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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Série do Globo Repórter tudo a ver

Eis uma série de reportagens do Globo Repórter selecionadas pala shiatsuterapêuta Karen Sasada Sato que têm tudo a ver com o trabalho aqui na Academia de Saúde Honno!

http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20462-3-333362,00.html (DO-IN)

http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20462-3-333354,00.html (GINÁSTICA CHINESA - Lian Kung)

http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20462-3-333352,00.html (ACUPUNTURA ANALGÉSICA - Craniopuntura de Yamamoto)

http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20462-3-333351,00.html (ACUPRESSÃO AJUDA VÍTIMAS DA ENCHENTE DE SANTA CATARINA)

http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20462-3-333350,00.html (MEDICINA ANTROPOSÓFICA)

http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20159-3,00.html (
ALIMENTAÇÃO VIVA - SET/2008)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Pesquisadores afirmam que a alga Chlorella reduz a gordura corporal, colesterol total e os níveis de glucose no sangue

Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

Journal of Medicinal Food, Volume 11, Number 3
Journal of Medicinal Food, Volume 11, Number 3

Pesquisadores investigaram os efeitos da alga Chlorella em pessoas com fatores de risco para doenças decorrentes do modo e estilo de vida, concluindo que seus efeitos podem ser muito positivos. Na edição de setembro do Journal of Medicinal Food, pesquisadores de Kyoto, Japão, conduziram a pesquisa controlando, por testes bioquimicos, os efeitos da administração da chlorella nos pacientes pesquisados e confirmaram a redução dos percentuais de gordura corporal, colesterom total e níveis de glucose no sangue.

O estudo “Nutrigenomic Studies of Effects of Chlorella on Subjects with High-Risk Factors for Lifestyle-Related Disease” foi publicado no Journal of Medicinal Food, Volume 11, Number 3.

Abaixo transcrevemos o abstract e informações adicionais da Wikipédia.

Nota do EcoDebate: a auto-medicação pode ser extremamente prejudicial e deve ser evitada. Se os resultados desta pesquisa forem de interesse para sua saúde, consulte o seu médico e discuta a alternativa. A prescrição de qualquer medicamento, alopata, homeopata ou fitoterápico somente pode ser avaliada por um profissional qualificado, treinado para considerar e poderar as indicações, contra-indicações, efeitos colaterais e, eventualmente, os fatores de risco.

Nutrigenomic Studies of Effects of Chlorella on Subjects with High-Risk Factors for Lifestyle-Related Disease
Toru Mizoguchi, Isao Takehara, Tohru Masuzawa, Toshiro Saito, Yo Naoki. Journal of Medicinal Food. September 1, 2008, 11(3): 395-404. doi:10.1089/jmf.2006.0180.

Toru Mizoguchi
Sun Chlorella Corporation, Kyoto, Saitama, Japan

Isao Takehara
New Drug Development Research Center, Inc., Hokkaido, Saitama, Japan

Tohru Masuzawa
New Drug Development Research Center, Inc., Hokkaido, Saitama, Japan

Toshiro Saito
Life Science Group, Hitachi, Ltd., Saitama, Japan

Yo Naoki
Sun Chlorella Corporation, Kyoto, Saitama, Japan

ABSTRACT

In order to clarify the physiological effects of Chlorella intake on subjects with high-risk factors for lifestyle-related diseases, we conducted Chlorella ingestion tests on 17 subjects with high-risk factors for lifestyle-related diseases and 17 healthy subjects over a 16-week period, including a 4-week post-observation period. We conducted blood biochemical tests and analyzed gene expression profile in whole blood cells in the peripheral blood before and after Chlorella intake. We confirmed that in both groups, Chlorella intake resulted in noticeable reductions in body fat percentage, serum total cholesterol, and fasting blood glucose levels. Through gene expression analysis, we found that gene expression profiles varied with Chlorella intake and identified many genes that exhibited behavior such that after the completion of the intake period, expression levels returned to pre-intake expression ones. Among these were genes related to signal transduction molecules, metabolic enzymes, receptors, transporters, and cytokines. A difference in expression level was found between the two groups at the start of the tests, and we were able to identify genes with noticeable variance in expression level resulting from Chlorella intake in the high-risk factor group. These included genes involved in fat metabolism and insulin signaling pathways, which suggests that these pathways could be physiologically affected by Chlorella intake. There were clear variations in the expression profiles of genes directly related to uptake of glucose resulting from Chlorella intake, indicating that the activation of insulin signaling pathways could be the reason for the hypoglycemic effects of Chlorella.

Informações adicionais sobre a Chlorella na Wikipédia

Chlorella é um gênero de algas verdes unicelulares, do Filo Chlorophyta. De forma esférica, cerca de 2-10 ?m de diâmetro, sem flagelo. Chlorella contém os pigmentos verdes fotossintetizadores clorofila-a e -b em seu cloroplasto. Através da fotossíntese se multiplica rapidamente requerendo só dióxido de carbono, água, luz solar, e pequenas quantidades de minerais, para reproduzir-se.

O none Chlorella provém do grega chloros: verde; e do sufixo diminutivo latino ella: “pequeno”. O bioquímico alemão Otto Heinrich Warburg recibeu o Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1931 por seu estudo da fotossíntese na Chlorella.

Em 1961 Melvin Calvin da Universidade da Califórnia recebeu o Prêmio Nobel de Química por seu estudo sobre os caminhos da assimilação do CO,2 em plantas usando a Chlorella. Em anos recentes, investigadores têm feito uso menor de Chlorella como organismo experimental devido a suas faltas do ciclo de vida biológico e, além disso, o avanço nos estudos da genética.

Muita gente crê que Chlorella pode servir como uma fonte potencial de alimento e de energia devido a sua eficiência fotossintética, que pode alcançar teoricamente a 8 %,[1] que é comparável com outros cultivos altamente eficientes como a cana de açúcar. Também o faz atrativa fonte alimentar por sua alta proporção de proteína e outros nutrientes essenciais ao humano; seco, têm cerca de 45% de proteína, 20% de gorduras, 20% de carboidratos, 5% de fibras, 10% de minerais e vitaminas. Entretanto, devido a ser uma alga unicelular, seu cultivo apresenta enormes dificultades práticas para ser feito em grande escala. Os métodos de produção de biomassa estão començando a ser usados para seu cultivo em grandes depósitos artificiais.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Os Sinais do corpo

Bons Fluidos, Setembro de 2008
Descubra o que seu corpo tem a dizer sobre você
Texto • Giuliano Agmont e Ana Holanda

O terapeuta percorre o corpo com as mãos. Os movimentos são leves e contínuos. O terreno é desconhecido, mas o tato vai lhe dar as respostas para a dor de cabeça constante, o inchaço no joelho, a nuca rígida. E, do mesmo jeito que as mãos encontram o início desses nós, são elas também que, por meio de toques firmes e sutis, desatam os emaranhados. Esse é o princípio da microfisioterapia, um método recém-chegado ao Brasil e uma novidade capaz de auxiliar os que sofrem de dores dos mais variados tipos.

Nesse método, o terapeuta identifica o que ele denomina de cicatrizes esquecidas pela mente – fatos do passado –, mas gravadas pelo corpo. As marcas são feixes nervosos que se enrijecem. As cicatrizes podem ser geradas ou herdadas. “A idéia é identificar a fase em que o trauma aconteceu com base na cicatriz. Temos um mapa que divide o organismo por períodos: fetal, infância, adolescência e fase adulta. Depois disso, buscamos a correspondência desse período com as vértebras da coluna”, explica a fisioterapeuta Daniela Vitorino Mingues. “Estabelecidos os elos, executamos uma estimulação simultânea nos dois pontos para fazer com que o corpo reaja.”

A microfisioterapia veio se somar a tantas outras terapias que têm no corpo seu aliado e usam a dor como sinalizador, que nos guia para a origem do problema. Por exemplo: a dor de estômago permanente pode ser um alerta sobre a dificuldade em lidar com a raiva, e a insônia ressoa mágoa e tristeza guardadas.

É preciso ouvir os sinais
Seria bom se, assim como os terapeutas corporais, tivéssemos a percepção de que a dor é uma linguagem que pode ser decifrada. Isso porque o corpo, sábio, dá sinais de alerta antes que um determinado problema se configure na consciência. As terapias corporais, a dança e algumas linhas da psicologia defendem que nosso corpo expressa sentimentos, situações de vida, que nem sempre o cérebro tem coragem de revelar. Isso oferece uma poderosa ferramenta para quem busca se conhecer melhor.Então, que tal afinar a percepção e ouvir com toda a clareza o que seu corpo está tentando lhe dizer?

