terça-feira, 7 de julho de 2009

Médico mostra como indústria de alimentos manipula paixão pela comida

30/6/2009

Livro estuda combinação de sabores que torna alimentos irresistíveis.
Para especialista, é possível treinar organismo para evitar excessos.

Como diretor da FDA (Food and Drug Administration), Dr. David A. Kessler serviu a dois presidentes e brigou com o congresso e com a indústria de tabaco. No entanto, o pediatra formado em Harvard descobriu ser impotente contra o poder de um cookie de chocolate.

Em um experimento, Kessler testou sua força de vontade ao comprar dois atraentes cookies de chocolate que ele não planejava comer. Em casa, ele se pegou olhando para os cookies, até mesmo distraído pela lembrança dos pedaços de chocolate enquanto saía do cômodo. Ele saiu de casa, e os cookies permaneceram intactos. Sentindo-se um vencedor, ele parou para tomar um café, viu cookies no balcão e devorou um.

"Por que aquele cookie de chocolate tem tanto poder sobre mim?", perguntou Kessler em uma entrevista. "É o cookie, a representação do cookie na minha mente? Passei sete anos tentando descobrir uma resposta."

O resultado do questionamento de Kessler é um livro novo fascinante, "The End of Overeating: Taking Control of the Insatiable American Appetite", lançado pela Rodale (em tradução livre "O Fim do Exagero: Controlando o Insaciável Apetite Americano").

Rótulo-padrão
Durante seus anos de trabalho na FDA, Kessler atuou fortemente, organizando a agência, pressionando por aprovações mais rápidas de medicamentos, e supervisionando a criação do rótulo-padrão nutricional nas embalagens de alimentos. Entretanto, Kessler talvez seja mais conhecido por seus esforços para investigar e regulamentar a indústria do tabaco, além de sua acusação de que fabricantes de cigarro manipularam intencionalmente o conteúdo de nicotina para aumentar a capacidade dos produtos de viciar o usuário.

No livro "The End of Overeating", Kessler descobre algumas similaridades na indústria de alimentos, que combina e cria comidas de tal forma que intercepta nosso circuito cerebral e estimula nosso desejo de querer mais.

Quando se trata de estimular o cérebro, observou Kessler, ingredientes individuais não são particularmente potentes. Porém, ao combinar gorduras, açúcar e sal em diversas formas, os fabricantes de alimentos basicamente interceptaram nosso sistema de recompensa cerebral, criando um círculo de retroalimentação que estimula nosso desejo de comer e nos deixa querendo mais e mais, mesmo estando satisfeitos.

Kessler não está convencido de que os fabricantes de alimentos entendem totalmente a neurociência das forças deflagradas por eles, mas essas empresas certamente entendem o comportamento, preferências de gosto e desejos humanos. Na verdade, ele oferece uma descrição de como restaurantes e fabricantes de alimentos manipulam ingredientes para chegar ao "ponto da felicidade". Alimentos que contêm açúcar, gordura ou sal em quantidades muito pequenas ou muito grandes são sem graça ou exagerados. No entanto, cientistas alimentares trabalham duro para encontrar o ponto exato a partir do qual extraímos o maior prazer da gordura, do açúcar e do sal.

Descendo fácil
O resultado é que cadeias de restaurantes, como a americana Chili, cozinham "alimentos hiper-saborosos que exigem pouca mastigação e descem facilmente", observa o pesquisador. Kessler relata que a barra de chocolate Snicker, por exemplo, "é extraordinariamente bem projetada". Enquanto a mastigamos, o açúcar dissolve, a gordura derrete e o caramelo prende os amendoins – assim, toda a combinação de sabores é prazerosamente sentida na boca ao mesmo tempo.

Alimentos ricos em açúcar e gordura são novidades relativamente recentes no mundo da alimentação, observou Kessler. Porém, hoje, os alimentos são mais que apenas uma combinação de ingredientes. Eles são criações altamente complexas, carregadas com camadas e mais camadas de sabores estimulantes, que resultam em uma experiência multissensorial para o cérebro. Empresas de alimentos "projetam a comida para ser irresistível", comentou Kessler. "Isso tem sido parte do plano de negócio delas".

No entanto, esse livro é mais uma exploração de nós mesmos do que uma exposição sobre a indústria de alimentos. "Meu verdadeiro objetivo é: Como explicar às pessoas o que acontece com elas?", disse Kessler. "Ninguém jamais explicou às pessoas como o cérebro delas foi dominado."

O livro, na lista de campeões de vendas do New York Times, inclui a própria confissão sincera de Kessler de que ele luta contra o hábito de comer excessivamente. "Não me interessaria tanto pela questão sobre por que não conseguimos resistir à comida se eu mesmo não sofresse com isso", disse ele. "Ganhei e perdi o equivalente a meu peso atual várias vezes. Tenho ternos de todos os tamanhos."

Reabilitação alimentar
Não se trata de um livro de dieta, mas Kessler dedica uma grande seção à "reabilitação alimentar", oferecendo conselhos práticos para usar a ciência do hábito de comer em excesso a nosso favor, para que possamos começar a pensar de forma diferente sobre os alimentos e retomar o controle de nossos hábitos alimentares.

Uma de suas principais mensagens é que comer em excesso não se deve à falta de força de vontade, mas a um desafio biológico tornado ainda mais difícil pelo ambiente alimentar superestimulante ao nosso redor. O "hábito condicionado de comer em excesso" é um problema crônico, piorado por dietas e necessidades que precisam ser gerenciadas, não curadas, disse ele. Apesar de lapsos serem inevitáveis, Kessler salienta várias estratégias para lidar com fatores comportamentais, cognitivos e nutricionais capazes de potencializar o hábito de comer em excesso.

A alimentação planejada e estruturada, além da compreensão de seus deflagradores pessoais do desejo de comer, é essencial. Saber mais sobre os alimentos pode ajudar a modificar sua percepção sobre que tipo de comida é desejável. Assim como a maioria das pessoas acha o cigarro repulsivo, Kessler argumenta que também podemos passar por "mudanças perceptivas" similares em relação a grandes porções e comida processada. Por exemplo, ele observa que, quando as pessoas que antes adoravam comer carne se tornam vegetarianas, elas geralmente começam a ter nojo de proteína animal.

O conselho, seguramente, não é uma solução rápida, nem tem garantia. No entanto, Kessler disse que se autoeducar enquanto escrevia o livro o ajudou a obter controle sobre sua alimentação.

