seu cultivo em grandes depósitos artificiais.

Poluição aumenta alergias em crianças

O pesquisador Joachim Heinrich
Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

Exposição regular à poluição atmosférica, proveniente de tráfego, aumenta o risco de que as crianças desenvolvam alergias. Um estudo do infantis risco de desenvolver alergias por mais de 50 por cento, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores do German Research Center for Environment and Health do Institute of Epidemiology, em Munique, e publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, afirma que o risco de desenvolvimento de alergias aumenta em até 50%. “Estamos constantemente encontrando uma forte associação entre a distância até à estrada principal e a evolução das doenças alérgicas”, disse o pesquisador Joachim Heinrich, coordenador do estudo. “Crianças que vivem a menos de 50 metros de uma rua movimentada tiveram uma maior probabilidade de desenvolver sintomas alérgicos, comparadas às crianças que vivem mais distante.”

Há muito é reconhecido que os poluentes atmosféricos podem desencadear reações alérgicas graves e crises de asma, especialmente quando combinados com outros alérgenos, como pólen. Mas o estudo sugere que a exposição à poluição do ar deverá mesmo aumentar o risco das crianças se tornarem alérgicas, mesmo a substâncias não relacionadas à não-poluição.

Os pesquisadores examinaram os registros médicos de quase 2.900 crianças de 4 anos de idade e mais de 3.000 de seis anos de idade, que vivem em Munique, para diagnósticos de alergia ou asma. Eles então registraram a distância do domicílio da criança a partir de grandes eixos rodoviários, à época do nascimento e aos 2, 3 e 6 anos de idade.

Os pesquisadores também analisaram o teor de poluentes do ar em diferentes partes da cidade, com um enfoque sobre o que se crê serem os dois mais perigosos poluentes: dióxido de ozônio e partículas em suspensão.

Eles descobriram que o risco de desenvolver alergias aumentou de forma constante em uma criança que vivia mais perto de uma estrada principal, para um total de 50% maior de risco para uma para crianças que vivesse dentro de 50 metros de uma rua movimentada.

“[As crianças] que vivem muito perto de uma estrada principal são susceptíveis de serem expostas não só a uma maior quantidade de partículas e gases derivados de tráfego, mas também para uma emissão de aerossóis, que podem ser mais tóxicos”, disse Heinrich.

O acesso ao conteúdo integral do artigo é restrito a assinantes da revista, o qual encontra-se no link do artigo. Abaixo transcrevemos o abstract publicado. Para traduzir o texto utilize a barra de ferramentas de idiomas, no topo da matéria, logo abaixo do título e, na caixa de opções, selecione o idioma “Português”.

Atopic Diseases, Allergic Sensitization, and Exposure to Traffic-related Air Pollution in Children
American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine Vol 177. pp. 1331-1337, (2008)

Verena Morgenstern1, Anne Zutavern1,2, Josef Cyrys1,3, Inken Brockow4, Sibylle Koletzko2, Ursula Krämer5, Heidrun Behrendt6, Olf Herbarth7,8, Andrea von Berg9, Carl Peter Bauer4, H.-Erich Wichmann1,10 and Joachim Heinrich1 for the GINI Study Group* and the LISA Study Group*

1 Helmholtz Zentrum München, German Research Center for Environmental Health, Institute of Epidemiology, Munich, Germany; 2 Ludwig-Maximilians University of Munich, Dr. v. Hauner’s Children’s Hospital, Munich, Germany; 3 University Augsburg, WZU–Environmental Science Center, Augsburg, Germany; 4 Technical University Munich, Children’s Hospital, Munich, Germany; 5 Institut für Umweltmedizinische Forschung, Working Area Epidemiology, Düsseldorf, Germany; 6 Technical University Munich, Division of Environmental Dermatology and Allergy, ZAUM–Center for Allergy and Environment, Munich, Germany; 7 UFZ–Human Exposure Research and Epidemiology at the UFZ Leipzig-Halle, Leipzig, Germany; 8 Faculty of Medicine, Environmental Medicine and Environmental Hygiene, University of Leipzig, Leipzig, Germany; 9 Marien-Hospital Wesel, Wesel, Germany; and 10 Ludwig-Maximilians University of Munich, Institute of Medical Data Management, Biometrics and Epidemiology, Munich, Germany

Correspondence and requests for reprints should be addressed to Joachim Heinrich, Ph.D., Helmholtz Zentrum München, German Research Center for Environmental Health, Institute of Epidemiology, Ingolstaedter Landstrasse 1, D-85764 Neuherberg, Germany. E-mail: joachim.heinrich@helmholtz-muenchen.de

Rationale: In vitro studies, animal experiments, and human exposure studies have shown how ambient air pollution increases the risk of atopic diseases. However, results derived from observational studies are inconsistent.