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Estresse na gravidez tem efeitos nocivos sobre filhos, diz estudo

BBC, 28 de outubro, 2008

Filhos de mães estressadas podem sofrer de ansiedade e depressão
Situações de estresse durante a gravidez podem ter efeitos nocivos sobre os filhos, de acordo com um novo estudo de pesquisadores israelenses.

A pesquisa da Escola de Farmácia da Universidade Hebraica de Jerusalém indica que o estresse na gravidez pode retardar o desenvolvimento das crianças e provocar problemas de aprendizagem e de atenção, ansiedade, sintomas depressivos e até mesmo autismo.

Em testes de laboratório realizados com ratos, os pesquisadores compararam os comportamentos de filhotes de mães estressadas com os de mães que não foram submetidas a situações de estresse.

Também foram comparados os resultados de diferentes situações de estresse e diferentes períodos da gestação.

Memória
Segundo a coordenadora da pesquisa, Marta Weinstock-Rosin, quando as ratas grávidas eram submetidas a situações estressantes, como sons irritantes, seus filhotes tinham sua capacidade de memória e de aprendizado prejudicadas.

Esses filhotes também apresentaram dificuldade maior de lidar com situações adversas, como a falta de comida por exemplo, do que aqueles cujas mães não haviam passado por situações estressantes.

Foram observados ainda sintomas de ansiedade e de comportamento depressivo nos filhotes de mães submetidas a estresse.

Segundo Weinstock-Rosin, todos esses sintomas verificados nos testes em laboratório podem ser observados em crianças cujas mães sofreram de estresse durante a gravidez.

Cortisol
Em pesquisas complementares, Weinstock-Rosin demonstrou os efeitos de níveis excessivos do hormônio cortisol, que é liberado pela glândula adrenal durante períodos de estresse e chega ao cérebro do feto durante estágios críticos de desenvolvimento.

Em condições normais, esse hormônio tem uma função benéfica de fornecer energia instantânea.
De acordo com Weinstock-Rosin, porém, esse efeito benéfico só ocorre quando o hormônio é liberado em doses pequenas e por um curto período de tempo.

Em situações de grande estresse, as altas doses desse hormônio que atingem o cérebro do feto podem causar mudanças funcionais e estruturais.

Gravidez saudável
Segundo Weinstock-Rosin, níveis acima do normal de cortisol em humanos também podem estimular a liberação de outro hormônio da placenta que causa partos prematuros - outro fator que pode afetar o desenvolvimento.

A pesquisadora afirma que ainda são necessários mais estudos e testes para avaliar outros possíveis efeitos de níveis de hormônio acima do normal em crianças.

No entanto, Weinstock-Rosin diz que o estudo demonstra que evitar o estresse é uma boa receita para uma gravidez saudável e para filhos saudáveis.

Os resultados da pesquisa serão apresentados em uma conferência em Jerusalém nos dias 29 e 30 de outubro.

O avanço da Psicoterapia Corporal

Mente e Cérebro
Seguidores de Wilhelm Reich desenvolveram abordagens hoje reconhecidas mundialmente como psicoterapias: bioenergética, biossistêmica, biossíntese e biodinâmica procuram o equilíbrio entre corpo, psique e sociedade.
por Rubens Kignel

Wilhelm Reich, o precursor do "corpo em psicoterapia", deixou um legado de importantes discípulos, a partir dos quais nasceu uma segunda geração de seguidores que ocupam lugar de destaque na psicoterapia brasileira e de vários países. São chamados de neo-reichianos pois se baseiam em conceitos e princípios criados por Reich, mas revistos, atualizados e influenciados por suas próprias pesquisas. Durante muitos anos o trabalho neo-reichiano foi considerado um campo paralelo à psicoterapia, mas hoje é reconhecido mundialmente como psicoterapia. Seu movimento de evolução e atualização foi muito vigoroso durante os últimos 30 anos. Vejamos algumas das principais abordagens e alguns de seus conceitos principais.

O trabalho de Reich sobre a "couraça muscular" foi desdobrado por Alexander Lowen e John Pierrakos, considerados os primeiros discípulos neo-reichianos. Ambos estudaram diretamente com Reich antes de trabalhar em colaboração. Por volta de 1950, desenvolveram uma técnica que denominaram "bioenergética", termo reichiano que significa energia biológica. Lowen e Pierrakos acabaram seguindo caminhos diferenciados apesar de terem mantido as mesmas bases e conceitos do mestre.

Lowen continuou com o trabalho da bioenergética, que acabou se transformando numa abordagem muito conhecida e reconhecida de trabalho psicocorporal. Um dos principais conceitos da bioenergética é o grounding, termo em inglês que significa "enraizamento", ou, em bom português, "pôr os pés no chão", "incorporar-se", "equilibrar-se", "cair na real", "estar em si e consigo mesmo". No princípio, grounding significava para ele o movimento energético da cabeça em direção ao pés, como forma de incorporação e autoconhecimento. Lowen partia do princípio reichiano de que os caracteres neuróticos, durante o ciclo do desenvolvimento, fixam-se energeticamente em algum ponto-chave do corpo, interrompendo o fluxo da energia. Esses pontos são chamados de anéis, e o bloqueio de energia ocorre desde muito cedo, durante os primeiros três meses, quando o bebê aprende a se defender principalmente com os olhos, evitando o contato ruim com o ambiente. O bloqueio, portanto, se estabelece nos olhos.

Mais tarde, na época do desenvolvimento da sexualidade, a interrupção do fluxo de energia se dá na pélvis.

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Rubens Kignel é psicoterapeuta, mestre em comunicação e semiótica pela PUC-SP, coordenador do curso de pós-graduação "O corpo em psicoterapia" (Unip), membro da Associação Brasileira de Psicoterapia e presidente do 7º Congresso Internacional de Psicoterapias Corporais, que acontece no Sesc Pompéia, em São Paulo, de 13 a 16 de outubro de 2005.

Inconsciente e impermanência

Mente e Cérebro
A busca pelo conhecimento de si e a abordagem holística do ser humano e do mundo são apenas alguns dos aspectos comuns entre psicanálise e budismo
por Benilton Bezerra Jr.

A busca pelo conhecimento de si e a abordagem holística do ser humano e do mundo são apenas alguns dos aspectos comuns entre psicanálise e budismo

Que pode haver em comum entre uma tradição religiosa de 25 séculos nascida na Índia uma sociedade de castas altamente hierarquizada e marcada pela visão holística do mundo e uma prática clínica inventada na Europa há pouco mais de 100 anos, surgida como expressão de uma cultura laica, racional e individualista? Se prestarmos atenção aos percursos históricos, aos vocabulários, a práticas e rituais e a certos objetivos específicos desses dois campos, podemos ver budismo e psicanálise como universos muito distintos: de um lado espiritualidade, contemplação e desapego ao eu, de outro teorias leigas, dispositivos clínicos e uma prática voltada para a ampliação da capacidade normativa do sujeito. No entanto, um olhar mais atento perceberá que por trás das aparentes diferenças há algumas afinidades muito importantes. Podemos citar pelo menos quatro.

O ponto de partida na experiência: tanto o budismo quanto a psicanálise partem da descrição e compreensão da experiência para desvelar a Natureza , o funcionamento do eu e para encontrar formas mais interessantes de lidar com os problemas. Aí se percebe um colorido fenomenológico comum a ambas as tradições porque seu centro (o que está sempre em questão, sendo observado e descrito) não é uma suposta natureza objetiva, acabada e independente é a experiência de si, do mundo, das relações com os outros, o modo como vivenciamos e interagimos com esses fenômenos.

A ênfase na ação: embora tenham produzido teorias complexas e arquiteturas conceituais muito sofisticadas, budismo e psicanálise são fundamentalmente saberes ligados a práticas, formas de intervir na existência. Tal como a filosofia era vista na Antigüidade, budismo e psicanálise são hoje instrumentos para agir no mundo, mais do que para simplesmente conhecê-lo. De ambos se poderia dizer o que o filósofo francês Georges Canguilhem disse a propósito da produção de conhecimento na medicina: o pathos precede o logos. É porque sofremos que somos instados a criar formas de descrever o eu, o mundo e a vida de modo que possamos transformar nossa existência, tornando-a mais interessante e digna de ser vivida.