"Pela primeira vez na vida, consigo manter meu peso relativamente estável", disse o pesquisador. "Agora, se você me estressar, me cansar, me colocar no aeroporto e o avião estiver sete horas atrasado – eu vou devorar aqueles pretzels cobertos de chocolate. O velho circuito ainda vai mostrar sua cara."


Fonte: G1

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sábado, 6 de junho de 2009

Novo estudo reafirma a associação entre agrotóxicos e o desenvolvimento da Doença de Parkinson

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Ainda não são conhecidas as causas da Doença de Parkinson (DP), a segunda mais frequente doença neurodegenerativa, apenas atrás da Doença de Alzheimer. No entanto, as pesquisas mais recentes já identificam fatores de risco, principalmente a associação de fatores ambientais e suscetibilidade genética. Estudos recentes já associam a exposição a agrotóxicos e o aumento do risco de desenvolvimento da DP.

Agora, um novo estudo epidemiológico [Professional exposure to pesticides and Parkinson's disease] avaliou a exposição de agricultores franceses aos agrotóxicos, especialmente organoclorados, e o risco de desenvolvimento da Doença de Parkinson (DP). O estudo [Professional exposure to pesticides and Parkinson's disease] foi publicado na revista Annals of Neurology, publicação oficial da American Neurological Association.

A pesquisa foi coordenada por Alexis Elbaz M.D., Ph.D., do Inserm, o instituto nacional frances em pesquisas de saúde e da University Pierre et Marie Curie (UPMC, Paris 6). Os estudos foram realizados a partir de registros individuais de agricultores afiliados aos sistema francês de saúde para a agricultura (Mutualité Sociale Agricole), a partir dos registros de exposição profissional e continuada a agrotóxicos.

É um estudo oficial e detalhado, que avaliou o históricos médico dos participantes, o tipo de agrotóxico e a intensidade da exposição. Também foram avaliadas as propriedades rurais em termos de localização e área, tipo de cultura agrícola, período do ano de aplicação dos agrotóxicos e forma de aplicação.

O estudo avaliou os agrotóxicos por finalidade (inseticidas, herbicidas e fungicidas) tendo concluído que os participantes continuamente expostos aos agrotóxicos eram mais suscetíveis ao desenvolvimento da DP. No caso dos inseticidas, os participantes expostos tinham o dobro da possibilidade de desenvolver a Doença de Parkinson do que os não expostos aos inseticidas.

Este é mais um estudo a confirmar a hipótese de que fatores ambientais como a exposição aos agrotóxicos devem ser considerados como fatores de risco no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

O estudo avaliou a exposição direta aos agrotóxicos, mas ainda devem ser melhor estudadas as exposições indiretas, pelo ar, pela água e pelos alimentos, o que deve ampliar, significativamente, as populações expostas aos fatores de risco.

Estudos [Parkinson's Disease and Residential Exposure to Maneb and Paraquat From Agricultural Applications in the Central Valley of California e Dopamine transporter genetic variants and pesticides in Parkinson’s disease ] anteriores já haviam demonstrado esta associação [in Pesquisa relaciona a exposição a agrotóxicos com o aumento do risco de desenvolvimento da doença de Parkinson]

Como informação complementar sugerimos que, também, consultem as seguintes fontes:

A fetal risk factor for Parkinson’s disease.
Barlowa, BK, EK Richfielda, DACory-Slechtab, M Thiruchelvamb. 2004.
Developmental Neuroscience 26:11-23.

Parkinson’s disease and residential exposure to maneb and paraquat from agricultural applications in the Central Valley of California.
Costello, S, M Cockburn, J Bronstein, X Zhang and B Ritz. 2009.
American Journal of Epidemiology 169: 919-926.

5? and 3? region variability in the dopamine transporter gene (SLC6A3), pesticide exposure and Parkinson’s disease risk: a hypothesis generating study.
Kelada, SN, H Checkoway, SL Kardia, CS Carlson, P Costa-Mallen, DL Eaton, J Firestone, KM Powers, PD Swanson, GM Franklin, WT Longstreth, Jr, T-S Weller, Z Afsharinejad and LG Costa. 2006.
Human Molecular Genetics 15(20):3055-3062.

Developmental exposure to the pesticides paraquat and maneb and the Parkinson’s disease phenotype.
Thiruchelvam, M, EK Richfield, BM Goodman, RB Baggs and DA Cory-Slechta. 2002.
NeuroToxicology 23:621-633.

O artigo “Professional exposure to pesticides and Parkinson’s disease”, Annals of Neurology, de
Alexis Elbaz, Jacqueline Clavel, Paul J. Rathouz, Frédéric Moisan, Jean-Philippe Galanaud, Bernard Delemotte, Annick Alpérovitch, Christophe Tzourio, apenas está disponível para assinantes.

Abaixo, para maiores informações, transcrevemos o abstract:

Objective.
We studied the relation between Parkinson’s disease (PD) and professional exposure to pesticides in a community-based case-control study conducted in a population characterized by a high prevalence of exposure. Our objective was to investigate the role of specific pesticide families and to perform dose-effect analyses.

Methods.
PD cases (n=224) from the Mutualité Sociale Agricole (MSA, France) were matched to 557 controls free of PD affiliated to the same health insurance. Pesticide exposure was assessed using a two-phase procedure, including a case-by-case expert evaluation. Analyses of the relation between PD and professional exposure to pesticides were first performed overall and by broad category (insecticides, fungicides, herbicides). Analyses of 29 pesticide families defined based on a chemical classification were restricted to men. Multiple imputation was used to impute missing values of pesticide families. Data were analyzed using conditional logistic regression, both using a complete-case and an imputed dataset.

Results.
We found a positive association between PD and overall professional pesticide use (OR=1.8, 95% CI=1.1-3.1), with a dose-effect relation for the number of years of use (p=0.01). In men, insecticides were associated with PD (OR=2.2, 95% CI=1.1-4.3), in particular organochlorine insecticides (OR=2.4, 95% CI=1.2-5.0). These associations were stronger in men with older onset PD than in those with younger onset PD and were characterized by a doseeffect relation in the former group.

