da Agência Brasil
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde aponta que as chamadas doenças da modernidade são as que mais matam homens e mulheres no Brasil. A publicação "Saúde Brasil 2007" revela crescimento no número de mortes provocadas por doenças crônicas e violentas. As doenças do aparelho circulatório --associadas à má alimentação, ao consumo excessivo de álcool, ao tabagismo e à falta de atividade física-- lideram o ranking.
De acordo com o estudo, 283.927 pessoas morreram em 2005 por problemas do aparelho circulatório --32,2% do total de mortes registrado no ano.
No levantamento por regiões, as doenças do aparelho circulatório também são as que mais matam, com taxas de 33% no Sudeste, 32,9% no Sul, 31,9% no Nordeste, 31% no Centro-Oeste e 24,9% no Norte.
O perfil de mortalidade, segundo o ministério, revela mudanças provocadas, por exemplo, pela urbanização rápida. No passado, doenças infecciosas e parasitárias como as diarréias, a tuberculose e a malária estavam entre as principais causas de morte no país.
Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde indicam que, em 1930, as doenças infecciosas respondiam por cerca de 46% das mortes nas capitais brasileiras enquanto em 2003, tais doenças representavam apenas 5% do total de óbitos. Já as doenças cardiovasculares --que respondiam por apenas 12% na década de 30-- são apontadas pela pesquisa como as principais causas de morte em todas as regiões do país, responsáveis por quase um terço das mortes.
Ao detalhar as causas específicas, o levantamento indica que o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é o que mais mata --em 2005, foram mais de 90 mil. O número representa 31,7% das mortes decorrentes de problemas circulatórios e 10% do total de óbitos no país.
A segunda maior causa específica, de acordo com o ministério, é a Doença Isquêmica do Coração, com destaque para o infarto que, em 2005, matou 84.945 pessoas --9,4% do total de mortes do país.
Os dados utilizados na publicação foram coletados no SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) do Ministério da Saúde, que capta os óbitos ocorridos no país dentro ou fora de ambiente hospitalar e com ou sem assistência médica. De acordo com o ministério, a tendência de morte não varia muito em um curto período de tempo e as informações refletem a atual situação da mortalidade no país.
Em 2005, o SIM captou 1.006.827 óbitos em todo o país --um coeficiente de 5,5 mortes por mil habitantes. A base populacional utilizada foi a estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2005 --184.184.074 habitantes.
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