Objectives: To assess the relationship between individual-based exposure to traffic-related air pollutants and allergic disease outcomes in a prospective birth cohort study during the first 6 years of life.

Methods: We studied 2,860 children at the age of 4 years and 3,061 at the age of 6 years to investigate atopic diseases and allergic sensitization. Long-term exposure to particulate matter (PM2.5), PM2.5 absorbance, and long-term exposure to nitrogen dioxide (NO2) was assessed at residential addresses using geographic information systems based regression models and air pollution measurements. The distance to the nearest main road was used as a surrogate for traffic-related air pollutants.

Measurements and Main Results: Strong positive associations were found between the distance to the nearest main road and asthmatic bronchitis, hay fever, eczema, and sensitization. A distance-dependent relationship could be identified, with the highest odds ratios (ORs) for children living less than 50 m from busy streets. For PM2.5 absorbance, statistically significant effects were found for asthmatic bronchitis (OR, 1.56; 95% confidence interval [CI], 1.03–2.37), hay fever (OR, 1.59; 95% CI, 1.11–2.27), and allergic sensitization to pollen (OR, 1.40; 95% CI, 1.20–1.64). NO2 exposure was associated with eczema, whereas no association was found for allergic sensitization.

Conclusions: This study provides strong evidence for increased risk of atopic diseases and allergic sensitization when children are exposed to ambient particulate matter.

Tecnologia agrícola: saúde ou doença? artigo de Gilberto Dupas

agricultura orgânica

Podemos sonhar com uma agricultura orgânica que gere mais saúde que doenças, produzindo comida de boa qualidade?

A ALIMENTAÇÃO humana, contaminada de agrotóxicos e pesticidas e alterada em sua natureza intrínseca pelo processamento radical, está sendo acusada por especialistas de ter sido transformada em uma máquina de fabricar doentes e gerar verdadeiras epidemias contemporâneas, como cânceres e diabetes.

Para complicar mais, para produzir comida exige-se agora que a agricultura dispute as terras disponíveis com os biocombustíveis necessários para mover outra praga global: a frota explosiva de automóveis.

Durante o século 19, as principais preocupações associadas a questões agrícolas e ambientais na Europa e na América do Norte eram o esgotamento da fertilidade das terras, a crescente poluição das cidades e o desflorestamento de continentes inteiros.

Com a exaustão dos fertilizantes naturais, agricultores europeus da época chegaram a invadir as regiões das batalhas de Waterloo e Austerlitz para buscar os ossos das catacumbas e espalhá-los moídos sobre seus campos. O primeiro barco carregado de guano peruano -esterco de aves marinhas- chegou a Liverpool em 1835; em 1847, já se importavam 222 mil toneladas anuais.

Por volta dos anos 1860, Marx havia se convencido da natureza insustentável da agricultura capitalista.

Suas contradições foram muito sentidas nos EUA com o bloqueio do guano peruano pelo monopólio britânico. O Decreto das Guano Islands, aprovado pelo Congresso em 1856, fez os norte-americanos se apossarem de quase 70 ilhas e arrecifes em todo o mundo. Com o esgotamento das reservas peruanas, foi necessário substituir o guano por nitratos chilenos. Essa sucessão de crises impulsionou os grandes avanços na ciência do solo, estimulando a revolução agrícola com a indústria de fertilizantes.

Continuavam, porém, preocupações crescentes com a “exaustão do solo” e o processo de destruição ecológica. Começaram, então, a ser utilizados nitrogênio, fósforo, potássio e os “superfosfatos” sintéticos.

Percebendo essa crise estrutural na fertilidade das terras, Marx acusou a agricultura capitalista de larga escala e a indústria de se unirem para empobrecer o solo e o trabalhador; a grande propriedade fundiária iria reduzindo a população agrícola a um mínimo e surgiria uma crescente população industrial amontoada nas cidades.

Para ele, era uma falha irreparável no processo interdependente do metabolismo social, prescrito pelas leis naturais; o sistema industrial e o amplo comércio aplicados à agricultura debilitariam os trabalhadores e ofereceriam aos produtores meios para exaurir o solo. As condições de sustentabilidade impostas pela natureza haviam sido violadas. Curioso que tal idéia se aproxime da noção atual de desenvolvimento sustentável.