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Benilton Bezerra Jr. é psiquiatra, psicanalista e professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

A vitória do tempo

Mente e Cérebro

A depuração das memórias e o uso constante da mente e do corpo são a melhor terapia para combater doenças degenerativas do envelhecimento.
por Sidarta Ribeiro

Poucas coisas são mais deploradas na cultura ocidental quanto o envelhecimento, sinônimo de fragilidade física e decadência mental. De fato, as grandes mudanças corporais que a idade traz são muitas vezes seguidas por doen-ças neurodegenerativas que terminam por conduzir à demência. Uma delas, o mal de Alzheimer, se caracteriza pelo acúmulo cerebral de neurofibrilas e placas compostas por proteínas tau e peptídeos beta-amilóides, respectivamente. A imunização contra peptídeos beta-amilóides é uma das possibilidades de cura para essa doença (Monsonego e Weiner, 2003, Science 302: 834-838).

Mais recentemente, experimentos com camundongos transgênicos demonstraram que os déficits de memória que acompanham a excessiva produção de proteína tau podem ser revertidos pela interrupção da sua síntese (Santacruz et al., 2005, Science 309: 476-481). Boas notícias chegam ainda de estudos sobre os hábitos de gêmeos idosos nos quais apenas um dos indivíduos apresenta demência; os resultados indicam que a intensa atividade intelectual retarda o aparecimento do Alzheimer (Crowe et al., 2003, J. Gerontol. Psychol. Sci. 58B: 249-255), reforçando a idéia de que o uso constante da mente e do corpo é a melhor terapia contra a erosão do tempo.

No entanto, mesmo superadas as patologias, o idoso parece fadado a se deparar com limites inflexíveis. Dizia Luiz Fernando Gouvêa Labouriau (1921-1996), primeiro bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e motor crucial da fisiologia vegetal no Brasil, que com o passar do tempo seu cérebro (poderoso, diga-se de passagem) parecia haver chegado ao limite de sua capacidade de armazenamento: para aprender o nome de um aluno novo, necessitava esquecer o nome científico de alguma planta. A brincadeira, proferida em tom sereno, expressava um leve inconformismo com o horizonte intelectual humano. Por ser um sistema finito, o cérebro possui um máximo de estocagem mnemônica, mesmo naqueles que escolhem exercitá-lo por toda a vida.

Mas se até o idoso mais sadio precisa contentar-se com a substituição de suas representações cognitivas em lugar da expansão mental fácil da juventude, que vantagem, utilidade ou beleza há na velhice? A resposta a esta pergunta importante encontra-se justamente na receptividade que Labouriau dedicava aos estudantes de todas as idades. Diante do dilema, Labouriau optava por se desprender da memória querida - o nome de uma planta - para cuidar da germinação de mais um jovem cientista em potencial. O investimento do mestre era a fundo perdido, mas para ele a chance de sucesso bastava. A troca de nomes sempre valeu a pena, pois fertilizava o mundo.

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Sidarta Ribeiro é Ph.D. em neurobiologia pela Universidade Rockefeller e pesquisador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN). Fez pós-doutorado na Universidade Duke (2000-2005) investigando as bases moleculares e celulares do sono e dos sonhos e o papel de ambos no aprendizado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Comunidade Honnō no Orkut:

Participe da comunidade 'Honnō' e fique por dentro das atividades, discussões e novidades do Sistema Honnō de Saúde e das técnicas e terapias da antiga Medicina Oriental.


Para ver a página da comunidade 'Honnō', acesse:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=68742381

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Comida viva (Globo Repórter)





Reportagem: Ismar Madeira (Campos do Jordão, São Paulo)

Prato do dia: verduras, legumes, frutas e sementes germinadas. É a comida viva!

"Eu tomava remédio para pressão e não tomo mais. Emagreci dez quilos com uma alimentação natural que qualquer um pode fazer em casa", conta o aposentado Orlando Asse dos Santos.

Não é milagre. É o resultado da orientação médica, que seu Orlando recebeu em um posto de saúde de Campos do Jordão, em São Paulo. Tudo de graça, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi com o médico Alberto Gonzalez, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que ele e muitos outros pacientes começaram a aprender que comida é remédio.

"Há influências bastante claras na obesidade, na constipação, na inflamação crônica, na dislipidemia – que é o desequilíbrio do colesterol –, nas doenças gastrointestinais e respiratórias e no diabetes", aponta Alberto Gonzalez.

Mas, afinal, o que é comida viva? A receita é simples: nada pode ser cozido, frito ou assado. Os alimentos são de origem vegetal. E para começar bem o dia, um suco poderoso.

Se uma pessoa que não tem uma doença diagnosticada nem se sente mal resolver experimentar esse alimento vivo, que resultados vai sentir?

"É muito importante que eu, me apresentando como médico, diga que alimento vivo é bom para quem está doente, mas o alimento vivo é uma alimentação para quem está sadio e quer se manter sadio", esclarece Alberto Gonzalez.

Decidi experimentar. Em dez dias, que resultados eu veria?

"Em dez dias, vai haver uma grande liberação de água do seu corpo. Muita água retida vai ser eliminada. Você também vai notar mudanças no âmbito da digestão e da disposição, principalmente após as refeições, Você vai se sentir muito bem disposto", adiantou Alberto Gonzalez.

Doutor Alberto troca o jaleco pelo avental. Hora de arregaçar as mangas e mostrar como se prepara o suco. "O grande equipamento é um liquidificador. Depois de tudo lavado, você começa a fazer o suco. Primeiro, picota o pepino. O pepino vai para perto da hélice, porque ele é um grande gerador de água. Aí vem a maçã. Vamos extrair a água do pepino, da maçã e das verduras orgânicas disponíveis com uma cenoura. E, finalmente, as sementes de girassol germinadas. Você pode usar só trigo, girassol, quinoa, gergelim, amêndoa. O ideal é a semente germinada”, ensina Alberto Gonzalez.

Este é o grande segredo da comida viva: grãos germinados. E se você já está se perguntando como vai fazer para conseguir essas sementes, não se preocupe.

"Em seguida, coamos. Fica uma massa consistente. É um coador de voal, que qualquer um pode ter. As pessoas com mais recursos usam uma centrífuga. É o café da manhã. É bom que seja um copo grande. Tem pão, manteiga, café e leite, só que em forma natural, viva e repleta de nutrientes vivos", ressalta Alberto Gonzalez.

Não é um suco ralinho, parece um leite ou algo muito cremoso. É em um casarão que doutor Alberto Gonzalez ensina receitas de alimentos vivos. Alguns pacientes são encaminhados para o local e aprendem que, além do suco, podem fazer pratos coloridos e saudáveis, como a caldeirada de frutos do mato.

Legumes ralados, picadinhos. Basta prensar os alimentos, uma técnica feita com as mãos, para controlar a temperatura da panela. Afinal, nos chamados alimentos vivos, legumes e verduras não podem ser cozidos.

"Se começar a queimar as mãos, tem que desligar. Se não queimar a mão, não vai queimar os alimentos também", explica uma funcionária do hospital.

“A carne é uma questão de herança cultural. Eu não vou chegar em uma aldeia de pescadores e dizer: parem de comer peixe. Comam o peixe, mas incluam na sua vida os alimentos que vêm da mãe terra. Porque eles vêm com a informação que você precisa", diz Alberto Gonzalez.

"Não posso dizer que sou vegetariano. Uma vez por mês eu não recuso um churrasquinho, mas também não sou escravo da alimentação. Como tudo que eu gosto, com uma certa regra", conta seu Orlando.

"Sempre digo que tudo que é verde faz bem para o que é vermelho. Quem está com doença cardiovascular volte-se para o reino vegetal. Alimente-se de tudo que é verde possível que a recuperação cardiovascular vem a reboque", aconselha Alberto Gonzalez.

Em casa, seu Orlando segue a orientação diariamente e faz questão de plantar suas verduras: "Eu aproveito qualquer cantinho. Uma jardineirinha da loja de R$ 1,99, um pouquinho de terra e brota um trigo bonito".

A grama de trigo usada no suco nasce de sementes comuns compradas no supermercado e simplesmente jogadas por seu Orlando na terra. "Todos os espaços, o quintal do vizinho, por exemplo, eu coloquei trigo há 15 dias e já está nascendo. Temos couve e outras hortaliças espalhadas no meio da vegetação. Uso de sete a oito qualidades para fazer o suco por dia", conta.

Será que é mesmo tão fácil assim? Nos dez dias em que testamos o suco também experimentamos a preparação dele, até em cozinhas de hotel. Se eu consegui, qualquer um consegue.

