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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Poluição aumenta alergias em crianças

O pesquisador Joachim Heinrich
Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

Exposição regular à poluição atmosférica, proveniente de tráfego, aumenta o risco de que as crianças desenvolvam alergias. Um estudo do infantis risco de desenvolver alergias por mais de 50 por cento, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores do German Research Center for Environment and Health do Institute of Epidemiology, em Munique, e publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, afirma que o risco de desenvolvimento de alergias aumenta em até 50%. “Estamos constantemente encontrando uma forte associação entre a distância até à estrada principal e a evolução das doenças alérgicas”, disse o pesquisador Joachim Heinrich, coordenador do estudo. “Crianças que vivem a menos de 50 metros de uma rua movimentada tiveram uma maior probabilidade de desenvolver sintomas alérgicos, comparadas às crianças que vivem mais distante.”

Há muito é reconhecido que os poluentes atmosféricos podem desencadear reações alérgicas graves e crises de asma, especialmente quando combinados com outros alérgenos, como pólen. Mas o estudo sugere que a exposição à poluição do ar deverá mesmo aumentar o risco das crianças se tornarem alérgicas, mesmo a substâncias não relacionadas à não-poluição.

Os pesquisadores examinaram os registros médicos de quase 2.900 crianças de 4 anos de idade e mais de 3.000 de seis anos de idade, que vivem em Munique, para diagnósticos de alergia ou asma. Eles então registraram a distância do domicílio da criança a partir de grandes eixos rodoviários, à época do nascimento e aos 2, 3 e 6 anos de idade.

Os pesquisadores também analisaram o teor de poluentes do ar em diferentes partes da cidade, com um enfoque sobre o que se crê serem os dois mais perigosos poluentes: dióxido de ozônio e partículas em suspensão.

Eles descobriram que o risco de desenvolver alergias aumentou de forma constante em uma criança que vivia mais perto de uma estrada principal, para um total de 50% maior de risco para uma para crianças que vivesse dentro de 50 metros de uma rua movimentada.

“[As crianças] que vivem muito perto de uma estrada principal são susceptíveis de serem expostas não só a uma maior quantidade de partículas e gases derivados de tráfego, mas também para uma emissão de aerossóis, que podem ser mais tóxicos”, disse Heinrich.

O acesso ao conteúdo integral do artigo é restrito a assinantes da revista, o qual encontra-se no link do artigo. Abaixo transcrevemos o abstract publicado. Para traduzir o texto utilize a barra de ferramentas de idiomas, no topo da matéria, logo abaixo do título e, na caixa de opções, selecione o idioma “Português”.

Atopic Diseases, Allergic Sensitization, and Exposure to Traffic-related Air Pollution in Children
American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine Vol 177. pp. 1331-1337, (2008)

Verena Morgenstern1, Anne Zutavern1,2, Josef Cyrys1,3, Inken Brockow4, Sibylle Koletzko2, Ursula Krämer5, Heidrun Behrendt6, Olf Herbarth7,8, Andrea von Berg9, Carl Peter Bauer4, H.-Erich Wichmann1,10 and Joachim Heinrich1 for the GINI Study Group* and the LISA Study Group*

1 Helmholtz Zentrum München, German Research Center for Environmental Health, Institute of Epidemiology, Munich, Germany; 2 Ludwig-Maximilians University of Munich, Dr. v. Hauner’s Children’s Hospital, Munich, Germany; 3 University Augsburg, WZU–Environmental Science Center, Augsburg, Germany; 4 Technical University Munich, Children’s Hospital, Munich, Germany; 5 Institut für Umweltmedizinische Forschung, Working Area Epidemiology, Düsseldorf, Germany; 6 Technical University Munich, Division of Environmental Dermatology and Allergy, ZAUM–Center for Allergy and Environment, Munich, Germany; 7 UFZ–Human Exposure Research and Epidemiology at the UFZ Leipzig-Halle, Leipzig, Germany; 8 Faculty of Medicine, Environmental Medicine and Environmental Hygiene, University of Leipzig, Leipzig, Germany; 9 Marien-Hospital Wesel, Wesel, Germany; and 10 Ludwig-Maximilians University of Munich, Institute of Medical Data Management, Biometrics and Epidemiology, Munich, Germany

Correspondence and requests for reprints should be addressed to Joachim Heinrich, Ph.D., Helmholtz Zentrum München, German Research Center for Environmental Health, Institute of Epidemiology, Ingolstaedter Landstrasse 1, D-85764 Neuherberg, Germany. E-mail: joachim.heinrich@helmholtz-muenchen.de

Rationale: In vitro studies, animal experiments, and human exposure studies have shown how ambient air pollution increases the risk of atopic diseases. However, results derived from observational studies are inconsistent.