Interpretation.
Our results lend support to an association between PD and professional pesticide exposure and show that some pesticides (i.e., organochlorine insecticides) may be more particularly involved. Ann Neurol 2009
Received: 7 November 2008; Revised: 23 February 2009; Accepted: 20 March 2009

[EcoDebate, 06/06/2009]

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Sobre o mesmo tema leiam, também:

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Globo Repórter : França em busca da comida perdida

O neuropsiquiatra David Servan-Schreiber parece um menino se deliciando com a vida. Na manhã fria, pelas ruas de Paris, ele vai pedalando para o trabalho. Esse homem tão cheio de energia já enfrentou duas vezes o câncer e duas vezes conseguiu vencer.

Médico e paciente ao mesmo tempo, o doutor David Servan-Schreiber se lançou em uma busca para entender os caminhos dessa perigosa doença.

O que intrigava o doutor Schreiber era as estatísticas: por que os números de câncer cresceram tanto depois da Segunda Guerra? Para mudar no futuro, ele olhou para o passado. Como vivíamos, como comíamos antes de o câncer se tornar uma epidemia entre nós? Ele descobriu que, ao redor do mundo, muitos cientistas se faziam a mesma pergunta e buscavam respostas em seus laboratórios. Como um detetive, ele foi juntando esses estudos e montou uma fórmula de vida anticâncer.

O primeiro passo para armar o nosso organismo contra a doença é seguir uma alimentação saudável. Alimentos frescos: frutas, verduras e legumes estão na linha de frente desse combate. O prato anticâncer também tem lugar para os cereais, como o arroz integral; os lipídios, como o azeite de oliva; as ervas e os condimentos.

Há uma lista de alimentos bons para cada tipo de câncer, mas, entre os mais poderosos, estão: o alho, a cebola, o alho-poró, a couve-de-bruxelas, a couve-flor e o brócolis.

Entre as frutas, aparecem no estudo as de clima temperado, comuns na Europa. São as chamadas frutinhas vermelhas: o mirtilo, o morango e a framboesa. Também são importantes a ameixa, o pêssego e o damasco.

O doutor Servan-Schreiber explica que é melhor escolher produtos orgânicos, livres de pesticidas e agrotóxicos. Mas atenção: as pesquisas mostram que é muito mais importante comer frutas, verduras e legumes, mesmo com algum resíduo de pesticida, do que não comer.

O doutor Schreiber recomenda ainda beber todos os dias o chá verde, rico em polifenóis, e se habituar a usar a cúrcuma, um anti-inflamatório natural poderosíssimo, que, para fazer efeito, deve sempre ser misturada com pimenta. Uma receita simples é fazer um molho com azeite de oliva e pimenta e usar para temperar saladas.

Por outro lado, há os alimentos que agem como fermento para as células cancerosas. Justamente aqueles alimentos que são tão saborosos, tão difíceis de resistir.

No prato anticâncer, é preciso reduzir o açúcar refinado e a farinha branca. As sobremesas, por exemplo, devem ser substituídas por frutas.

David Servan-Schreiber teve câncer no cérebro aos 31 anos. Sofreu uma recaída e sobreviveu graças aos recursos da medicina moderna. Ele diz que ninguém deve abandonar os tratamentos médicos. Eles salvam vidas. O que ele recomenda é que cada um fortaleça o seu corpo para estimular a sua capacidade de resistir à doença.

É uma luta diária, que deve fazer parte da nossa rotina. É uma mudança que passa também pela maneira de ver a vida. Fortalecer as relações de amizade, os laços de família. Não guardar ressentimentos. Se livrar da tristeza, do medo, da solidão. Fazer exercícios diariamente.









quinta-feira, 23 de abril de 2009

MSG: Is This Silent Killer Lurking in Your Kitchen Cabinets?

* By Joseph Mercola
Mercola.com, April 21, 2009
Straight to the Source

A widespread and silent killer that's worse for your health than alcohol, nicotine and many drugs is likely lurking in your kitchen cabinets right now.[1] "It" is monosodium glutamate (MSG), a flavor enhancer that's known widely as an addition to Chinese food, but that's actually added to thousands of the foods you and your family regularly eat, especially if you are like most Americans and eat the majority of your food as processed foods or in restaurants.

MSG is one of the worst food additives on the market and is used in canned soups, crackers, meats, salad dressings, frozen dinners and much more. It's found in your local supermarket and restaurants, in your child's school cafeteria and, amazingly, even in baby food and infant formula.

MSG is more than just a seasoning like salt and pepper, it actually enhances the flavor of foods, making processed meats and frozen dinners taste fresher and smell better, salad dressings more tasty, and canned foods less tinny.

While MSG's benefits to the food industry are quite clear, this food additive could be slowly and silently doing major damage to your health.

What Exactly is MSG?

You may remember when the MSG powder called "Accent" first hit the U.S. market. Well, it was many decades prior to this, in 1908, that monosodium glutamate was invented. The inventor was Kikunae Ikeda, a Japanese man who identified the natural flavor enhancing substance of seaweed.

Taking a hint from this substance, they were able to create the man-made additive MSG, and he and a partner went on to form Ajinomoto, which is now the world's largest producer of MSG (and interestingly also a drug manufacturer).[2]

Chemically speaking, MSG is approximately 78 percent free glutamic acid, 21 percent sodium, and up to 1 percent contaminants.[3]

It's a misconception that MSG is a flavor or "meat tenderizer." In reality, MSG has very little taste at all, yet when you eat MSG, you think the food you're eating has more protein and tastes better. It does this by tricking your tongue, using a little-known fifth basic taste: umami.

Umami is the taste of glutamate, which is a savory flavor found in many Japanese foods, bacon and also in the toxic food additive MSG. It is because of umami that foods with MSG taste heartier, more robust and generally better to a lot of people than foods without it.

The ingredient didn't become widespread in the United States until after World War II, when the U.S. military realized Japanese rations were much tastier than the U.S. versions because of MSG.

In 1959, the U.S. Food and Drug Administration labeled MSG as "Generally Recognized as Safe" (GRAS), and it has remained that way ever since. Yet, it was a telling sign when just 10 years later a condition known as "Chinese Restaurant Syndrome" entered the medical literature, describing the numerous side effects, from numbness to heart palpitations, that people experienced after eating MSG.

Today that syndrome is more appropriately called "MSG Symptom Complex," which the Food and Drug Administration (FDA) identifies as "short-term reactions" to MSG. More on those "reactions" to come.