Mas, antes, é bom lembrar: estávamos no restaurante de um hotel na cidade turística de Campos do Jordão, e as tentações estavam servidas. Eram 9h. Eu jantei no dia anterior, às 20h30. Ou seja, havia mais de 12 horas. O estômago já estava reclamando. A mesa do café da manhã era farta. Em vez de optar por tudo o que eu normalmente comeria, fiquei só com as frutas e o suco verde.

Logo pegamos a estrada. Acompanhamos doutor Alberto Gonzalez até a casa de um paciente. A viola dá o tom. O lavrador Benedito Vicente da Rosa leva uma vida simples. Mora com a mulher no alto de uma colina, em um lugar onde não tem luz elétrica. Mas sobram ar puro e produtos tirados da terra sem agrotóxicos. Faltava saber como aproveitar todos os seus nutrientes. Foi o que seu Benedito aprendeu nas consultas pelo SUS. Visitas periódicas fazem parte do Programa de Saúde da Família.

Há um ano, o lavrador mal conseguia ir ao posto de saúde, por causa de uma trombose na perna esquerda, uma ferida enorme não cicatrizava.

"Estava muito machucado, era uma ferida só. Tinha um roxo que parecia uma lesão só. Tomei o suco e fechou tudinho, foi uma beleza. Eu já estava até desenganado", comemora o lavrador.

Doutor Alberto Gonzalez explica: "Os vasos da perna dele não chegavam até a intimidade do tecido, por conta do problema vascular. O suco promoveu o fenômeno denominado neovascularização, de crescer novos capilares onde não tinha".

Mas o médico alerta: "Se você está usando remédios e quer mudar para o suco, consulte um profissional médico. A pessoa que tem um problema grave de pressão arterial ou problema grave de perfusão sanguínea do próprio coração não pode parar de tomar o remédio. Eu trabalho usando remédios e o suco. Os remédios vão sendo tirados à medida que os resultados com o suco vão aparecendo. E isso depende da adesão do paciente".

Seu Benedito se empenhou de verdade para ver o resultado. Afinal, o que já seria difícil na cidade grande poderia até ser impossível para quem vive sem energia elétrica – sem um liquidificador.

"Tentei socar no pilão, mas espirrou muito. Tive que inventar outro modo. Daí, foi no ralador. Achei que foi importante", diz seu Benedito, que colhe os ingredientes, rala e espreme tudo com as mãos. "É um verdadeiro remédio. A perna sarou que é uma beleza! Não tem mais nada, está forte. Já estou imaginando até jogar bola. Eu gostava muito de jogar bola. Fazer isso todo dia é difícil, mas sem esforço ninguém consegue nada".

A germinação dos grãos é que dá força ao alimento, potencializa os nutrientes. É o que garante a mais antiga pesquisadora da comida viva no Brasil, a designer e professora Ana Branco, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). A primeira semente foi ela que plantou. Há 15 anos, Ana Branco reúne conhecimentos que ela passa adiante.

Preste atenção: é o passo-a-passo para você também aprender a germinar as sementes na sua casa.

"Colocamos a semente de girassol de molho na água. Vamos dormir e a semente vai acordar. São oito horas de molho na água. É o tempo de dormirmos e ela acordar. Na manhã do dia seguinte, jogamos a água fora e deixamos escorrendo em algum apoio por mais oito horas. Depois de oito horas de molho na água e oito horas no ar, é só darmos uma lavadinha antes de consumirmos. Podemos olhar o que aconteceu com a semente germinada. Dá para ver o narizinho que está nascendo. Nesse ponto, podemos consumir. Assim, comemos a energia vital contida nela. E ficamos forte que nem ela", diz Ana Branco.

Para ela, uma filosofia de vida que germinou e deu frutos. Muitos já aprenderam os segredos da alimentação viva em cursos e em uma feira na PUC-RJ.

"Nós começamos com o suco quando eu estava grávida da minha terceira filha. Meu marido faz o suco, fazemos para a família toda. Isso já acontece há três anos", conta a professora Rosana Cunha Pinto. "O grande barato é chamar as crianças para fazerem junto com você. Pede para uma pegar uma maçã, pede para outra segurar uma hortelã. E assim a gente vai cortando e preparando o alimento junto".

Eu bebi suco durante dez dias. E não foi difícil, mesmo fora de casa, dormindo em hotéis, comendo em restaurantes. Logo no primeiro dia, eu fiz exames de sangue que mostraram que a minha saúde vai muito bem. Taxas como colesterol e glicose, por exemplo, estão ótimas. E, por causa disso, eu resolvi não mudar mais nada na minha alimentação. No almoço e no jantar, continuei comendo o que estou acostumado e gosto: arroz, feijão, carne.

Mesmo assim, substituindo só café da manhã, o suco fez efeito. Perdi 2,1 quilos. Eu também senti outras mudanças que não podem ser medidas. A primeira: comecei a sentir menos fome nos últimos dias. E a segunda: mudança no apetite. Já não tenho tido mais tanta vontade de comidas pesadas. Pode ser resultado do suco.

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domingo, 10 de agosto de 2008

'Meditação aumenta criatividade e reduz estresse', diz instrutor

Especialistas citam os benefícios da técnica milenar.
Psiquiatra utiliza o método em pacientes do Hospital da Lagoa

Carolina Lauriano Especial para o G1, no Rio

Na semana em que o cineasta americano David Lynch está no Brasil para divulgar não um novo filme, mas seu livro, "Em águas profundas - Criatividade e meditação", fica a pergunta: meditar por quê? O que fez o premiado diretor adotar a prática há mais de trinta anos e, agora, escrever um livro sobre o assunto?

Em entrevista realizada no Projac na segunda-feira (4), Lynch disse que gostaria de levar a meditação para todas as escolas brasileiras. Ele acredita que isso acabaria com o estresse entre os jovens e livraria o país da violência.

No Brasil, outras celebridades também utilizam a prática no dia-a-dia. Segundo o professor e presidente da Sociedade Internacional de Meditação Transcendental no Rio de Janeiro, Kléber Tani, já fizeram parte da sua turma figuras como o judoca Flávio Canto, o cantor Moraes Moreira, a apresentadora de TV Cynthia Howlett e a atriz Julia Lemmertz. Tani diz que a lista de benefícios que a técnica proporciona para a mente e o corpo é imensa.

“Os efeitos podem ser observados em três ou quatro dias e são muitos. Em linhas gerais, a meditação aumenta a resistência ao estresse, reduz a pressão sanguínea, diminui a ansiedade, melhora a memória e a concentração, alivia a insônia e aumenta a criatividade - o que é a base para a criação de idéias revolucionárias”, diz o professor.

Prática pode ser realizada até em metrô

Num mundo tão apressado, violento e estressado, a meditação – técnica milenar trazida da Índia - deveria constar dos planos de quem deseja começar um novo estilo de vida.

Tani argumenta que qualquer pessoa pode aprender a técnica, desde uma criança com 5 anos até um idoso de 90. Além disso, a técnica pode ser praticada em qualquer lugar - só é preciso sentar e fechar os olhos. Nem mesmo um ambiente silencioso é necessário. E é por isso que a meditação é bem adaptada à rotina histérica da sociedade atual, já que, diz Tani, pode ser praticada em metrô, praça, avião ou no trabalho.

Meditação transcendental

O professor explica que existem vários tipos de meditação. A mais conhecida e a que ele pratica é a meditação transcendental, difundida pelo mundo há mais de 50 anos, pelo guru indiano Maharishi Mahesh Yogi.

O presidente da sociedade Internacional de Meditação no Rio lembra que Maharish, um físico e matemático, foi o desmistificador da meditação no Ocidente. Com respaldo científico, setores da área de saúde que tinham resistência e ceticismo passaram a adotar o método. "É importante lembrar que a meditação não exige religião, não é uma seita, não é um culto", diz Tani.

Segundo ele, o ideal é meditar duas vezes ao dia, durante 20 minutos. “Graças ao mantra, todas as qualidades da pessoa se expandem e, então, ela é capaz de alcançar um nível mais profundo da vida”, diz Tani. Mantra é instrumento para conduzir o pensamento - no caso da meditação transcendental, uma palavra ou um som que deve ser repetida por quem medita e deve ser mantida em segredo.

Outras técnicas

Professor e pesquisador há mais de 30 anos de temas ligados à meditação, Pedro Tornaghi, que coordenou o VI Congresso de Meditação do Rio de Janeiro nos dias 2 e 3 de agosto na PUC-Rio, não segue uma linha única. Ele ensina desde técnicas respiratórias à terapia dos chakras. Para ele, cada um deve optar pela técnica que combine mais com a sua personalidade.