Objectives: To assess the relationship between individual-based exposure to traffic-related air pollutants and allergic disease outcomes in a prospective birth cohort study during the first 6 years of life.

Methods: We studied 2,860 children at the age of 4 years and 3,061 at the age of 6 years to investigate atopic diseases and allergic sensitization. Long-term exposure to particulate matter (PM2.5), PM2.5 absorbance, and long-term exposure to nitrogen dioxide (NO2) was assessed at residential addresses using geographic information systems based regression models and air pollution measurements. The distance to the nearest main road was used as a surrogate for traffic-related air pollutants.

Measurements and Main Results: Strong positive associations were found between the distance to the nearest main road and asthmatic bronchitis, hay fever, eczema, and sensitization. A distance-dependent relationship could be identified, with the highest odds ratios (ORs) for children living less than 50 m from busy streets. For PM2.5 absorbance, statistically significant effects were found for asthmatic bronchitis (OR, 1.56; 95% confidence interval [CI], 1.03–2.37), hay fever (OR, 1.59; 95% CI, 1.11–2.27), and allergic sensitization to pollen (OR, 1.40; 95% CI, 1.20–1.64). NO2 exposure was associated with eczema, whereas no association was found for allergic sensitization.

Conclusions: This study provides strong evidence for increased risk of atopic diseases and allergic sensitization when children are exposed to ambient particulate matter.

Aumenta o número de medicamentos receitados para crianças

o3/11/2008, O Globo

CHICAGO - Cada vez mais crianças estão sendo medicadas para tratar doenças crônicas como asma e hiperatividade, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado nesta segunda-feira na edição de novembro da revista "Pediatrics". Entre 2002 e 2005, as receitas de medicamentos para tratar diabetes 2 dobraram, as de remédio para asma aumentaram mais de 46% , aquelas para tratamentos do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade cresceram 40% e as prescrições de drogas contra o colesterol subiram mais de 15%.

O estudo, baseado em registros de mais de 3,2 milhões de crianças entre 5 e 19 anos, foi realizado pela médica Donna Halloranm, do Instituto de Pesquisa Pediátrica, em Saint Louis, Douglas Mager, do Instituto de Saúde do Kansas, e Emily Cox, da empresa da área farmacêutica Express Scripts, que distribui medicamentos em todo o país.

Apesar de relacionarem o aumento no número de prescrições ao crescimento da incidência de doenças crônicas entre as crianças, os autores afirmam que a tendência pode refletir outros fatores como a maneira como os médicos vêem o uso de remédios em crianças. A equipe acrescentou que os programas federais que incentivam a pesquisa de medicamentos pediátricos geraram dados sobre segurança e eficácia que provavelmente deram aos médicos mais confiança para receitar este tipo de medicamento.

Novas pesquisas dizem que o bisfenol-A (BPA) pode provocar danos permanentes no cérebro das crianças

Há indícios crescentes de que a exposição pré-natal ao bisfenol-A (BPA) pode provocar alterações permanentes no cérebro das crianças, levando a mudanças comportamentais em fases posteriores da vida. Apesar desta evidência, a FDA (U S Food and Drug Administration) tem declarado que o BPA é perfeitamente seguro para consumo por gestantes, lactentes e crianças. A indústria química, obviamente, concorda totalmente com a FDA. Mas os peritos científicos criticam duramente posição da FDA para o público americano sobre a questão BPA. Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

O BPA é usado como ingrediente em produtos de plásticos policarbonatos, tais como mamadeiras e garrafas de água, porque permite que o plástico seja resistente e translúcido.

Um novo estudo divulgado em outubro sugere que a exposição materna ao bisfenol A (BPA) poderia eliminar ou diminuir a diferença de sexo em determinadas respostas comportamentais. O estudo contribui para uma crescente evidência que sugerindo que a exposição ao BPA afeta o cérebro.

Aqueles que têm acompanhado as discussões sobre a segurança do BPA devem ter notado que a Food and Drug Administration (FDA) e o National Toxicology Program (NTP), têm opiniões diferentes sobre a segurança química dos plásticos.