A solução de Marx para essa grave questão era o tratamento racional da terra como propriedade comunal permanente, o que, porém, se mostrou um fracasso quando aplicado nas experiências de socialismo real. Foi a agricultura capitalista de larga escala -apoiada numa poderosa indústria global de agrotóxicos, fertilizantes, pesticidas e produtos químicos avançados- que acabou se impondo globalmente durante a segunda metade do século passado.

De fato, com essas tecnologias e manejos, o grande agronegócio global deu conta da oferta de alimentos básicos para crescentes populações mundiais; mas a qualidade dos produtos alimentares resultantes se degradou. Contaminados por pesticidas, antibióticos, hormônios e resíduos tóxicos, alimentos padronizados e suas cadeias protéicas deixam atrás de si um meio ambiente devastado.

Os transgênicos, última promessa da técnica, são ditos capazes de revolucionar o mundo dos alimentos. Mas seus riscos são omitidos, culturas tradicionais e variedades genéticas são destruídas, a padronização aumenta, a qualidade final é posta em dúvida, os efeitos sobre a saúde causam preocupações e a dependência tecnológica se concentra.

Será que podemos voltar a sonhar com uma agricultura orgânica que gere mais saúde que doenças, produzindo comida natural de boa qualidade, verduras e legumes sem agrotóxicos e não envenene terras cultiváveis e rios? Ou estaremos inevitavelmente condenados à esquizofrenia de uma civilização que alerta cada vez mais sobre o risco dos alimentos contaminados, mas obriga quem quiser ser saudável a procurar produtos orgânicos por mais que o dobro do preço?

GILBERTO DUPAS , economista, é coordenador geral do Grupo de Conjuntura Internacional da USP, presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais e autor de “O Mito do Progresso” e “O Incidente”, entre outras obras.

[EcoDebate, 05/11/2008]

Aumenta o número de medicamentos receitados para crianças

o3/11/2008, O Globo

CHICAGO - Cada vez mais crianças estão sendo medicadas para tratar doenças crônicas como asma e hiperatividade, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado nesta segunda-feira na edição de novembro da revista "Pediatrics". Entre 2002 e 2005, as receitas de medicamentos para tratar diabetes 2 dobraram, as de remédio para asma aumentaram mais de 46% , aquelas para tratamentos do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade cresceram 40% e as prescrições de drogas contra o colesterol subiram mais de 15%.

O estudo, baseado em registros de mais de 3,2 milhões de crianças entre 5 e 19 anos, foi realizado pela médica Donna Halloranm, do Instituto de Pesquisa Pediátrica, em Saint Louis, Douglas Mager, do Instituto de Saúde do Kansas, e Emily Cox, da empresa da área farmacêutica Express Scripts, que distribui medicamentos em todo o país.

Apesar de relacionarem o aumento no número de prescrições ao crescimento da incidência de doenças crônicas entre as crianças, os autores afirmam que a tendência pode refletir outros fatores como a maneira como os médicos vêem o uso de remédios em crianças. A equipe acrescentou que os programas federais que incentivam a pesquisa de medicamentos pediátricos geraram dados sobre segurança e eficácia que provavelmente deram aos médicos mais confiança para receitar este tipo de medicamento.

Novas pesquisas dizem que o bisfenol-A (BPA) pode provocar danos permanentes no cérebro das crianças

Há indícios crescentes de que a exposição pré-natal ao bisfenol-A (BPA) pode provocar alterações permanentes no cérebro das crianças, levando a mudanças comportamentais em fases posteriores da vida. Apesar desta evidência, a FDA (U S Food and Drug Administration) tem declarado que o BPA é perfeitamente seguro para consumo por gestantes, lactentes e crianças. A indústria química, obviamente, concorda totalmente com a FDA. Mas os peritos científicos criticam duramente posição da FDA para o público americano sobre a questão BPA. Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

O BPA é usado como ingrediente em produtos de plásticos policarbonatos, tais como mamadeiras e garrafas de água, porque permite que o plástico seja resistente e translúcido.

Um novo estudo divulgado em outubro sugere que a exposição materna ao bisfenol A (BPA) poderia eliminar ou diminuir a diferença de sexo em determinadas respostas comportamentais. O estudo contribui para uma crescente evidência que sugerindo que a exposição ao BPA afeta o cérebro.

Aqueles que têm acompanhado as discussões sobre a segurança do BPA devem ter notado que a Food and Drug Administration (FDA) e o National Toxicology Program (NTP), têm opiniões diferentes sobre a segurança química dos plásticos.