"A meditação transforma o ser humano como um todo e permite à pessoa entrar em contato com as partes mais profundas da subjetividade. É como um mergulhador que coloca os óculos de mergulho e consegue ver as riquezas do fundo do mar. Ele enxerga coisas que ele nunca imaginou ver", diz Tornaghi.

É como se fosse uma faxina do subconsciente. De acordo com Tornaghi, o sistema nervoso fica mais equilibrado e, por isso, a meditação é importante aliada na cura de doenças.

Método aumenta a imunidade

Outro tipo da técnica é a meditação zen, que tem base nos ensinamentos budistas. O psiquiatra e chefe do Serviço de Saúde Mental do Hospital da Lagoa, Alcio Braz, concorda que a meditação é mais um instrumento para a cura de algumas doenças.

Responsável pelo templo zen do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, o médico conta que a idéia de implementar algumas dessas técnicas de tratamento no Hospital da Lagoa surgiu a partir da constatação da necessidade de se encontrar outras maneiras de ajudar os pacientes, além das medicações e métodos tradicionais.

“Recebo muitos pacientes com câncer, que estão em processo de quimioterapia e, consequentemente, com a parte psicológica muito abalada. Além do remédio, eu também ofereço a meditação, porque o paciente aprende a lidar melhor com a realidade. Além disso, devido ao relaxamento que as técnicas de respiração proporcionam, a meditação acaba aumentando também a imunidade. Definitivamente, o remédio não é 100% da cura.”

O psiquiatra explica que uma melhor aceitação da realidade leva a uma melhor aceitação aos tratamentos tradicionais, aumentando a tolerância aos efeitos colaterais dos medicamentos e a sua eficácia.

Meditação não é exoterismo

Segundo Braz, não é preciso ser budista para meditar, nem sequer conhecer o budismo. O psiquiatra dá o exemplo da história de um paciente que ele tratou há alguns anos e que era evangélico:

“Era um lavrador do interior de Minas, que estava internado há seis meses, aguardando por um transplante de pulmão. Ele aprendeu as técnicas da meditação zen no leito do hospital e, a partir de então, conseguiu aceitar melhor toda a situação, passou a receber visitas – antes nem os filhos ele queria receber – e até criou um sistema para ele ficar mais confortável com os tubos de respiração.”

Braz acredita que o auto-conhecimento através da prática da meditação pode trazer a capacidade de aceitar duras realidades e de cuidar melhor de si mesmo, dos outros e do meio ambiente, tornando o mundo um local menos difícil de viver.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Os alimentos mais saudáveis do mundo

Depois de uma extensa pesquisa, o nutricionista americano Jonny Bowden selecionou os ingredientes com maior valor nutricional, que realmente deveriam fazer parte de nossa dieta diária. Alguns são itens que jogamos fora, como as folhas da beterraba, outros, alimentos aos quais não prestamos muita atenção, como a canela

Thiago Cid para Época

Doutorado em nutrição pela Universidade Clayton pela Saúde Natural, o psicólogo Jonny Bowden dedica-se à pesquisa dos alimentos há duas décadas. Além do livro Os 150 Alimentos mais Saudáveis do Planeta, ele vai lançar, no fim do mês, a obra As Refeições Mais Saudáveis do Mundo. "Quero dizer às pessoas que é possível comer bem, sofisticadamente, explorando inúmeras nuances de sabor e ainda assim ser saudável", diz. Em entrevista a ÉPOCA, o autor explica como fez a extensa pesquisa que deu origem ao livro e revela quais são os alimentos menos saudáveis, dos quais devemos manter a maior distância possível.

ÉPOCA - O senhor dedicou muito de sua vida à pesquisa dos alimentos. Qual é sua relação com a comida?Jonny Bowden - A comida é como os amigos. Assim como há o tipo de amigo com quem você pratica esportes, há aqueles com quem você vai a museus, com quem você troca confidências. Assim são os alimentos. Alguns possuem altas concentrações de proteínas, mas são pobres em fibras. Alguns são ricos em antioxidantes, mas não possuem Omega 3.

Precisamos de uma grande variedade de alimentos - assim como de amigos - para conseguir tudo de que precisamos. O segredo é a variedade de bons alimentos. A minha lista (confira abaixo) considera alimentos que normalmente não pensamos em comer. É como um investidor que percebe a existência de uma boa aplicação que era subestimada e não fazia parte de sua carteira. Não quer dizer que são os melhores ou os únicos, mas são muito bons e não recebem a devida atenção.

ÉPOCA - Como o senhor fez a lista com os 150 alimentos mais saudáveis? Bowden - Meus assistentes e eu pegamos todos os alimentos naturais possíveis e comparamos seus valores nutricionais. Quais possuíam o maior nível de determinado nutriente, quais possuíam a maior variedade de nutrientes? Quais tinham baixos níveis de nutrientes? Fiz isso com todos os vegetais, todas as fontes de proteínas, todos os grãos - apesar de não haver muitos, selecionei os mais consumidos, com menor potencial para causar alergias e com um alto teor de proteínas. Baseados nesses parâmetros, fomos diminuindo a lista. Mas 150 alimentos é um número muito grande. Cotidianamente, as pessoas comem cerca de 10 a 15 alimentos apenas.

ÉPOCA - Quais são os melhores grãos? Bowden - Recomendo a quinua. Apesar de ser uma semente, e não um grão propriamente dito, tem o sabor e o preparo parecido com o de um grão. A quinua contém muitas fibras e proteínas. Também gosto de aveia integral, que tem muitas fibras, proteínas, altas concentrações de minerais e pouquíssimo açúcar.

ÉPOCA - Em que as pessoas devem prestar atenção na hora de comprar alimentos? Bowden - Você deve escolher alimentos que passaram por pouco ou nenhum beneficiamento depois da colheita. Quanto mais colorido, melhor, porque a cor é a forma como a natureza põe os nutrientes na comida. Azul, amarelo, verde, vermelho... As cores representam os componentes mais nutritivos dos alimentos.

ÉPOCA - Os alimentos orgânicos são sempre melhores? Bowden - Em um mundo ideal, os orgânicos serão sempre melhores. No mundo real, no entanto, as coisas não são necessariamente assim. Não sou tão radical quanto alguns nutricionistas. Primeiro, porque produtos orgânicos são sempre mais caros. Em segundo lugar, alguns alimentos - como o abacaxi e a banana - possuem cascas grossas como proteção, que são descartadas para o fruto ser comido. Nesse caso, não faz tanta diferença se o produto é orgânico ou não. Se eu tiver de gastar meu dinheiro com alimentos orgânicos, vou escolher aqueles mais propensos a acumular pesticidas, como morangos, tomates e verduras.

ÉPOCA - Além desses que o senhor mencionou, quais produtos orgânicos que você compra? Bowden - Além dos que citei, eu diria carne, peixe e café, porque podem conter níveis elevados de produtos químicos.

ÉPOCA - Por que as pessoas comem menos alimentos saudáveis do que deveriam? Bowden - Porque os alimentos industrializados têm um gosto muito bom. A indústria adiciona muito açúcar e sal nos alimentos, intensificando as nuances de sabor. Encontramos comidas com dosagens inconcebíveis de adoçantes e sal. São alimentos vendidos em qualquer lugar, com comerciais em todas as mídias possíveis. As pessoas são seduzidas pelo sabor, pelos estímulos sugeridos nos comerciais. Isso cria uma cultura em que essas comidas se tornam o padrão. É como um vício em drogas. Nos Estados Unidos, uma pessoa comum está exposta a 95 mil comerciais a cada ano, e a maioria deles é de comida.

ÉPOCA - Em seu livro, o senhor afirma derrubar vários mitos sobre a comida. Quais são eles? Bowden - Um é que carne é sempre ruim, outro é que soja é sempre bom. As comidas de soja encontradas nos EUA são muito diferentes das que fazem parte do cardápio oriental. A soja tem várias lacunas nutricionais. Não é porque a comida foi feita à base de soja que ela é saudável. Carne de soja, sorvete de soja. Não são comidas saudáveis nem prejudiciais. São alimentos neutros, cujo valor nutricional não é nada excepcional. Muitas pessoas comem alimentos feitos com soja pensando que estão proporcionando um grande bem ao organismo, mas na maior parte das vezes é puro marketing. Recomendo produtos de soja fermentados. Tudo que é natural e fermentado é bom, porque o processo de fermentação cria bactérias que são muito úteis ao organismo. Infelizmente a maior parte dos produtos de soja não é fermentada, mas industrializada. Não quer dizer que sejam alimentos ruins, mas não são exemplos de comidas nutritivas.