Why MSG is so Dangerous

One of the best overviews of the very real dangers of MSG comes from Dr. Russell Blaylock, a board-certified neurosurgeon and author of "Excitotoxins: The Taste that Kills." In it he explains that MSG is an excitotoxin, which means it overexcites your cells to the point of damage or death, causing brain damage to varying degrees -- and potentially even triggering or worsening learning disabilities, Alzheimer's disease, Parkinson's disease, Lou Gehrig's disease and more.

Part of the problem also is that free glutamic acid is the same neurotransmitter that your brain, nervous system, eyes, pancreas and other organs use to initiate certain processes in your body.[4] Even the FDA states:

"Studies have shown that the body uses glutamate, an amino acid, as a nerve impulse transmitter in the brain and that there are glutamate-responsive tissues in other parts of the body, as well.

Abnormal function of glutamate receptors has been linked with certain neurological diseases, such as Alzheimer's disease and Huntington's chorea. Injections of glutamate in laboratory animals have resulted in damage to nerve cells in the brain."[5]

Although the FDA continues to claim that consuming MSG in food does not cause these ill effects, many other experts say otherwise.

According to Dr. Blaylock, numerous glutamate receptors have been found both within your heart's electrical conduction system and the heart muscle itself. This can be damaging to your heart, and may even explain the sudden deaths sometimes seen among young athletes.

He says:

"When an excess of food-borne excitotoxins, such as MSG, hydrolyzed protein soy protein isolate and concentrate, natural flavoring, sodium caseinate and aspartate from aspartame, are consumed, these glutamate receptors are over-stimulated, producing cardiac arrhythmias.

When magnesium stores are low, as we see in athletes, the glutamate receptors are so sensitive that even low levels of these excitotoxins can result in cardiac arrhythmias and death."[6]

Many other adverse effects have also been linked to regular consumption of MSG, including:

* Obesity
* Eye damage
* Headaches
* Fatigue and disorientation
* Depression

Further, even the FDA admits that "short-term reactions" known as MSG Symptom Complex can occur in certain groups of people, namely those who have eaten "large doses" of MSG or those who have asthma.[7]

According to the FDA, MSG Symptom Complex can involve symptoms such as:

* Numbness
* Burning sensation
* Tingling
* Facial pressure or tightness
* Chest pain or difficulty breathing
* Headache
* Nausea
* Rapid heartbeat
* Drowsiness
* Weakness

No one knows for sure just how many people may be "sensitive" to MSG, but studies from the 1970s suggested that 25 percent to 30 percent of the U.S. population was intolerant of MSG -- at levels then found in food. Since the use of MSG has expanded dramatically since that time, it's been estimated that up to 40 percent of the population may be impacted.[8]

How to Determine if MSG is in Your Food

Food manufacturers are not stupid, and they've caught on to the fact that people like you want to avoid eating this nasty food additive. As a result, do you think they responded by removing MSG from their products? Well, a few may have, but most of them just tried to "clean" their labels. In other words, they tried to hide the fact that MSG is an ingredient.

How do they do this? By using names that you would never associate with MSG.

You see, it's required by the FDA that food manufacturers list the ingredient "monosodium glutamate" on food labels, but they do not have to label ingredients that contain free glutamic acid, even though it's the main component of MSG.

There are over 40 labeled ingredients that contain glutamic acid,[9] but you'd never know it just from their names alone. Further, in some foods glutamic acid is formed during processing and, again, food labels give you no way of knowing for sure.

Tips for Keeping MSG Out of Your Diet

In general, if a food is processed you can assume it contains MSG (or one of its pseudo-ingredients). So if you stick to a whole, fresh foods diet, you can pretty much guarantee that you'll avoid this toxin.

The other place where you'll need to watch out for MSG is in restaurants. You can ask your server which menu items are MSG-free, and request that no MSG be added to your meal, but of course the only place where you can be entirely sure of what's added to your food is in your own kitchen.

To be on the safe side, you should also know what ingredients to watch out for on packaged foods. Here is a list of ingredients that ALWAYS contain MSG:

Autolyzed Yeast
Calcium Caseinate
Gelatin Glutamate
Glutamic Acid
Hydrolyzed Protein
Monopotassium Glutamate
Monosodium Glutamate
Sodium Caseinate
Textured Protein
Yeast Extract
Yeast Food
Yeast Nutrient

These ingredients OFTEN contain MSG or create MSG during processing:[10]

Flavors and Flavorings
Seasonings
Natural Flavors and Flavorings
Natural Pork Flavoring
Natural Beef Flavoring
Natural Chicken Flavoring
Soy Sauce
Soy Protein Isolate
Soy Protein
Bouillon Stock
Broth
Malt Extract
Malt Flavoring
Barley Malt
Whey Protein
Carrageenan
Maltodextrin
Pectin
Enzymes Protease
Corn Starch
Citric Acid
Powdered Milk
Anything Protein Fortified
Anything Enzyme Modified
Anything Ultra-Pasteurized

So if you do eat processed foods, please remember to be on the lookout for these many hidden names for MSG.

Choosing to be MSG-Free

Making a decision to avoid MSG in your diet as much as possible is a wise choice for nearly everyone. Admittedly, it does take a bit more planning and time in the kitchen to prepare food at home, using fresh, locally grown ingredients. But knowing that your food is pure and free of toxic additives like MSG will make it well worth it.

Plus, choosing whole foods will ultimately give you better flavor and more health value than any MSG-laden processed food you could buy at your supermarket.

[1] Mercola.com "The Shocking Dangers of MSG You Don't Know," video Part 1

http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2007/08/28/dangers-of-msg.aspx?aid=CD12

[2] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

[3] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

[4] MSGTruth.org "What Exactly is MSG?"

http://www.msgtruth.org/whatisit.htm

[5] U.S. Food and Drug Administration "FDA and Monosodium Glutamate (MSG)" August 31, 1995

http://www.foodsafety.gov/~lrd/msg.html

[6] eMediaWire "Athlete Alert: Renowned Neurosurgeon Identifies Aspartame & MSG in Sudden Cardiac Death" April 15, 2005

http://www.emediawire.com/releases/2005/4/emw225071.htm

[7] FDA Consumer Magazine "MSG: A Common Flavor Enhancer" January-February 2003

http://www.fda.gov/fdac/features/2003/103_msg.html

[8] TruthinLabeling.org "This is What the Data Say About Monosodium Glutamate Toxicity and Human Adverse Reactions"

http://www.truthinlabeling.org/Proof_AdverseReactions_AR....