O NTP diz, em sua revisão global, que “O NTP tem alguma preocupação com efeitos no cérebro, comportamento, próstata em fetos, bebês e crianças, nos atuais índices de riscos do bisfenol A.”

A FDA afirmou, em agosto, porém, que o bisfenol-A não representa risco, baseada em provas disponíveis e sugeriu que mais pesquisas são necessárias para provar ou negar a noção de que o BPA é tóxico.

O problema, para os críticos, ocorre porque a FDA, em seu parecer liberado em agosto, optou por não considerar os estudos que encontraram efeitos nocivos para a saúde do BPA. Os críticos destacam, ainda, que a avaliação foi baseada, em grande parte, alguns estudos, com patrocínio da indústria, que não encontraram risco associado à exposição à substância química.

A indústria química defendeu o parecer do FDA.

Um dos pesquisadores que defenderam o bisfenol-A, Steven G. Hentges, da American Chemistry Council’s, foi citado como tendo dito que a avaliação da FDA, em agosto, é “coerente com as conclusões científicas e de outros órgãos governamentais em todo o mundo, tais como a Autoridade Européia de Segurança Alimentar , Saúde do Canadá, e NSF International, sendo que todas concluíram ou atualizaram suas avaliações este ano. Contamos com suas conclusões, que o plástico policarbonato e a resina epoxi são seguros para uso em aplicações com contatos alimentares.”

O que ele não mencionou é que o Canadá tomou a decisão de proibir mamadeiras de plástico contendo BPA e que vários estados dos EUA estão considerando criar legislações para limitar a utilização do BPA em embalagens alimentares. A FDA tinha a sua própria explicação sobre a proibição canadense, em nota divulgada na quarta-feira, 29/10.

A FDA disse que os reguladores canadenses “foram de excessiva precaução” e que a Saúde do Canadá, em sua avaliação do bisfenol-A em recém-nascidos e lactentes até 18 meses de idade, conclui que os níveis de exposição são inferiores aos níveis que poderiam causar efeitos na saúde.”

Independentemente desta posição da FDA, existem provas cumulativas de que o PBA é prejudicial.

Apenas em outubro deste ano, um estudo italiano [Effects of developmental exposure to bisphenol A on brain and behavior in mice] , publicado na Environmental Research (Volume 108, Issue 2, October 2008, Pages 150-157), mostraram que a exposição materna ao BPA, reduziu ou eliminou diferença de gênero em determinadas respostas comportamentais.

Diante das críticas crescentes, a FDA diz que pode iniciar a sua própria investigação no início de 2009, para determinar a toxicidade do BPA em bebês com menos de 1 mês de idade.

Não se sabe quando esses estudos poderiam ser concluídos e, enquanto isto, permanece ainda desconhecida a forma como a FDA teria de responder às crescentes evidências que sugerem que o BPA representa um risco para as crianças.

De uma forma ou outra, é crescente nos EUA, Canadá e Europa a rejeição dos consumidores a produtos com bisfenol-A. Mesmo nos EUA já são muito comuns os produtos, principalmente mamadeiras, rotulados como “BPA Free”. Muitos consumidores norte-americano já evitam recipientes plásticos com a marca impressa de reciclagem número ‘7′, já que muitos desses produtos contem BPA.

Aqueles que estão preocupados com o efeito da ABP pode considerar eliminando ou limitando a sua utilização de garrafas plásticas água e alimentos enlatados, um observador sugeriu saúde. Isto é muito utilizada químicas estrogênica na produção de plástico policarbonato, a simpática e transparente tipo utilizado para engarrafar água e resina epoxi forro alimentar e de bebidas em latas e selantes dentários, de acordo com a NTP.

Embora o tema esteja em debate nos EUA, Canadá e Europa, continua ignorado no Brasil. Dela nada se fala por parte dos órgãos governamentais, da indústria ou dos órgãos de defesa do consumidor. O assunto também continua completamente ignorado pela grande mídia.

De qualquer forma, preferimos continuar a divulgar o debate sobre a segurança do bisfenol-A porque, cedo ou tarde, o assunto também entrará em pauta no Brasil, nem que seja porque a segurança e a saúde de nossas crianças é importante quanto seria nos nos EUA, Canadá e Europa.

Abaixo relacionamos matérias que já publicamos discutindo a segurança e os riscos do BPA, além de duas importantes fontes de consulta relativas às pesquisas e estudos internacionais já realizados.