Confira a lista dos alimentos para os quais damos pouca atenção, mas deveriam freqüentar o nosso prato mais vezes.

1- Sardinha: é rica em proteínas e possui minerais essenciais, como magnésio, ferro e selênio, que têm ação anticancerígena. Esse tipo de peixe também ajuda o organismo a liberar o mercúrio e tem altas concentrações de omega 3, um tipo de gordura “boa”, essencial para o funcionamento do cérebro, do coração e para a redução da pressão arterial. As sardinhas são chamadas de “comida saudável em lata” por Bowden, que aconselha que sejam compradas as preservadas no próprio óleo ou em azeite, quando não puderem ser consumidas frescas.
2- Repolho: as folhas do vegetal contêm grandes concentrações de substâncias antioxidantes e anticancerígenas chamadas de indoles e sulforafanos. Uma pesquisa da Universidade de Stanford, nos EUA, apontou que o sulforafano é a substância química encontrada em plantas que mais eleva o nível de enzimas anticancerígenas no organismo.
3- Folha de beterraba: geralmente jogada fora, é rica em vitaminas, minerais e antioxidantes. Contém carotenóides, pigmento natural dos vegetais que ajuda a proteger os olhos contra o envelhecimento. Bowden também afirma que a beterraba em si também é um dos alimentos mais ricos que existem. As folhas podem ser comidas cruas na salada ou refogadas, como espinafre.
4- Açaí: em suco ou misturado à comida, como é feito no norte do país, o açaí é uma das frutas com maior concentração de antioxidantes. Também é rica em gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, que são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim e na prevenção de doenças cardíacas. Para Bowden, os brasileiros que não consomem a fruta freqüentemente desperdiçam a benção que a natureza lhes proporcionou.
5- Goiaba: rica em fibras, minerais e vitaminas. Também possui grandes quantidades de licopeno, o mais antioxidante entre todos os carotenóides. O licopeno auxilia na prevenção do câncer de próstata e reduz os riscos de surgimento de catarata e doenças cardiovasculares.
6- Cereja fresca: tem altas concentrações de antocianina, um antiinflamatório natural. Deve ser comida ao natural ou misturada com iogurte ou vitaminas.
7- Chocolate meio-amargo: rico em flavanóides, que diminuem a pressão sangüínea e promovem o bom funcionamento do sistema circulatório, tem altas concentrações de magnésio, um mineral importante para mais de 300 processos biológicos do organismo.
8- Frutas oleaginosas: são as castanhas, as nozes e as amêndoas. Bowden afirma que todas trazem inúmeros benefícios, apesar do elevado teor calórico. Possuem muitos minerais, proteínas e altos níveis de Omega 3 e Omega 9.
9- Canela: ajuda a controlar o nível de açúcar e de colesterol no sangue, o que previne o risco de doenças cardíacas. Para usufruir dos benefícios da especiaria, basta polvilhar um pouco de canela em pó no café ou no cereal matinal.
10- Semente de abóbora: é uma grande fonte de magnésio. Esse mineral é tão importante, explica Bowden, que estudiosos franceses concluíram que homens com altas taxas de magnésio no sangue têm 40% menos chances de sofrer uma morte prematura do que aqueles com baixos índices. Para consumi-las, toste-as no forno e coma-as por inteiro, inclusive com a casca, que é rica em fibras.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vida saudável muda ativação de genes em homens com câncer, diz estudo

Via G1 17/06/2008 - 14h15 - Atualizado em 17/06/2008 - 15h40

Pesquisa mostrou alteração positiva em mais de 500 trechos de DNA de pacientes.
Exercício físico, dieta melhorada e controle do estresse parecem ser responsáveis.


A ação benéfica de alimentação adequada, controle do estresse e exercício físico regular é capaz de mudar para melhor o sistema de ativação dos genes de uma pessoa, afirma um novo estudo. Pesquisadores americanos estudaram homens com câncer de próstata que alteraram seu estilo de vida e viram que o fenômeno afeta áreas "protetoras" de seu DNA.

Em estudo na revista científica "PNAS", Dean Ornish e seus colegas do Instituto de Pesquisa sobre Medicina Preventiva, na Califórnia, fizeram biópsias de próstata de 30 homens que são portadores de uma forma de baixo risco de câncer de próstata. Amostras obtidas quando a doença foi diagnosticada e outras retiradas três meses após a mudança no estilo de vida dos pacientes foram examinadas em busca de alterações moleculares importantes.

Os pesquisadores observaram uma alteração na expressão (grosso modo, o padrão de ativação ou desativação) de mais de 500 genes. Alguns trechos de DNA ligados à prevenção de doenças ficaram superativos, enquanto alguns dos chamados oncogenes, ligados à evolução do câncer, foram silenciados.

Segundo os pesquisadores, mais estudos são necessários para comprovar o efeito benéfico em pacientes com câncer e na população em geral.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cirurgião-pianista afirma que música cura gerando hormônio de crescimento

27/05/2008 - 18h20 - Atualizado em 27/05/2008 - 19h21

Pesquisa realizada por residente médico de Harvard desafia teorias estabelecidas.
Ironicamente, música poderia ajudar pacientes estimulando resposta de estresse.
David Dobbs Do 'New York Times' via G1
Foto: C.J. Gunther/NYT
C.J. Gunther/NYT
Ao piano, sua segunda (ou primeira?) paixão (Foto: C.J. Gunther/NYT)

Para Claudius Conrad, um cirurgião de 30 anos de idade que toca piano desde os cinco, música e medicina estão entrelaçadas — desde o mundo acadêmico até o nível da destreza necessária ao banco do piano e à mesa de operações.


“Se não toco por dois dias”, diz Conrad, um residente de terceiro ano em cirurgia na Escola Médica de Harvard que também possui doutorado em biologia de células-tronco e filosofia da música, “não consigo sentir as coisas tão bem quando estou em cirurgia. Minhas mãos não ficam tão suaves com o tecido. Elas não ficam tão sensíveis à reação que o tecido proporciona”.

Como muitos cirurgiões, Conrad diz trabalhar melhor quando escuta música. E cita estudos, incluindo alguns de autoria própria, que mostram a ajuda da música inclusive para os pacientes — trazendo relaxamento e reduzindo pressão sanguínea, batimentos cardíacos, hormônios do estresse, dores e a necessidade de medicamentos para a dor. Considerando-se que a música cura, como isso acontece? Os caminhos fisiológicos responsáveis mantêm-se obscuros, e a busca por um mecanismo de fundamento pouco tem se movido.

Agora Conrad está tentando mudar isso. Ele publicou recentemente um artigo provocador, sugerindo que a música pode exercer a cura e efeitos sedativos parcialmente por uma paradoxal estimulação de um hormônio de crescimento geralmente associado ao estresse.

Salto hormonal

Esse pulo nos hormônios de crescimento, diz John Morley, endocrinologista do Centro Médico da Universidade de St. Louis que não estava envolvido no estudo, “não é o que você esperaria, e não tem um significado precisamente claro”. Mas ele disse que isso levantou “algumas novas e admiráveis possibilidades sobre a fisiologia da cura”, e acrescentou: “E é claro que isso tem um tipo de círculo metafórico. Costumávamos falar do sistema neuroendócrino como sendo um tipo de maestro da orquestra de neurônios, conduzindo o sistema imunológico. Aqui nós temos música, estimulando esse maestro a iniciar o processo de cura”.

Recentemente, Conrad concentrou-se em mecanismos específicos que possam ajudar a explicar os efeitos da música no corpo. Em artigo publicado no último mês de dezembro no periódico "Critical Care Medicine", ele e colegas revelaram um elemento inesperado na resposta fisiológica à música em pacientes aflitos: um pulo no hormônio pituitário de crescimento, que é notoriamente crucial para a cura. “É um tipo de aceleração que produz um efeito calmante”, diz ele.

O estudo em si foi relativamente simples. Os pesquisadores colocaram fones de ouvido em 10 pacientes de tratamento intensivo em pós-cirúrgico, e na hora exatamente posterior à pausa nos sedativos, cinco deles foram tratados com gentis músicas de piano de Mozart, enquanto os cinco outros não ouviram nada.