[9] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

[10] Price-Pottenger Nutrition Foundation, Samuels, Jack "MSG Dangers and Deceptions"

http://www.ppnf.org/catalog/ppnf/Articles/MSG.htm

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Divulgado monitoramento de agrotóxicos em alimentos

O pimentão foi o alimento que apresentou o maior índice de irregularidades para resíduos de agrotóxicos, durante o ano de 2008. Mais de 64% das amostras de pimentão, analisadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentaram problemas. O morango, a uva e a cenoura também apresentaram índices elevados de amostras irregulares, com mais de 30% cada.

No lançamento dos dados do Programa, nesta quarta-feira (15), em Brasília (DF), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou a importância do trabalho da Anvisa no monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos. "No Brasil, a segunda causa de intoxicação, depois de medicamentos, é por agrotóxicos, o que tem uma dimensão importante", afirmou Temporão.

Os desvios detectados pelo PARA foram: teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e o uso não autorizado para determinadas culturas. No balanço geral, das 1773 amostras dos dezessete alimentos monitorados (alface, batata, morango, tomate, maça, banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva), 15,28% estavam insatisfatórias.

A cultura de tomate foi a que apresentou maiores avanços quanto à diminuição dos índices de irregularidades. Em 2007, 44,72% das amostras de tomate analisadas apresentaram resíduos de agrotóxicos acima do permitido. No último ano, esse número caiu para 18,27%.

O arroz e o feijão, coletados pela primeira vez no Programa de 2008, apresentaram índices de irregularidades de 3,68% e 2,92% respectivamente. Juntamente com a manga, batata, banana, cebola e maçã, esses dois alimentos apresentaram os menores teores de irregularidade detectados.

A batata, que em 2002, primeiro ano de monitoramento do Programa, apresentou um índice de 22,2% de uso indevido de agrotóxicos, teve o nível reduzido para 2%. A banana, que chegou a apresentar índice de 6,53% neste período, fechou 2008 com incidência de 1,03% de irregularidades.

Chama atenção, nos resultados do Programa, o uso de agrotóxicos não permitidos, em todas as culturas analisadas. Ingredientes ativos banidos em diversas partes do mundo, como acefato, metamidofós e endossulfam, foram encontrados de forma irregular nas culturas de abacaxi, alface, arroz, batata, cebola, cenoura, laranja, mamão, morango, pimentão, repolho, tomate e uva.

Cuidados

Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada. Essa identificação aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com adoção de boas práticas agrícolas.

É importante, ainda, que a população escolha alimentos da época ou produzidos por métodos de produção integrada (que a princípio recebem carga menor de agrotóxicos). Alimentos orgânicos também são uma boa opção, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos. (Grifo nosso)

Os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes nas superfícies dos alimentos.

PARA

O objetivo do PARA, criado em 2001, é manter a segurança alimentar do consumidor e a saúde do trabalhador rural. O Programa, coordenado pela Anvisa em conjunto com os órgãos de Vigilância Sanitária Estaduais e Municipais, abrange, atualmente, 25 estados e o Distrito Federal.

Em 2008, realizaram coletas em supermercados (de acordo com o plano de amostragem) os estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Neste mesmo ano, as ações de ampliação do Programa treinaram os estados de Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima. Os dez estados treinados, mais São Paulo, participarão do PARA em 2009.

A escolha dos itens analisados pelo Programa leva em consideração a importância destes alimentos na cesta básica do brasileiro, o consumo, o uso de agrotóxicos e a distribuição das lavouras pelo território nacional. No último ano, o PARA acompanhou oito novas culturas, até então nunca monitoradas: abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva.

O Programa funciona a partir de amostras coletadas pelas vigilâncias sanitárias dos estados e municípios. No último ano, as amostras foram enviadas para análise aos seguintes laboratórios: Instituto Octávio Magalhães (IOM/FUNED/MG), Laboratório Central do Paraná (LACEN/PR) e Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP), nas quais foram investigadas até 167 diferentes agrotóxicos.

Caso a utilização de agrotóxicos esteja em desacordo com os limites permitidos pela Anvisa, os órgãos responsáveis pelas áreas de agricultura e meio ambiente são acionados para rastrear e solucionar o problema.

" Trabalhadores rurais são expostos a estes agrotóxicos sem os equipamentos próprios para o manejo destes produtos", explica José Agenor Álvares, diretor da Anvisa. As medidas em relação aos produtores são, principalmente, de orientação para que sejam adotadas as Boas Práticas Agrícolas (BPAs).

DADOS CONSOLIDADOS DO PARA 2008

Cultura: Abacaxi
Total de amostras analisadas: 95
Amostras insatisfatórios
Total: 9
%: 9,47

Cultura: Alface
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 20
%: 19,80

Cultura: Arroz
Total de amostras analisadas: 136
Amostras insatisfatórios
Total: 6
%: 4,41

Cultura: Banana
Total de amostras analisadas: 97
Amostras insatisfatórios
Total: 1
%: 1,03

Cultura: Batata
Total de amostras analisadas: 100
Amostras insatisfatórios
Total: 2
%: 2,00

Cultura: Cebola
Total de amostras analisadas: 103
Amostras insatisfatórios
Total: 3
%: 2,91

Cultura: Cenoura
Total de amostras analisadas: 102
Amostras insatisfatórios
Total: 31
%: 30,39

Cultura: Feijão
Total de amostras analisadas: 137
Amostras insatisfatórios
Total: 4
%: 2,92

Cultura: Laranja
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 15
%: 14,85

Cultura: Maçã
Total de amostras analisadas: 102
Amostras insatisfatórios
Total: 4
%: 3,92

Cultura: Mamão
Total de amostras analisadas: 104
Amostras insatisfatórios
Total: 18
%: 17,31

Cultura: Manga
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 1
%: 0,99

Cultura: Morango
Total de amostras analisadas: 86
Amostras insatisfatórios
Total: 31
%: 36,05

Cultura: Pimentão
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 65
%: 64,36

Cultura: Repolho
Total de amostras analisadas: 102
Amostras insatisfatórios
Total: 9
%: 8,82

Cultura: Tomate
Total de amostras analisadas: 104
Amostras insatisfatórios
Total: 19
%: 18,27

Cultura: Uva
Total de amostras analisadas: 101
Amostras insatisfatórios
Total: 33
%: 32,67

Cultura: Total
Total de amostras analisadas: 1773
Amostras insatisfatórios
Total: 271
%: 15,28

Ações Práticas:

1. Realizar reuniões nos Estados, com os órgãos de vigilância sanitária e agricultura e os representantes dos supermercados, dos produtores rurais, do Ministério Público e da Sociedade Civil para o estabelecimento de ações conjuntas.