O NTP diz, em sua revisão global, que “O NTP tem alguma preocupação com efeitos no cérebro, comportamento, próstata em fetos, bebês e crianças, nos atuais índices de riscos do bisfenol A.”

A FDA afirmou, em agosto, porém, que o bisfenol-A não representa risco, baseada em provas disponíveis e sugeriu que mais pesquisas são necessárias para provar ou negar a noção de que o BPA é tóxico.

O problema, para os críticos, ocorre porque a FDA, em seu parecer liberado em agosto, optou por não considerar os estudos que encontraram efeitos nocivos para a saúde do BPA. Os críticos destacam, ainda, que a avaliação foi baseada, em grande parte, alguns estudos, com patrocínio da indústria, que não encontraram risco associado à exposição à substância química.

A indústria química defendeu o parecer do FDA.

Um dos pesquisadores que defenderam o bisfenol-A, Steven G. Hentges, da American Chemistry Council’s, foi citado como tendo dito que a avaliação da FDA, em agosto, é “coerente com as conclusões científicas e de outros órgãos governamentais em todo o mundo, tais como a Autoridade Européia de Segurança Alimentar , Saúde do Canadá, e NSF International, sendo que todas concluíram ou atualizaram suas avaliações este ano. Contamos com suas conclusões, que o plástico policarbonato e a resina epoxi são seguros para uso em aplicações com contatos alimentares.”

O que ele não mencionou é que o Canadá tomou a decisão de proibir mamadeiras de plástico contendo BPA e que vários estados dos EUA estão considerando criar legislações para limitar a utilização do BPA em embalagens alimentares. A FDA tinha a sua própria explicação sobre a proibição canadense, em nota divulgada na quarta-feira, 29/10.

A FDA disse que os reguladores canadenses “foram de excessiva precaução” e que a Saúde do Canadá, em sua avaliação do bisfenol-A em recém-nascidos e lactentes até 18 meses de idade, conclui que os níveis de exposição são inferiores aos níveis que poderiam causar efeitos na saúde.”

Independentemente desta posição da FDA, existem provas cumulativas de que o PBA é prejudicial.

Apenas em outubro deste ano, um estudo italiano [Effects of developmental exposure to bisphenol A on brain and behavior in mice] , publicado na Environmental Research (Volume 108, Issue 2, October 2008, Pages 150-157), mostraram que a exposição materna ao BPA, reduziu ou eliminou diferença de gênero em determinadas respostas comportamentais.

Diante das críticas crescentes, a FDA diz que pode iniciar a sua própria investigação no início de 2009, para determinar a toxicidade do BPA em bebês com menos de 1 mês de idade.

Não se sabe quando esses estudos poderiam ser concluídos e, enquanto isto, permanece ainda desconhecida a forma como a FDA teria de responder às crescentes evidências que sugerem que o BPA representa um risco para as crianças.

De uma forma ou outra, é crescente nos EUA, Canadá e Europa a rejeição dos consumidores a produtos com bisfenol-A. Mesmo nos EUA já são muito comuns os produtos, principalmente mamadeiras, rotulados como “BPA Free”. Muitos consumidores norte-americano já evitam recipientes plásticos com a marca impressa de reciclagem número ‘7′, já que muitos desses produtos contem BPA.

Aqueles que estão preocupados com o efeito da ABP pode considerar eliminando ou limitando a sua utilização de garrafas plásticas água e alimentos enlatados, um observador sugeriu saúde. Isto é muito utilizada químicas estrogênica na produção de plástico policarbonato, a simpática e transparente tipo utilizado para engarrafar água e resina epoxi forro alimentar e de bebidas em latas e selantes dentários, de acordo com a NTP.

Embora o tema esteja em debate nos EUA, Canadá e Europa, continua ignorado no Brasil. Dela nada se fala por parte dos órgãos governamentais, da indústria ou dos órgãos de defesa do consumidor. O assunto também continua completamente ignorado pela grande mídia.

De qualquer forma, preferimos continuar a divulgar o debate sobre a segurança do bisfenol-A porque, cedo ou tarde, o assunto também entrará em pauta no Brasil, nem que seja porque a segurança e a saúde de nossas crianças é importante quanto seria nos nos EUA, Canadá e Europa.

Abaixo relacionamos matérias que já publicamos discutindo a segurança e os riscos do BPA, além de duas importantes fontes de consulta relativas às pesquisas e estudos internacionais já realizados.