Os pacientes que ouviram a música mostraram muitas reações esperadas por Conrad, com base em outros estudos: redução da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos, menor necessidade de analgésicos e uma queda de 20% em dois importantes hormônios do estresse, epinefrina e interleucina-6, ou IL-6. Entre essas reações esperadas estava a nova descoberta do estudo: um pulo de 50% no hormônio pituitário de crescimento.

Foto: C.J. Gunther/NYT
O médico se prepara para operar (Foto: C.J. Gunther/NYT)

Promoção da cura

Ninguém conduzindo esses estudos havia medido o hormônio de crescimento, cuja função inclui direcionar o crescimento, responder a ameaças ao sistema imunológico e promover a cura. Conrad o incluiu porque a pesquisa ao longo dos últimos cinco anos mostrou que o hormônio de crescimento geralmente aumenta com o estresse e diminui com o relaxamento.

“Isso significa que você espera que o HC, como epinefrina e IL-6, baixariam nesse caso”, diz Morley, da Universidade de St. Louis, sobre o hormônio. “Mas aqui ele aumenta. A questão é se o pulo no hormônio de crescimento efetivamente conduz o efeito sedativo, ou se é parte de alguma outra coisa que esteja acontecendo.”

Conrad argumenta que o hormônio de crescimento tem de fato um efeito sedativo. Em seu artigo, ele cita um estudo de 2005 que mostra o fator de liberação do hormônio de crescimento, um mensageiro químico que essencialmente chama os hormônios para o trabalho e reduz a atividade da interleucina-6. Isso sugere, diz ele, que o próprio hormônio de crescimento poderia reduzir os níveis de interleucina-6 e epinefrina que produzem inflamação e levam a dores e aumento da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos.

Essa explicação obteve reações diversas entre os pesquisadores do estresse.
“As duas dinâmicas não são necessariamente as mesmas,” diz Keith W. Kelley, um endocrinologista da Universidade de Illinois e perito em reações a inflamações. “Eu, pessoalmente, não compro o mecanismo celular específico que ele está propondo.”

"Intrigante"

Mas Kelley e outros peritos em reações ao estresse, incluindo Morley e o Dr. Bruce S. McEwen da Universidade Rockefeller em Nova York, dizem que o estudo de Conrad sugere claramente que um aumento nos hormônios de crescimento pode de alguma forma amortecer a inflamação e as reações ao estresse. “Essa é uma possibilidade realmente intrigante que merece uma olhada mais de perto,” diz McEwen.

Para Conrad, a descoberta oferece um tipo de elegância científico-musical: aqui, ao que parece, pode estar um paralelo hormonal ao poder da música de simultaneamente provocar e acalmar.

Conrad diz que espera expandir seu estudo dos efeitos da música no hormônio de crescimento em pacientes do tratamento intensivo. Ele também está planejando estudos, de certa forma similares, sobre como a música afeta o desempenho de um cirurgião.

Estudo comprova eficácia da yoga para melhorar dores crônicas nas costas

Pesquisadores americanos compararam técnica oriental com outros tipos de exercício.
Eficácia da yoga foi melhor que a dos demais; é importante ter professores especializados.
Luis Fernando Correia Especial para o G1

Um novo estudo demonstrou que a prática da yoga pode ser mais eficiente do que os exercícios convencionais para os que sofrem de dor nas costas.

Luís Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN

A pesquisa foi realizada por um grupo de cientistas da Universidade de Washington, em Seattle (EUA). As dores crônicas nas costas podem se tornar um fator limitante para os que sofrem desse mal, e que muitas vezes dependem de analgésicos para realizar suas atividades do dia-a-dia.

A prática de exercícios como maneira de aliviar as dores das costas está comprovada, porém até hoje não existiam estudos que demonstrassem superioridade de um tipo de exercício sobre outros. Os pesquisadores dividiram um grupo de cem pacientes com dor crônica nas costas em três grupos menores.

O primeiro grupo fez exercícios convencionais, como alongamento, treinamento de força e aeróbicos. O segundo participou de aulas de yoga e o terceiro somente recebeu orientações sobre cuidados. Após três meses, o grupo da yoga desempenhava melhor suas atividades diárias e também necessitou de doses menores de analgésicos. Os benefícios se mantiveram na reavaliação, seis meses após o início da pesquisa.

Os médicos alertam que, se alguém quiser optar pela yoga para tratar de suas dores, deve procurar um professor que esteja habituado a trabalhar com alunos com esse problema.

domingo, 6 de abril de 2008

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Percepções sobre o câncer

30/11/2007

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – Mais de 90% dos brasileiros reconhecem a necessidade de detecção precoce do câncer, mas poucos sabem quais exames devem ser feitos para detectar a doença nas fases iniciais. O fumo e a exposição ao sol são amplamente reconhecidos como fatores de risco, mas ainda é muito baixa a associação da prevenção ao câncer com a alimentação saudável.

Esses são alguns dos resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que entrevistou 2,1 mil pessoas nas regiões metropolitanas de todas as capitais do país. O objetivo foi conhecer as concepções do brasileiro em relação à doença.

No estudo, 71,96% dos entrevistados afirmaram saber o que é câncer. Apesar de 89,41% terem dito reconhecer a necessidade de detecção precoce para o sucesso do tratamento, significativos 17,6% declararam conhecer os exames necessários para a detecção precoce.

Foram citados o exame de próstata (11,68%), o ginecológico preventivo (13,52%), a mamografia (8,11%) e o exame das mamas pelo médico (9,79%). O auto-exame das mamas (2,48%), o de pele pelo médico (2,44%), o de sangue oculto nas fezes (1,6%) – importante para a detecção precoce do câncer de cólon – e o exame oral pelo dentista (0,97%) ficaram entre os menos citados.

“Fizemos a pesquisa para ver em que segmentos sociais temos que focar mais as campanhas, e também para refinar o conhecimento a respeito das percepções sobre o câncer. Uma coisa é saber o que pensa uma pessoa que tem a doença e outra é saber o que pensa a população em geral, especialmente em relação à prevenção, palavra-chave atualmente”, ressaltou o médico Luiz Antonio Santini, diretor do Inca.

A maioria dos entrevistados reconhece a importância da prevenção: 72,88% disseram que o câncer sempre pode ser prevenido, enquanto 11,09% apontaram que isso pode ocorrer em algumas situações. “Esse é um resultado positivo. Significa que estão prontos para adotar hábitos e alternativas de vida saudáveis, capazes de afastá-los de importantes fatores de risco. A pesquisa mostra um dado favorável e importante: a associação do cigarro à doença”, avaliou Santini.

Segundo ele, em relação aos exames e à prevenção, há ainda muitos obstáculos a serem vencidos. “Enquanto o câncer de colo de útero foi reduzido a um fator quase irrisório nos países mais ricos, no Brasil é a segunda causa de morte entre mulheres e o mais incidente em algumas regiões. A média de cobertura do exame de papanicolau é de 65%, enquanto o ideal seria 80%. Se separarmos entre população das cidades e do interior, veremos que, nas primeiras, a cobertura é de 80%, enquanto na segunda é bem menor. A população dos grandes centros está mais bem informada. Com essa pesquisa podemos direcionar a campanha a um público específico”, observou.

O estudo apontou também um desconhecimento sobre locais em que se pode fazer exames para detecção precoce: hospitais foram apontados por 43,39%, seguidos por clínicas (17,25%), postos de saúde (16,32%) e laboratórios (16,94%). “A porta de entrada do sistema de saúde são as unidades básicas ou primárias, os postos de saúde locais, onde são feitos os exames diagnósticos”, disse o diretor do Inca.

Quanto ao reconhecimento dos fatores de risco, os dados revelam que ainda há muito a avançar. O fumo e o excesso de exposição ao sol são os fatores de risco mais conhecidos, por 96,65% dos entrevistados. O número sobe para 100% na região Centro-Oeste e 98,04% na região Norte, seguidas pelas regiões Nordeste (97,15%), Sul (96,01%) e Sudeste (95,67%).

Já 92,41% indicaram o excesso de exposição ao sol como fator de risco. O índice mais alto foi verificado na região Centro-Oeste (97,42%). O consumo de bebidas alcoólicas em excesso foi reconhecido por 85,71% dos entrevistados.

A alimentação saudável e a prática de atividades físicas ainda não são identificadas como formas de prevenção ao câncer de forma expressiva. Dos entrevistados, 27,47% afirmam que a alimentação não tem relação com o câncer e 49,03% não relacionaram a falta de atividades físicas com o risco de adquirir a doença.