2. Reavaliar ingredientes ativos de importância toxicológica evidenciada pelos resultados do PARA.

3. Dar continuidade às ações de fortalecimento da rede de referência de Laboratórios de Saúde Pública para o monitoramento de resíduos de agrotóxicos nos alimentos.

4. Continuar ampliando o quantitativo de amostras e a diversidade das culturas envolvidas no PARA.

5. Seguir ampliando as estratégias junto aos Estados para a rastreabilidade de produtos in natura.

6. Fomentar a estruturação da assistência técnica rural para aprimorar a qualificação do produtor.

7. Organizar e fomentar ações e campanhas educativas voltadas para todos os atores sociais envolvidos na cadeia produtiva de Frutas, Verduras e Legumes : dos trabalhadores rurais aos consumidores.

8. Elaborar uma versão da nota técnica comentada para ser disponibilizada nas estruturas de divulgação da Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e outros canais de comunicação direta com a sociedade.

9. Incluir as ações do PARA no Plano Integrado de Vigilância e Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

10. Estabelecer parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), por meio do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) da Diretoria de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento Rural.

11. Definir as ações a serem desenvolvidas em relação aos ingredientes ativos que apresentaram maior freqüência de irregularidades e para as culturas com grande número de resultados insatisfatórios.

12. Fortalecer os programas de governo já existentes, como o de produção integrada e o de produção orgânica.

13. Solicitar ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas que limitem a importação de agrotóxicos que são encontrados pelo PARA apesar de terem severas restrições internacionais, e cujos níveis de importação estão acima do teto histórico.

14. Fomentar a integração das ações voltadas para o monitoramento de resíduos de agrotóxicos efetuados por diferentes instituições públicas, federais e estaduais.

15. Agilizar a publicação de normas técnicas para as culturas com suporte fitossanitário insuficiente e para os produtos destinados à produção orgânica de alimentos.

16. Integrar regionalmente as ações fiscalizatórias das Vigilâncias Sanitárias e das Secretarias de Agricultura.

17. Informar o Ministério da Agricultura e a Polícia Federal quanto à presença de agrotóxicos proibidos no país, encontrados nas culturas analisadas pelo PARA.

18. Apoiar ações desenvolvidas pela Associação Brasileira de Supermercado (ABRAS) no que tange: a geração de dados e informações sobre o consumo e qualidade de Frutas, Verduras e Legumes (FLVs); a organização de sistemas de "Alerta rápido para acidentes de consumo" objetivando a construção de base histórica de solução de problemas; o estabelecimento de mecanismos que permitam aos Supermercados informar e orientar o Consumidor e o compartilhamento da base de dados sobre monitoramento interno da qualidade de FLVs junto aos órgãos pertinentes;

19. Fortalecimento das ações da Produção Integrada-PI através da divulgação dos benefícios de sua utilização como agricultura sustentável, que profissionaliza o setor, através da adoção de tecnologia e capacitação, acarretando entre vários benefícios a redução da utilização de agrotóxicos nos alimentos e produtos derivados

20. Incentivar e aumentar a abrangência de atuação dos projetos SAPI e Orgânicos como parte de políticas públicas, como por exemplo: alimentos de Produção Integrada e Orgânicas na merenda escolar

21. Incentivar e apoiar o Programa Pró-Orgânico do Ministério da Agricultura para ampliar a oferta de produtos que não utilizam agrotóxicos



Fonte: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Saúde em tempos de crise

3/4/2009

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia global terá um crescimento de apenas 0,5% em 2009, contra 3,4% em 2008. Trata-se da menor taxa em 60 anos. “E a crise econômica também atingirá fortemente a saúde”, disse o médico francês Michel Kazatchkine, diretor executivo do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.

Desde 2007, o orçamento do Fundo Global para a Tuberculose triplicou para os 22 países de maior incidência da doença. Sete deles – Afeganistão, Bangladesh, Camboja, Nigéria, Filipinas, Uganda e Vietnã – dependem desse recurso para financiar mais de 25% de seu orçamento no combate contra a doença.

No Brasil – país que ocupa o 18º lugar na lista dos 22 – em 2008, o orçamento do Ministério da Saúde para a tuberculose foi de US$ 70 milhões, dos quais US$ 5 milhões vieram do Fundo.

Brasil, China e África do Sul são os países que menos contam com dinheiro do Fundo Global. No caso brasileiro, 80% dos recursos são providos pelo próprio governo brasileiro, que pretende manter seu orçamento apesar da crise econômica, segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Kazatchkine concedeu entrevista à Agência FAPESP na semana passada, no Rio de Janeiro, durante o 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB.

O diretor do Fundo Global fala dos efeitos da crise na saúde e avisa que os países mais pobres terão que ser mais “criativos”.

Agência FAPESP – O Fundo Global foi criado há seis anos para financiar o combate contra a Aids, a tuberculose e a malária. De quanto o fundo dispõe para suas iniciativas?
Michel Kazatchkine – O Fundo Global é responsável por atender dois milhões dos quatro milhões de pessoas que recebem tratamento contra o HIV. Em 2004, foram distribuídos US$ 700 milhões para combater a Aids. Para a tuberculose, em 2007 o valor chegou a US$ 3 bilhões, mas nossa necessidade estimada era de US$ 4,6 bi. Há, então, um déficit de US$ 1,6 bilhão. Para 2010, estimamos que essa diferença aumentará para US$ 5 bilhões. Temos muito pouco dinheiro, se comparado com o que está sendo gasto no resgate de instituições financeiras falidas como reflexo da crise mundial, por exemplo.

Agência FAPESP – A tuberculose tem sido, ao longo dos anos, uma doença negligenciada. Agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está priorizando e dando mais atenção à doença. O combate à tuberculose sofre com a crise?
Kazatchkine – Os países mais pobres serão certamente os mais afetados. Mas é importante destacar que os investimentos em saúde foram responsáveis pela diminuição dos casos de tuberculose no mundo, como mostra o novo relatório global do controle da tuberculose divulgado pela OMS. Então, não é momento para cortes nos financiamentos em saúde, mesmo com toda a crise. Saúde é um investimento, não um gasto. É um investimento de longo prazo.

Agência FAPESP – Recentemente, o Fundo Global circulou comunicado pedindo que novos projetos de países pobres tenham orçamentos para a compra de remédios reduzidos em 10%.
Kazatchkine – Em tempos de crise temos que aprender a ser criativos para poder utilizar melhor os recursos disponíveis. Sustentabilidade depende de recursos, mas isso não é tudo. Sustentabilidade também tem a ver com usar as melhores intervenções. No caso da tuberculose, significa mais investimento em pesquisa e inovação em relação ao HIV e à tuberculose e à multirresistência a medicamentos.

Agência FAPESP – Mas como fazer isso com cortes e redução de orçamento?
Kazatchkine – Em tempos de crise econômica internacional a tendência é mesmo de haver menos recursos. Como temos menos dinheiro, precisamos ser mais criativos. O Brasil é um bom exemplo. Hoje o país gasta US$ 40 com medicamentos por paciente de tuberculose, em seis meses de tratamento. Com a nova formulação farmacêutica – a introdução do esquema do “quatro em um”, de quatro drogas em uma única pílula – o país vai passar a gastar US$ 30. Menos gastos com tratamento semelhante. Ou seja, o Brasil vai conseguir baratear o tratamento, apesar de acrescentar uma droga e melhorar a apresentação: em vez de serem quatro comprimidos e duas cápsulas, serão somente dois comprimidos. Isso é uma solução criativa.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gordura atrai gordura

Por Carlos Fioravanti

Revista Pesquisa FAPESP – Quem aprecia uma picanha malpassada e principalmente a camada branca de gordura que a envolve talvez se inquiete. Um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – pode ser uma das causas da obesidade.

De acordo com experimentos realizados em camundongos, essas moléculas acionam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias.

“Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade de as pessoas obesas controlarem a fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer”, diz Lício Velloso, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que coordenou esse estudo, publicado em janeiro no Journal of Neuroscience.

Os estudos anteriores da equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos.

Testes com animais já haviam mostrado que dietas ricas em gordura em geral danificavam o hipotálamo mais intensamente que as ricas em açúcares. Para ver qual tipo de gordura era mais danoso, os pesquisadores da Unicamp injetaram diferentes tipos de ácidos graxos de origem animal ou vegetal no hipotálamo de camundongos.

Os encontrados no óleo de soja mostraram um efeito tênue sobre o cérebro, enquanto os encontrados em gorduras animais e em proporção menor no óleo de amendoim apresentaram ação mais danosa.

Clique aqui para ler o texto completo na edição 156 de Pesquisa FAPESP.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Comida é coisa séria

Não é de hoje que vegetarianos radicais apregoam a eliminação de carne da dieta das pessoas. Mas se antes a gritaria era na defesa dos direitos dos animais, vítimas dos carnívoros, agora a bandeira é salvar a raça humana do aquecimento global. Para a alegria dos engajados, um estudo divulgado na semana passada pela Agência de Impacto Ambiental da Holanda constatou, entre outras coisas, o seguinte: a carne vermelha tem vilania e muito mais culpa nas emissões de CO2 e de metano na atmosfera terrestre do que a maioria de nós imaginava.

Como isso é possível? Criar gado saudável exige pastagem que causa destruição de florestas ou qualquer tipo de vegetação responsável pela absorção de carbono. Sim. Disso já se sabia. Tampouco não se ignorava que o Brasil é o segundo maior produtor, maior exportador e quarto maior consumidor de carne bovina do mundo. Teria então surgido algo diferente? Não. Apenas caiu a ficha. Pimba. Tomada de consciência de que a flatulência de milhões de bois está no ar.

Isso mesmo: pum! Arroto também. Quer dizer, é gás metano... Sabem o que isso significa? Os puns e os arrotos expelidos pelos extensos rebanhos provocam efeito estufa; são piores do que o dióxido de carbono (CO2) das queimadas. E, evidentemente, não são novidade.

Pesquisadores estimam que 6% de todo o alimento consumido pelo gado ruminante, no mundo inteiro, seja convertido em gás metano. O qual é 24 vezes mais potente do que o dióxido de carbono para causar aquecimentos atmosféricos, contribuindo com 15% do total do aquecimento global. E não é para menos, em média, um bovino emite 57,5 quilos desse gás por ano. Ufa. Por isso a Embrapa vem pesquisando a formulação de alimentos e rações especiais, que permitam maior retenção do metano no organismo do animal.

Na verdade, o assunto é uma grande preocupação internacional. Em 2003, por exemplo, o governo da Nova Zelândia tentou cobrar de seus fazendeiros um imposto para cumprir as metas assumidas no Protocolo de Kyoto. Afinal, seus cientistas haviam estimado que a flatulência de veados, ovelhas, bois e cabras respondiam por 90% das emissões de metano; as quais tinham passado a constar entre as principais causas das mudanças climáticas.

Uma outra revelação interessante na semana passada aconteceu durante um simpósio sobre a evolução da dieta humana. Nada a ver com flatulência. O evento foi na Associação Americana para o Progresso da Ciência, nos Estados Unidos. Lá, falou-se dos chimpanzés que continuam podendo se alimentar apenas de frutas e sementes como há milhões de anos. Ao contrário dos seres humanos que, segundo o antropólogo William Leonard, precisaram adotar uma alimentação mais calórica porque seus cérebros maiores exigiam mais energia. Pois bem, por essa causa passaram a percorrer maiores distâncias na coleta e na caça desse tipo de comida; o que nos levou à nossa expansão pelo planeta. E aí nos assentamos, ficamos sedentários e começamos a enfrentar o desequilíbrio energético em nosso corpo: colesterol, obesidade, diabetes, etc.

Um desequilíbrio que tem virado tema de debates sobre saúde pública, estética e estratégias políticas. Regimes de emagrecimento e malhação de gente importante na atmosfera de governos... Dizem que rende voto.

Ateneia é jornalista e escritora. Trabalhou nos principais jornais e revistas do país - entre eles a extinta Manchete, o Jornal do Brasil e o Correio Braziliense

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

Refrigerante diet engorda?

Por Fábio de Oliveira, Saúde é Vital

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O tiro pode sair pela culatra. Talvez essa frase, que soa como um clichê, defina o que os consumidores de refrigerantes dietéticos tenham pensado ao deparar com as notícias nada abonadoras sobre a bebida, uma alternativa para quem não pode consumir açúcar ou precisa derrubar o ponteiro da balança. A bomba foi detonada por um estudo publicado no periódico científico americano Circulation.

Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares de 16 mil indivíduos de meia-idade por mais de nove anos. Seu objetivo era investigar a relação entre a dieta dessa gente toda e a ocorrência de síndrome metabólica, uma conjunção de problemas como resistência à insulina, colesterol ruim elevado, pressão arterial nas alturas e gordura abdominal, a popular barriga de chope.

No cômputo geral dos resultados, um achado surpreendente: os voluntários que bebiam uma lata de refrigerante diet por dia apresentaram um risco 34% maior de desenvolver a síndrome. Para ter idéia de como essa porcentagem pesa, o risco de quem costumava comer frituras foi, por incrível que pareça, só 25% maior.

Daí, é inevitável questionar: será que o refri dietético engorda? O que justificaria esse resultado? Existem pelo menos duas suposições, diz a SAÚDE! Lyn M. Steffen, uma das coautoras do estudo. O adoçante artificial usado seria o responsável, ou ainda algum outro comportamento associado ao consumo do refrigerante que não mensuramos, completa Lyn, que é nutricionista da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Na verdade, existem outras hipóteses, como você verá adiante. Mas a especulação sobre o adoçante, relatada por Lyn, ganhou fôlego depois da divulgação de outra pesquisa, assinada pela Universidade Purdue, também nos Estados Unidos. Os cientistas compararam dois grupos de roedores: a um deles foi oferecido iogurte adocicado com açúcar normal e, ao outro, o laticínio com um edulcorante artificial, a sacarina. Para resumir a ópera, os bichos que ficaram à base da segunda opção tiveram maior ganho de peso e, claro, aumento da gordura corporal sem falar que passaram a comer muito mais. E, sim, alguns refris diet têm sacarina.

O tiro pode sair pela culatra. Talvez essa frase, que soa como um clichê, defina o que os consumidores de refrigerantes dietéticos tenham pensado ao deparar com as notícias nada abonadoras sobre a bebida, uma alternativa para quem não pode consumir açúcar ou precisa derrubar o ponteiro da balança. A bomba foi detonada por um estudo publicado no periódico científico americano Circulation.

Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares de 16 mil indivíduos de meia-idade por mais de nove anos. Seu objetivo era investigar a relação entre a dieta dessa gente toda e a ocorrência de síndrome metabólica, uma conjunção de problemas como resistência à insulina, colesterol ruim elevado, pressão arterial nas alturas e gordura abdominal, a popular barriga de chope.

No cômputo geral dos resultados, um achado surpreendente: os voluntários que bebiam uma lata de refrigerante diet por dia apresentaram um risco 34% maior de desenvolver a síndrome. Para ter idéia de como essa porcentagem pesa, o risco de quem costumava comer frituras foi, por incrível que pareça, só 25% maior.

Daí, é inevitável questionar: será que o refri dietético engorda? O que justificaria esse resultado? Existem pelo menos duas suposições, diz a SAÚDE! Lyn M. Steffen, uma das coautoras do estudo. O adoçante artificial usado seria o responsável, ou ainda algum outro comportamento associado ao consumo do refrigerante que não mensuramos, completa Lyn, que é nutricionista da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Na verdade, existem outras hipóteses, como você verá adiante. Mas a especulação sobre o adoçante, relatada por Lyn, ganhou fôlego depois da divulgação de outra pesquisa, assinada pela Universidade Purdue, também nos Estados Unidos. Os cientistas compararam dois grupos de roedores: a um deles foi oferecido iogurte adocicado com açúcar normal e, ao outro, o laticínio com um edulcorante artificial, a sacarina. Para resumir a ópera, os bichos que ficaram à base da segunda opção tiveram maior ganho de peso e, claro, aumento da gordura corporal sem falar que passaram a comer muito mais. E, sim, alguns refris diet têm sacarina.

Depois de duas semanas de iogurte, os pesquisadores da Universidade Purdue ofereceram aos ratos um pudim de chocolate. Os animais se refestelaram com a guloseima. E, satisfeito, o grupo à base de açúcar comeu menos iogurte na refeição seguinte, como se o organismo tivesse feito um ajuste em relação à enxurrada calórica do pudim. Já o segundo grupo não fez a compensação: caiu de boca no iogurte com adoçante. Além disso, antes e depois do banquete, os especialistas mediram a temperatura dos roedores, um marcador potencial da atividade do organismo. Na turma do edulcorante artificial, a temperatura não se elevou como nas cobaias alimentadas com o iogurte açucarado.

O organismo dos animais, e o dos humanos, se vale de pistas nos alimentos, como o sabor adocicado, para predizer a quantidade de calorias que será fornecida pela refeição, explica a SAÚDE! Susie Swithers, uma das autoras da experiência. Baseado nessas informações, o corpo processa de modo mais eficiente o que ingere. Porém, ao consumir alimentos como o iogurte com sacarina, essas respostas fisiológicas são reduzidas ou eliminadas, revela Susie. Assim, come-se em demasia e as calorias ainda são queimadas mais lentamente. Por essa tese, por trás do efeito engordativo de alguns refrigerantes diet estaria uma fome voraz, disparada pelo adoçante.

Outro ingrediente da bebida, porém, infla a suspeita de que ela pode contribuir para a expansão da cintura: o gás carbônico. E não estamos falando de um efeito imediato apenas aquele abdômen estufado logo depois de sorver o líquido gasoso. A questão é outra: o consumo contínuo de qualquer bebida com gás pode aumentar a área do estômago em até 50% como, aliás, constataram pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, que observou esse efeito em ratinhos. Essa expansão provoca uma diminuição da saciedade, explica o gastrenterologista José Roberto Ferreira Santiago, um dos autores. Ou seja, é preciso comer mais e mais até encher a barriga e enviar ao cérebro a mensagem de satisfação um efeito inverso ao da cirurgia para diminuir o estômago.

Os pesquisadores também verificaram um aumento nas taxas de triglicérides, uma gordura, no sangue das cobaias que tomaram água gasosa e, como o gás carbônico entra na fórmula dos refrigerantes, acreditam que o mesmo possa acontecer com esse tipo de bebida se ela for consumida além da conta. Mesmo diante de todos esses indícios, é preciso cautela. Ainda é precoce culpar o refrigerante diet pelo peso nas alturas. O que não dá para inocentar é a bebida rica em açúcar, afirma o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Ou seja, se gostar de refri, tome um diet mas beba (e coma) com moderação.