A maior parte dos entrevistados disse que o câncer pode ser tratado (78,77%) ou que, às vezes, pode ser tratado (14,74%). Apenas 4,60% afirmaram desconhecer tratamento para a doença.

Mais informações: www.inca.gov.br

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Corpo e mente saudáveis na 3a idade

Via Envolverde.

Especialistas do flat Residencial Santa Catarina, de São Paulo, toda semana dão 5 dicas sobre qualidade de vida para chegar bem à 3ª idade. Localizado a 50 metros da avenida Paulista, o Residencial é o primeiro flat de luxo do País focalizado no atendimento a moradores de Terceira Idade. Esta semana, Sheila Bigon Cunha, enfermeira chefe e gerontóloga da Unidade de Saúde do Residencial, apresenta cinco dicas para manter corpo e mente saudáveis na terceira idade.

1 – Descubra atividades que agucem seus talentos manuais ou que simplesmente dêem prazer aos realizá-las. Com isso, você caminhará na direção certa para obter maior equilíbrio espiritual e corporal.

2 – Amplie seu nível de contato com a natureza. A harmonia do mundo natural vai contagiar positivamente sua vida a partir de atividades simples como caminhadas em parques, banhos de cachoeira ou mar.

3 – Meditar é o melhor remédio preventivo para o corpo e a mente. Além de ajudar sua concentração e memória, as várias técnicas de meditação propiciam momentos únicos de encontro com o melhor que você tem.

4 – Abra sua casa para a vida. Harmonize o lugar onde mora abrindo portas e janelas para facilitar a circulação de ar e luz solar. Aproveite o movimento para se livrar de objetos antigos que tragam recordações desagradáveis. A circulação proporcionará uma sensação de bem estar.

5 - Atividade física é muito recomendada para a terceira idade, mas lembre-se de realizar um bom check-up antes de começar a se exercitar. Ainda que você só planeje caminhadas diárias, natação ou tai chi chuan, a avaliação prévia é importante.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Medicina Chinesa, tradicional ou complementar, porém sempre atual

Publicado em: 19/10/2005 na Secretaria de Saúde do Rio

As terapias da Medicina Tradicional Chinesa estão sendo cada vez mais incorporadas ao cotidiano das populações dos países do Ocidente. Nos EUA, considerado o país mais avançado da Medicina Moderna, estima-se que 40% da população procure este tipo de tratamento. O que significa este tipo de movimento? Na aparente contradição o fenômeno aponta para a busca de um novo paradigma.

Alguns aspectos da nossa saúde ainda não são compreendidos pelos avanços tecnológicos da medicina convencional. Esta, atendo-se a complexidade biomédica, considera apenas um aspecto do ser humano, isto é nosso corpo, nossos órgãos, nossos tecidos, nossa divisão micróscópica celular, nossos hormônios e enzimas, da bioqúimica e da forma como se manifesta a doença. É maravilhoso esse desvendar da nossa máquina, mas isto não parece explicar outro aspecto da nossa saúde, que não se observa , não se toca, não é demonstrado através do microscópio, não se mensura nos equipamentos mais sofisticados da nossa medicina laboratorial. São nossas percepções, pensamentos, emoções, sensibilidades, motivações e energia que movem nossa vida, numa unicidade, integrando corpo e mente.

Neste contexto, se não é uma elaboração de pensamento completo e perfeito, a Medicina Tradicional Chinesa, é um sistema de funcionamento lógico e inteligente para explicar como os fenômenos que ocorrem no nosso organismo de uma maneira dinâmica e contínua podem afetar nosso estado frágil de equilíbrio . Sobrevivendo durante cerca de 6000 anos, através de uma civilização mais antiga que ainda perdura até hoje, continua ela tão viva e eficaz para responder às demandas dos problemas de saúde tão contemporâneos como fibromialgia, processo hipertensivo arterial, transtorno de ansiedade generalizada, disfunções hormonais, transtornos funcionais urinários ou síndrome de cólon irritável. Explicações aparentemente simples e singelas, através de uma abordagem racional, são as bases teóricas utilizadas pela Medicina Chinesa.

Os conceitos tão antigos quanto os da cultura chinesa tentam explicar a nossa origem, nossa constituição, nossa insignificância diante do universo ou cosmo como diziam os chineses. Yin e Yang, Chi, energia principal que move nosso organismo, energia do Céu (ar que respiramos) e da Terra (fonte de alimentos que consumimos), movimento dos Cinco elementos(fogo, terra, metal, água e madeira), teoria nascida de uma observação da natureza para explicar todos os fenômenos que ocorrem em nossa volta, incluindo como funciona o nosso organismo. Outros constituintes básicos do nosso organismo como XUE (sangue), JING (essências), Ming Men (Portão da Vida), SHEN (onde concentra nossa atividade mental) e uma rede de canais energéticos. Essa última é a rede virtual dos canais denominados pelos franceses de MERIDIANOS, onde circula O Chi num fluxo contínuo. Estes canais virtuais, superando muito além dos órgãos anatômicos como sistemas circulatório ou nervoso, são verdadeiras "artérias energéticas" que impulsionam a vida do organismo.

Assim 4000 anos antes de Cristo, esta Medicina capaz na sua lógica de integralidade e unicidade, configurava as idéias , em outras linguagens simbólicas, tão atual como os conceitos hoje chamados de genética, imunologia, neurotransmissores. Sua racionalidade já desenhava os conceitos de etiopatogenia (causa de doença) e processo de fisiopatologia (modificações de funcionamento do corpo devido a doença), assim destacava-se sobre as causas das doenças. Os agentes exógenos chamados de fatores externos atualmente conhecidos como os do meio ambiente, e fatores internos que assumem a importância da questão mental nos processos de adoecimento. Identificava as doenças de proporções epidêmicas que chamavam de fatores pestilentos que possivelmente dizimavam as populações pela passagem de algum vírus novo de letalidade observada. Nesta classificação, já faziam parte as causas externas como ferimentos e fraturas por quedas e acidentes sobretudo no ''ambiente'' de trabalhos pesados nas construções e nas guerras, frequentes na época pois dezenas de reinos ainda não compunham a China unificada.

Os procedimentos utilizados para o diagnóstico, já advogavam uma anamnese (história)completa, exame clínico com inspeção (observação), ausculta e palpação, hoje quase o mesmo repertório é utilizado na semiologia da medicina moderna. Terapeuticamente falando, diversos recursos como alimentação correta, massagem (TUI NÁ), terapia de movimento (TAI CHI/LIAN GONG), exercícios de respiração, concentração e relaxamento (QI GONG), fitoterapia e acupuntura com aquecimento por moxa, indicam a hierarquização onde predomina a necessidade de tomarmos consciência da prevenção como hábito saudável e auto educação em promoção de saúde. Esse é um aspecto preventivo que a medicina chinesa trabalha para preservação da saúde. O mais importante de tudo isso é um conceito integrativo no qual não há espaço para fragmentação do organismo, a dualidade MENTE-CORPO, emoções e razão, energia e forma.

Cada vez mais, está ocorrendo essa troca de benefícios entre as diversas medicinas diferentes. As medicinas tradicionais, não têm como demonstrar com o rigor e a cientificidade da experimentação e da observação sistematizada, o que a moderna medicina ocidental realiza, nem competir com o trabalho avançado de classificação de doenças através de sintomas e sinais, uma vez que só os recursos tecnológicos atuais permitem esse avanço da biomedicina.

Compreendendo que no futuro deveria haver apenas única medicina, a complementaridade das medicinas tradicionais sobretudo a chinesa e outras práticas médicas como HOMEOPATIA, só poderá trazer mais benefícios para toda humanidade. Esse conceito de complementaridade e interdependência, tipicamente chinês poderá unir os aspectos positivos de várias medicinas na construção de uma integralidade do conceito de saúde.

Do ponto de vista clínico no entanto, um novo olhar para a mudança de perfil epidemiológico da demanda de pacientes redireciona a necessidade do processo de fusão entre as duas medicinas em futuro breve. Devendo continuar o aproveitamento do que há de bom nas duas, uma na procura e investigação precisa das doenças e a outra propondo um tratamento mais preventivo e simplificado, com menos efeitos colaterais para 80 % dos problemas de saude mais comuns, solucionáveis no cotidiano ambulatorial. Conhecendo as limitações das duas medicinas , ambas podem trabalhar em conjunto para a saúde dos homens. Se não curar , palavra um tanto forte na atualidade , temos a obrigação de aliviar e trabalhar para diminuir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida.